terça-feira, 19 de agosto de 2008

Edinho diz que elenco não agüenta mais pressão


Do JC OnLine

Nem o técnico Ronaldo Bagé vai embora nem o time vai treinar fora do Arruda. Pelo menos foram essas as informações garantidas pelo presidente do Santa Cruz, Édson Nogueira; e o superintendente, Luiz Cláudio, respectivamente. Os corais terão a semana inteira de preparação para o confronto decisivo diante do Campinense, domingo (24), pela penúltima rodada da segunda fase da Série C.

Edinho explicou que, no momento atual do clube, quanto mais a estrutura for mexida, mais problemas podem aparecer. O que ele avisou que vai fazer é procurar tranqüilizar tanto atletas quanto comissão técnica. Para tanto, terá uma conversa com todos.

"Mas não vai ser uma conversa criando expectativas ou sensacionalismo. Esse grupo não agüenta mais pressão e todas as ações que forem tomadas serão dentro da normalidade. O que eu puder fazer para dar tranqüilidade a todos, vou fazer", enfatizou.

Quanto aos treinos, Luiz Cláudio afirmou que sair do José do Rego Maciel como foi feito na semana passada está fora de questão. O que pode acontecer é um ou outro treino ser realizado fora do Recife para poupar o gramado. O dirigente també lembrou que a regularização do meia-atacante Jefferson está próxima.

"Entramos em contato com um banco para fazer o câmbio. Jefferson é um jogador que se destacou durante a semana e vamos fazer de tudo para contar com ele no domingo", disse. Para a liberação, o tricolor precisa pagar US$ 600 à Federação Paraguaia de Futebol, entidade de origem do atleta.

Charge - Jornal do Commercio

Caminhos para milagre coral


Além de muita reza, figa, promessa e folha de arruda, o torcedor do Santa Cruz terá que ter ao seu lado uma máquina de calcular. A equipe coral terá que contrariar todos os prognósticos para conseguir uma vaga na próxima fase da Série C e evitar o desastre de mais um latente rebaixamento de divisão. O que seria o caos completo. Mas, pensando positivamente, o Diario traz as oito possibilidades de milagre - baseado nos levantamentos do Blog dos Números - para que a equipe coral, pelo menos, continue na terceira divisão nacional no próximo ano.

Todos os cálculos passam primeiro por um fato concreto: vencer os dois próximos jogos - Campinense, no Arruda (domingo,24), e Salgueiro, no Cornélio de Barros (06/09). Feito isso, o Santa Cruz chegaria aos oito pontos no Grupo 19. Aí entra a matemática e as projeções dos dois confrontos entre os adversários (veja quadro ao lado). O que chama a atenção é que das oito chances de classificação - a nona é o rebaixamento -, o Tricolor decidiria seis pelo saldo de gols.

Por isso vencer Campinense e Salgueiro com uma boa margem é essencial. Em apenas duas a equipe coral levaria a classificação direta. No primeiro caso precisaria torcer por duas vitórias do Icasa. No outro uma vitória do time cearense diante do Salgueiro e um empate com o Campinense. Neste caso, Icasa e Santa Cruz estariam na terceira fase da competição.

É bom o torcedor coral lembrar que o clube está há seis jogos sem vencer (quatro empates e dois derrotas). Além disso, o time não marca um gol há três jogos. Durante todo o dia de ontem os boatos sobre a demissão do técnico Bagé circularam pelo Arruda. Porém, o treinador balançou, mas não caiu. A diretoria segurou Bagé pelo menos para os próximos dois jogos decisivos.

Conheça as possibilidades

Icasa x Salgueiro Campinense x Icasa Resultado

Icasa Empate Santa classificado

Icasa Icasa Santa classificado

Icasa Campinense Santa e Campinense decidem no SG

Empate Campinense Os 4 times decidiriam no SG

Empate Empate Santa e Salgueiro decidem no SG

Empate Icasa Santa e Salgueiro decidem no SG

Salgueiro Campinense Santa e Campinense decidem no SG

Salgueiro Empate Santa e Icasa decidem no SG

Salgueiro Icasa Santa não se classifica

(SG - Saldo de gols)*

Não basta vencer. Também é preciso fazer gols, Santa!

Marcos Pastich/Arquivo Folha



Rebaixamento pode ser decidido pelos critérios de desempate
Corais precisam reencontrar o caminho das redes se quiserem evitar queda
Filipe Assis

Não basta vencer. Sem depender apenas de si para evitar o que seria o terceiro rebaixamento seguido em Campeonatos Brasileiros, o Santa Cruz também precisa fazer gols. Tanto a classificação para a Terceira Fase quanto a permanência na Série C como um dos quatro melhores terceiros colocados, podem ser decididos pelo saldo de gols.

Se tiver alguma esperança de escapar da Quarta Divisão, a Cobra Coral precisa de duas vitórias. Nesse caso, iria a oito pontos. Com esta pontuação, só pode avançar na Terceira Divisão sem depender do saldo de gols se ocorrer uma única combinação de resultados: paralelamente às duas vitórias tricolores, o Icasa teria que derrotar o Salgueiro no próximo domingo e, na última rodada, ganhar ou empatar com o Campinense. Nesse caso, o time cearense ficaria em primeiro lugar, com 13 ou 11 pontos, e a Cobra Coral subiria para segundo, isolado com oito.

No caso de o Salgueiro derrotar o Icasa, o Santa Cruz teria que torcer, na última rodada, para o Campinense vencer o Icasa, ou estes dois times empatarem. Com isso, um dos dois, ou o Icasa ou o Campinense, terminaria com os mesmos oito pontos do time pernambucano.

Em uma das possíveis combinações de resultados, uma é pouco provável, porém, muito curiosa. Os quatro clubes podem terminar a Segunda Fase empatados com oito pontos. Para que isso ocorra, além de duas vitórias do Mais Querido, era preciso que Icasa e Salgueiro empatassem neste domingo, e que, na rodada de encerramento, o Campinense derrotasse o Icasa. As quatro equipes teriam oito pontos e duas vitórias cada. O saldo de gols decidiria os dois classificados para a Terceira Fase.

Em último caso, se a Cobra Coral não garantir uma vaga direta para às oitavas-de-final, restará tentar ficar, ao final da fase, como um dos quatro melhores terceiros colocados dos grupos, o que livraria o time do rebaixamento. Mais uma vez, o saldo de gols deve entrar em campo. Pelo menos, a julgar pela Primeira Fase, quando apenas dois terceiros colocados fizeram mais que oito pontos - Macaé/RJ e Itabuna/BA somaram nove.

Todas as projeções são feitas a partir de duas vitórias do Tricolor porque, se o time não vencer o Campinense, só poderá chegar a seis pontos - caso derrote o Salgueiro -, e tanto o Carcará quanto o Icasa já estão com um ponto a mais.

Bagé balança, mas não cai

GUSTAVO LUCCHESI

Trinta e dois dias após aportar no Arruda com a pompa de ter deixado o Icasa/CE classificado antecipadamente para a Segunda Fase do Brasileirão da Série C, o treinador Ronaldo Bagé perdeu o posto de nova esperança coral para ser apontado como um dos vilões para o péssimo momento que vive o Mais Querido na competição. Há seis jogos sem saber o que é sair de campo vitorioso, o técnico balançou, e quase perdeu o cargo após as duas derrotas seguidas para o Verdão do Cariri. De acordo com informações dos bastidores do clube, isso só não aconteceu pelo fato de haver apenas dois jogos para terminar a fase e pela falta de opção para assumir o comando da equipe em tão pouco tempo.

Em sete jogos à frente da Cobra Coral, Bagé obteve apenas sete pontos, dos 21 disputados, tendo conquistado apenas uma vitória, em cima do Potiguar/RN, por 2x0, na sua estréia, ainda na Primeira Fase da Terceirona. Depois disso, foram quatro empates e duas derrotas, ambas sofridas para os cearenses. Apesar disso, o ditado de que “contra números não há argumentos” vem sendo ignorado pelos dirigentes tricolores. “Seria um ato de insanidade da minha parte tirar o treinador nessa situação atual. Essa atitude só faria nos atrapalhar. Ele também é culpado, mas não pode levar a culpa sozinho”, comentou o presidente Édson Nogueira, o Edinho.

Preferindo deixar de lado a calculadora e os números, o mandatário coral preferiu esquecer as complicadas combinações de resultados que o Tricolor precisa para se classificar à Terceira Fase da Série C. “Antes de pensarmos nos outros, temos que vencer os nossos jogos, caso contrário, estamos fora”, finalizou.

Cálculo cruel: só 6% de chances de passar


Quando um campeonato vai afunilando e a hora de definir classificações chega próxima, é impossível jogadores, dirigentes e torcedores não recorrerem à calculadora. E a situação do Santa Cruz, em particular, está muito complicada. Com duas rodadas para o término da segunda fase da Série C do Campeonato Brasileiro, os corais amargam a lanterna do Grupo 19. Têm de vencer os dois jogos e torcer por uma combinação de resultados. De acordo com os cálculos e análises combinatórias, o time tem 6,2% de chance de seguir em frente.

O próximo jogo do Santa é domingo, contra o Campinense-PB, no Estádio do Arruda. Os comandados de Ronaldo Bagé fecham a fase no domingo seguinte, contra o Salgueiro, no Estádio Cornélio de Barros, no Sertão pernambucano. Atualmente, o time soma dois pontos. O líder é o Carcará, com sete pontos e dois de saldo positivo. Os cearenses vêm logo em seguida, com sete pontos e zero de saldo. Os paraibanos estão em terceiro, com cinco pontos.

Nas duas rodadas restantes, há possibilidade de 81 combinações diferentes. Somente duas delas garantem a vaga tricolor sem que sejam necessários desempates por intermédio dos critérios previstos no regulamento, ambas considerando duas vitórias corais. No primeiro quadro, seria necessário que o Icasa-CE batesse o Salgueiro este domingo, em Juazeiro do Norte, e empatasse com o Campinense-PB na última rodada, em Campina Grande.

Na outra situação, o Santa Cruz precisaria de duas vitórias do Icasa-CE, contra o Salgueiro e o Campinense-PB. “Enquanto tivermos possibilidade, vamos lutar até o fim. Se for 1% de chance, poderemos torná-la real. Quanto a apoio da torcida, acho que não será preciso pedir a força do torcedor. A torcida do Santa Cruz não desiste fácil. Depois do que aconteceu na Batalha dos Aflitos, acredito em tudo”, disse o técnico Ronaldo Bagé.

Em outras seis combinações, os tricolores precisariam levar a melhor sobre um oponente ou dois nos critérios. Os quatro times podem, inclusive, acabar todos empatados com oito pontos. Isso só acontece se o Santa vencer os dois jogos, Icasa-CE e Salgueiro empatarem, e o Campinense-PB bater o Icasa-CE no fechamento da fase. Para efeito de cálculo, deve ser atribuída meia chance de classificação nas situações em que sejam necessários desempates.

No retrospecto das duas fases da competição, os corais já fizeram dez partidas. Venceram duas, empataram quatro e perderam outras quatro. Dos 30 pontos em disputa, conquistaram dez, o que oferece um índice de 33,3% de aproveitamento. “O grupo vem decepcionando, mas só podemos dizer que confiem nos jogadores. Vamos ganhar do Campinense-PB no domingo e fazer o jogo da vida contra o Salgueiro, fora”, afirmou o diretor Constantino Júnior.

Para enfrentar o Campinense-PB, o clube espera finalmente contar com o meia-atacante Jefferson. O jogador deve ter o nome publicado no Boletim Informativo Diário (BID) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) até as 19h da próxima sexta-feira. O Santa Cruz aguarda um documento de transferência da Federação Paraguaia de Futebol. No país vizinho, o atleta possui vínculos com o Club General Caballero.

SALGUEIRO

Nas análises combinatórias, o Salgueiro é a equipe que tem a situação mais confortável. O líder conta a seu favor com 65 das 81 possibilidades de combinações de resultados. A classificação sai com uma rodada de antecedência se o time vencer o Icasa-CE, e o Campinense-PB não bater o Santa.

Valor dos bilhetes 50% mais barato

Em situação crítica, não resta ao Santa Cruz outra alternativa que não seja confiar na torcida. Mesmo com os insucessos recentes, os tricolores repetem rodada a rodada provas incomensuráveis de amor ao clube. Para tornar a massa coral mais uma aliada importante na tarefa quase impossível de conquistar a classificação à terceira fase da Série C do Campeonato Brasileiro, a diretoria resolveu baixar em 50% o preço dos ingressos. A entrada de arquibancada para domingo custará R$ 10, enquanto sócio, idoso, estudante e crianças até 12 anos de idade pagarão R$ 5.

Desde o início da competição, o Santa Cruz vinha cobrando R$ 20 pela arquibancada e R$ 10 pelos ingressos de meia entrada. Vale ressaltar que o torcedor coral também conta com a possibilidade de ter acesso ao Estádio do Arruda via programa governamental Todos com a Nota. O convênio garante 15 mil bilhetes por jogo para este fim. A troca do Vale-Cidadão, a princípio, está marcada para a próxima sexta-feira, das 13h às 17h. O clube conta somente com o anel inferior. O superior está interditado desde dezembro do ano passado e passa por reformas.

Mesmo na Série C do Campeonato Brasileiro, o Santa Cruz está entre os principais clubes em presença de público esta temporada. A média de comparecimento de pessoas por partida é de 20.499, a sétima melhor entre os 103 times espalhados pela Primeira, Segunda e Terceira Divisões. Os corais perdem para Flamengo (37.946), Grêmio (29.114), Internacional (22.959), Sport (21.722), Coritiba (21.190), todos da Série A, e Corinthians (23.990), integrante da Série B. Nas cinco partidas realizadas no Arruda até o momento, foi registrado um fluxo de 102.493 torcedores.

Bagé segue no cargo de técnico coral

Apesar das críticas da torcida em torno do trabalho do técnico Ronaldo Bagé e do rendimento da equipe sob a batuta do comandante até o momento, a diretoria do Santa Cruz vai mantê-lo no cargo pelo menos até o próximo domingo.

Depois da derrota para o Icasa-CE, por 1x0, domingo passado, fora de casa, o clube cogitou sua demissão, mas o presidente executivo coral, Edson Nogueira, chamou para si a responsabilidade da decisão.

Bagé desembarcou no Recife no dia 15 de julho para substituir Fito Neves, demitido com o histórico de uma vitória e duas derrotas no Nacional. Estreou cinco dias depois, quando o time venceu o Potiguar de Mossoró-RN por 2x0, no Arruda, pela quarta rodada do Grupo 5 da primeira fase da Série C do Campeonato Brasileiro. Depois disso, foram quatro empates e duas derrotas. O índice de aproveitamento é de 33,3%. Conquistou sete pontos dos 21 disputados.

Após a segunda derrota seguida, o treinador insinuou a existência de problemas internos. Porém optou por explicações evasivas e não apontou sobre o que estava tratando.

“Acontecem algumas coisas no Santa Cruz que não vejo nem em times pequenos. Há alguns fatos que muita gente não sabe. Mas não adianta me perguntar que eu não vou dizer quais são os problemas”, disse Ronaldo Bagé.

Na temporada atual, o Santa Cruz está trabalhando com o terceiro treinador diferente. Em dezembro do ano passado, o clube iniciou a preparação com Zé do Carmo, ex-volante do próprio tricolor. Ele resistiu até a metade da segunda fase do primeiro turno do Campeonato Pernambucano, quando foi substituído.

Fito Neves, por sua vez, ficou no restante do Estadual e nas três primeiras rodadas da Série C. No Pernambucano, não conseguiu tirar o time do Hexagonal da Morte. E ficou sem disputar o segundo turno com as principais equipes.