Apesar da crise histórica, Santa serve de vitrine para diversos atletas
O acesso à Série A do Brasileiro, no final de 2005, foi o último momento de glória do Santa Cruz. De lá para cá, o Tricolor seguiu uma derrocada incrível que culminou com o rebaixamento à Série C. Mesmo num cenário tão nebuloso e preocupante, o Tricolor ainda assim serviu de vitrine para inúmeros jogadores aparecerem para o futebol nacional. Uns chegaram desacreditados, outros como simples apostas e ainda houve aquele pratas-da-casa que, com muita força de vontade, conseguiram superar todas as adversidade e partiram para vôos mais altos.
O Diario fez um levantamento dsses jogadores (veja quadro). Atletas que usaram o seu futebol e a vitrine do Santa Cruz, contrariando a tudo e a todos, e hoje estão muito bem abrigados. Atletas como o artilheiro Marcelo Ramos que, em uma temporada, saiu do ostracismo no Atlético-GO para virar artilheiro do Pernambucano, em 2007, e receber uma proposta irrecusável para jogar no Atlético-PR. Ou ainda o lateral-esquerdo Piauí, que chegou ao Arruda emprestado pelo Porto, de Caruaru, virou destaque no Tricolor e também acabou se transferindo para a Arena da Baixada.
Porém, nenhum deles teve tanto destaque, com tanta competência, como o meio-campista Carlinhos Paraíba. Destaque do Nacional de Patos-PB, o jogador chegou ao Arruda junto com o volante Wendell. Tímido não demorou muito para mostrar todas as suas virtudes. Conquistou seu espaço no time que, mesmo rebaixado para a Série C, teve Paraíba como um dos grandes destaques. Foi assim também no Pernambucano deste ano. O jogador, literalmente, levou o Santa Cruz nas costas e sua saída do Arruda seria questão de tempo.
A ascensão de Carlinhos Paraíba foi impressionante. Em menos de dois anos, saiu do interior da Paraíba para tornar-se campeão paranaense e um dos principais ídolos da torcida do Coritiba. Vive o melhor momento de sua carreira. Já recebeu até uma sondagem para ir defender as cores do todo poderoso São Paulo Futebol Clube.
Sem perder sua modéstia, o jogador conversou por telefone com o Diario e fez rasgados elogios ao clube que lhe projetou. "Foi aí no Santa que me tornei um jogador de verdade. Foi o meu primeiro grande clube", afirmou, antes de completar: "Quando cheguei imaginei que poderia crescer na profissão, pois me identifiquei imediatamente com o clube e sua torcida. O torcedor do Santa é apaixonante. O time mal e o Arruda estava cheio em muitos jogos. Nunca vou esquecer o apoio que tive no clube".
Carlinhos Paraíba disse que a força do clube e da torcida fez com que o seu futebol aparecesse nacionalmente. "Aí tive todas as condições de jogar futebol. Apesar da dificuldade financeira do clube, nunca me faltou nada. E, por isso, vou sempre indicar o Santa Cruz para os jogadores que me perguntarem sobre o clube", completou o jogador que é o grande xodó da torcida do Coxa e que deixou saudades no Arruda.
Ex-jogadores do Santa (de 2006 a 2008)
Zagueiro
Hugo (Vasco-RJ)
Prata-da-casa foi a grande revelação do time na Série B de 2007. Acabou saindo do clube depois de um longo período de litígio - acabou fazendo um acordo. Jogou o Paulistão/08 pelo Ituano e, na semana passada, foi contratado pelo Vasco-RJ.
Laterais
Piauí (Atlético-PR)
Contratado junto ao Porto, de Caruaru, o lateral-esquerdo chegou ao Arruda como uma aposta e deu conta do recado. Fez uma excelente Série B, em 2007, e acabou indo para o Atlético-PR, que pagou sua multa rescisória.
Volantes
Andrade (Cadiz / Espanha)
Um dos destaques na campanha do título Pernambucano de 2005 e, também, no Brasileiro, que levou o time à Série A em 2006. Se transferiu para o Vasco da Gama onde foi titular absoluto. Hoje está na Europa jogando pelo Cadiz, da Espanha.
Meio-campistas
Rosembrick (São Caetano-SP)
Apesar de não ter sido titular absoluto na campanha do acesso à Série A, em 2005, o "Mago do Arruda", ganhou muita projeção nacional pela sua participação na equipe. Foi negociado com o Palmeiras, depois Sport, voltou para o Santa e agora está no São Caetano-SP.
Carlinhos Paraíba (Coritiba-PR)
Foi a principal revelação do Santa Cruz nos últimos dois anos. O jogador chegou ao Arruda para a Série B de 2007. Fez um bom campeonato. Repetiu a dose no Pernambucano. Foi negociado com o Coritiba-PR onde já é a grande estrela do time e sagrou-se campeão paranaense 2008.
Atacantes
Carlinhos Bala (Sport)
Prata-da-casa foi no Arruda que fez todo o seu nome. Titular absoluto na campanha do título estadual de 2005 (seu primeiro na carreira) e um dos responsáveis pelo acesso à Série A, em 2006, acabou se transferindo para o Cruzeiro. De Belo Horizonte, retornou para defender o Sport.
Nenê (Ipatinga-MG)
Ele estava no Confiança-SE quando veio para o Santa Cruz. Foi o artilheiro do time na Série A de 2006 e despertou o interesse do Cruzeiro, para onde acabou se transferindo ao final de seu contrato. Hoje está no Ipatinga-MG.
Marcelo Ramos (Atlético-PR)
Estava totalmente desacreditado e desestimulado para o Futebol. Antes do Santa Cruz lhe estender a mão, o atacante teve uma passagem irrelevante no Atlético-GO. Foi artilheiro do Pernambucano 2007 e principal nome do time na Série B, quando foi contratado pelo Furacão.
Jorge Henrique (Botafogo)
O atacante estava no Ceará, passando por maus momentos, quando se transferiu para o Santa Cruz em 2006. Acabou sendo um dos destaques na pífia campanha do time na Série A. Ao final do ano, mesmo com o rebaixamento, se transferiu para o Botafogo.
domingo, 18 de maio de 2008
Balança, mas não cai
Apesar de todas as pancadas, Edinho permanece na presidência do Santa Cruz
GUSTAVO LUCCHESI
Quem não conhece aquele boneco inflável conhecido como “João Bobo” ou “João Teimoso”, que mesmo após ser espancado, surpreendentemente, sempre se reergue e continua de pé? Pois bem, aparentando ter absorvido alguns ensinamentos do boneco, o atual presidente do Santa Cruz, Édson Nogueira, o Edinho, tem totais condições de superar a capacidade de resistência do famoso “João”.
Alvo constante de impiedosas críticas, principalmente dos seus opositores, que tiveram frustrada pela Justiça a tentativa de tirar Edinho do cargo, na última semana, o dirigente consegue se manter intacto às nuvens pesadas que assombram as Repúblicas Independentes do Arruda. Sempre espirituoso e sincero, o cartola maior tricolor se autodefiniu com a seguinte frase. “Sou igual a fermento: quanto mais se bate, mais eu cresço”, brincou.
Porém, mesmo provando ser mais forte do que parece, é inegável, até mesmo pelo próprio presidente, que alguns erros foram cometidos na sua gestão, como a permanência de Mauro Fernandes como treinador na Série B do ano passado, quando a sua situação já era insustentável. A parceria com a empresa RT Prosports, do ex-jogador Ricardo Rocha, no início deste ano, não tendo se aproveitado nem 10% do caminhão de atletas que a empresa mandou, também pode ser apontado como um dos seus grandes equívocos.
Isso sem contar com as duas piores campanhas do Tricolor em campeonatos estaduais, terminando a disputa na sétima colocação tanto no ano passado, quanto neste ano. “Eu sei que cometi erros. Qual ser humano não erra? Mas garanto que nunca errei por má-fé, como bom tricolor que sou, sempre pensei no que era melhor para o Santa Cruz”, afirmou.
Sobre a atual oposição à sua gestão, comandanda pelo jornalista Fernando Veloso, Edinho diz não se abalar em nada com as acusações feitas pelos seus opositores, ao qual prefere chamar de “aproveitadores”. “Não me atinge de forma alguma as agressões vindas desse grupo. O que me parte o coração é olhar para os funcionários, que são pessoas humildes, e não ter dinheiro para conseguir pagar os seus merecidos salários. Isso sim me faz sofrer”, comentou.
Sobre o seu futuro e o do clube, o presidente revelou quando deixará o cargo e teme que essa crise coral se torne incontornável nos anos que virão pela frente. “Pode me amarrar, fazer o que for, mas só saio em dezembro, no fim do meu mandato. Já o Santa Cruz, se não houver um planejamento com a base e com o departamento amador, temo muito pelo futuro tricolor”, finalizou.
GUSTAVO LUCCHESI
Quem não conhece aquele boneco inflável conhecido como “João Bobo” ou “João Teimoso”, que mesmo após ser espancado, surpreendentemente, sempre se reergue e continua de pé? Pois bem, aparentando ter absorvido alguns ensinamentos do boneco, o atual presidente do Santa Cruz, Édson Nogueira, o Edinho, tem totais condições de superar a capacidade de resistência do famoso “João”.
Alvo constante de impiedosas críticas, principalmente dos seus opositores, que tiveram frustrada pela Justiça a tentativa de tirar Edinho do cargo, na última semana, o dirigente consegue se manter intacto às nuvens pesadas que assombram as Repúblicas Independentes do Arruda. Sempre espirituoso e sincero, o cartola maior tricolor se autodefiniu com a seguinte frase. “Sou igual a fermento: quanto mais se bate, mais eu cresço”, brincou.
Porém, mesmo provando ser mais forte do que parece, é inegável, até mesmo pelo próprio presidente, que alguns erros foram cometidos na sua gestão, como a permanência de Mauro Fernandes como treinador na Série B do ano passado, quando a sua situação já era insustentável. A parceria com a empresa RT Prosports, do ex-jogador Ricardo Rocha, no início deste ano, não tendo se aproveitado nem 10% do caminhão de atletas que a empresa mandou, também pode ser apontado como um dos seus grandes equívocos.
Isso sem contar com as duas piores campanhas do Tricolor em campeonatos estaduais, terminando a disputa na sétima colocação tanto no ano passado, quanto neste ano. “Eu sei que cometi erros. Qual ser humano não erra? Mas garanto que nunca errei por má-fé, como bom tricolor que sou, sempre pensei no que era melhor para o Santa Cruz”, afirmou.
Sobre a atual oposição à sua gestão, comandanda pelo jornalista Fernando Veloso, Edinho diz não se abalar em nada com as acusações feitas pelos seus opositores, ao qual prefere chamar de “aproveitadores”. “Não me atinge de forma alguma as agressões vindas desse grupo. O que me parte o coração é olhar para os funcionários, que são pessoas humildes, e não ter dinheiro para conseguir pagar os seus merecidos salários. Isso sim me faz sofrer”, comentou.
Sobre o seu futuro e o do clube, o presidente revelou quando deixará o cargo e teme que essa crise coral se torne incontornável nos anos que virão pela frente. “Pode me amarrar, fazer o que for, mas só saio em dezembro, no fim do meu mandato. Já o Santa Cruz, se não houver um planejamento com a base e com o departamento amador, temo muito pelo futuro tricolor”, finalizou.
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