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terça-feira, 27 de janeiro de 2009

No sonho da Série D


No Arruda // Aproveitamento de 80% motiva Santa Cruz a lutar por competição nacional

Antes, a empolgação vinha apenas dos trabalhos de recuperação patrimonial do Santa Cruz. Agora, o torcedor tricolor mostra-se também orgulhoso pela campanha que o time vem desempenhando dentro de campo. A equipe coral está surpreendendo a todos pelos bons resultados conquistados neste início de temporada.

Foram cinco jogos pelo Campeonato Pernambucano com quatro vitórias e apenas uma derrota. O Santa Cruz já soma 12 pontos, tem um aproveitamento de 80% e já ocupa a terceira colocação na tabela do Estadual. Nada mal para um clube que começou, literalmente, do zero contratando nada mais nada menos que 24 atletas. É claro que ainda é cedo para se comparar, mas se o Pernambucano terminasse hoje, um dos principais objetivos do clube já teria sido alcançado. O Santa Cruz estaria com uma vaga garantida na Série D do Campeonato Brasileiro deste ano.

Como a classificação para a competição nacional acontece pelo desempenho no Estadual, o Tricolor teria que ter, no mínimo, a segunda melhor performance depois de Sport eNáutico (Série A) e Salgueiro (Série C). Hoje, a equipe coral está atrás apenas do Sport - líder com 15 pontos - e do Porto - também com 12 pontos, mas com vantagem nos critérios de desempate. Por sinal, o Porto seria o outro representante de Pernambuco na Série D levando-se em consideração os resultados até a quinta rodada.

A outra referência que se pode fazer com relação ao Santa Cruz é que o clube, há duas temporadas, não tinha um início de competição tão bom. Apenas em 2006, o Santa Cruz conseguiu um desempenho melhor. Na época, os tricolores venceram seus primeiros quatro jogos - Porto (1 x 0, no Arruda); Estudantes (2 x 0, em Timbaúba); Ypiranga (2 x 1, no Arruda) e Serrano (3 x 0, em Serra Talhada). Na quinta partida, contra o Salgueiro, no Cornélio de Barros, a equipe coral perdeu por 1 x 0. Somou também 12 pontos e teve um aproveitamento de 80%. Neste Campeonato Pernambucano, o Santa Cruz vem de três vitórias consecutivas - Central e Salgueiro (2 x 1) e Ypiranga (3 x 1). Esse feito também não acontecia desde 2006.

Mordaça

A Lei da Mordaça deve virar uma praxe a partir de agora dentro do Santa Cruz. Jogador que for expulso ou tiver alguma atitude antidesportiva será impedido de falar com a imprensa. Foi isso que aconteceu ontem com o meia Leandro Gobatto, que foi expulso, infantilmente, ao dar um carrinho em um jogador do Ypiranga.

A iniciativa partiu do assessor de imprensa do clube, Fernando Esdras, que não explicou os motivos. "Ele foi expulso. Não precisa falar. Escolham outro", disse Esdras tentando "blindar" o jogador que teve uma atitude irresponsável e que poderia ter prejudicado o próprio clube.

O elenco tricolor volta a realizar um trabalho técnico tático hoje, em Paulista. A novidade na equipe deve ser o retorno do meia William, que cumpriu suspensão automática. Ele entra no lugar de Gobatto. O volante Elder, com problemas no joelho, também desfalcará a equipe.

Saiba mais

Ingressos contra Cabense no Arruda

Os torcedores do Santa Cruz que quiserem ir até o Cabo de Santo Agostinho para assistir o confronto diante da Cabense, amanhã, às 21h, no Gileno de Carli, poderão adquirir os ingressos a partir de hoje, das 9h às 21h, nas bilheterias do Arruda. Um acordo entre as diretorias dos dois clubes destinou 2 mil bilhetes para serem vendidos no José do Rego Maciel. Preço: R$ 20.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Coral não perde em estreias desde 1989


Após 21 campeonatos estaduais, o Santa soma 18 vitórias e três empates

GLOBOESPORTE.COM
Recife


Com a vitória por 1 a 0, sobre o Sete de Setembro, neste último domingo, em Garanhuns, pela primeira rodada do Campeonato Pernambucano 2009, o Santa Cruz manteve a escrita de não perder em estreias. A última derrota tricolor no jogo inicial do Estadual foi em 1988, quando perdeu para o extinto Santo Amaro, por 1 a 0, no Arruda.

Após 21 campeonatos e quase 20 anos, o Santa registra um ótimo aproveitamento. Desde 1989 até este último domingo, foram 18 vitórias em estreias e três empates. O Coral marcou 53 gols e sofreu apenas dez. O aproveitamento é de 90 por cento.

Confira a série invicta:

1989 – Santa Cruz 2x0 Santo Amaro - Arruda
1990 – Estudantes 0x3 Santa Cruz - Timbaúba
1991 – Santa Cruz 10x1 Íbis - Arruda
1992 – Santa Cruz 2x0 Paulistano - Arruda
1993 – Santa Cruz 4x0 América - Arruda
1994 – Santa Cruz 4x0 América - Arruda
1995 – Santa Cruz 4x0 Estudantes - Arruda
1996 – Santa Cruz 2x1 Central – Ilha do Retiro
1997 – Recife 2x2 Santa Cruz - Goiana
1998 – Santa Cruz 2x1 1° de Maio - Arruda
1999 – Santa Cruz 1x0 Recife - Arruda
2000 – Santa Cruz 2x0 Central - Aflitos
2001 – Santa Cruz 1x1 AGA - Arruda
2002 – Santa Cruz 1x0 Petrolina - Arruda
2003 – Santa Cruz 3x1 Itacuruba - Arruda
2004 – Itacuruba 0x2 Santa Cruz - Itacuruba
2005 – Itacuruba 1x1 Santa Cruz - Itacuruba
2006 – Santa Cruz 1x0 Porto - Arruda
2007 – Santa Cruz 2x0 Belo Jardim - Arruda
2008 – Santa Cruz 3x2 Ypiranga - Arruda
2009 – Sete de Setembro 0x1 Santa Cruz - Garanhuns

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Interior prefere fórmula do Santa


A maioria dos times do interior de Pernambuco apóia a fórmula defendida pelo Santa Cruz – semelhante a do Campeonato Paulista – para o Pernambucano 2009. O JC ouviu os sete times confirmados na Série A1 – dois subirão este ano – e cinco deles afirmaram que a competição por pontos corridos entre os clubes, em turno e returno, com os quatro melhores colocados duelando em mata-matas, na semifinal e na final, seria a melhor opção. Porto e Náutico não vão revelar os seus posicionamentos até o Conselho Arbitral, marcado para o próximo dia 30.

Sport e Petrolina aprovam a fórmula da FPF, a mesma utilizada em 2007, com a competição dividida em dois turnos. Em cada etapa, as equipes se enfrentam em jogos de ida. O melhor classificado leva o título da fase e conquista o direito de disputar a final, com possibilidade de uma extra caso mais de um time contabilize o mesmo número de pontos. A equipe que vencer os dois turnos é considerada campeã de forma direta.

Caso a decisão fosse tomada hoje, a fórmula defendida pelo Santa Cruz teria 43 pontos contra 17 da FPF. Os votos até então desconhecidos de Náutico e Porto, além dos dois que subirem da Série A2 somam 18 pontos.

No Conselho Arbitral, os votos têm pesos proporcionais à colocação do ano anterior, com o voto do campeão (Sport) valendo 12 pontos, o do vice (Náutico) 11 e assim sucessivamente.

“Nós sugerimos esta fórmula (Paulistão) para este ano, mas o presidente da FPF alegou que não tinha data e que ela era injusta”, afirmou o presidente do Ypiranga e do G-9 (grupo dos times do interior), Flávio Pontes.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Santa Cruz bate recorde negativo ao sofrer terceiro rebaixamento seguido


Time vê o poço ficar mais fundo com a estréia da Quarta Divisão em 2009. Outros despencaram da Série A para a C recentemente

Bernardo Ferreira
Rio de Janeiro

A Cobra Coral desceu três divisões desde 2006

O Santa Cruz conseguiu um feito inédito na história do futebol brasileiro: ser rebaixado por três anos consecutivos. O time pernambucano, que estava na Primeira Divisão em 2006, jogou a Segundona em 2007 e a Terceirona neste ano. Com uma campanha ruim, não conseguiu ficar entre os 20 que disputarão a reformulada Série C do ano que vem. Sobrou para ele a recém-criada Série D - isso se conseguir se classificar, segundo critérios que ainda serão adotados pela Federação Pernambucana.

O rebaixamento foi confirmado nesta quarta-feira, a uma rodada do fim da segunda fase, com a goleada do Caxias sobre o Brasil de Pelotas.

- Era mais fácil chover dois meses no sertão do que o Santa Cruz sair dessa - resignou-se o volante Alexandre Oliveira, ao saber do resultado em Caxias do Sul.

O Santa Cruz, fundado em 1914, já conquistou o Campeonato Pernambucano 24 vezes (mais do que o Náutico, que tem 21 títulos, e menos do que o Sport, com 37). O time ocupa a 21ª colocação do ranking da CBF, logo à frente do rival Náutico, que está na Primeira Divisão.

Queda livre tem sido freqüente no Brasileirão

Despencar da Primeira para a Terceira Divisão em apenas dois anos tem sido freqüente no Campeonato Brasileiro. A maldição nos últimos anos começou com o Criciúma, que foi rebaixado em 2004 e em 2005. O segundo foi o Paysandu, com quedas em 2005 e 2006. O Santa Cruz passou pelo mesmo processo e ainda deu azar de ver o poço ficar mais fundo, com a criação da Série D.

Dois times podem manter a fila andando. Paraná e América-RN, que deram adeus à elite em 2007, estão mal na Série B deste ano. O primeiro já está entre os quatro últimos colocados (em 18º lugar), e o segundo tem boas chances de entrar na zona de rebaixamento na noite de sexta-feira.

Reprodução/Reprodução

Site do Santa exibe mensagem de apoio após o rebaixamento no ano passado

Apenas a partir de 2001 o Campeonato Brasileiro viu se estabilizarem o sistema de rebaixamento e a disputa em três divisões. Antes disso, era comum a competição não ter times rebaixados ou sofrer viradas de mesa. O Fluminense, assim como acontece agora com o Santa Cruz, também teve três rebaixamentos seguidos (1996 e 1997 na Série A e 1998 na Série B), mas só os dois últimos valeram.

A CBF já divulgou o calendário para a temporada de 2009, com a inclusão da Série D. A competição - assim como acontecia com a Série C até este ano - terá seus times determinados por critérios das federações estaduais.


O declínio do Santa Cruz no Campeonato Brasileiro

Primeiro rebaixamento (2006): o pior na elite

Contra o Vasco, a pior derrota: 4 a 0 em casa

Campanha: foi o lanterna entre os 20 times, com sete vitórias, sete empates e 24 derrotas (marcou 41 gols e sofreu 76).

Pior derrota: 4 a 0 para o Vasco, no Arruda.

Principais jogadores: Jorge Henrique, Carlinhos Bala e Márcio Mixirica.

Prévia: na Copa do Brasil, o Santa passou raspando na primeira fase, contra o Vila Aurora (MT). Em seguida, foi eliminado pelo Vitória. No Pernambucano, o time sofreu uma dolorosa derrota na final. Após perder para o Sport por 2 a 1 na primeira partida, o Tricolor arrancou uma vitória por 1 a 0 no segundo jogo, com um gol no finzinho. Na disputa por pênaltis, entretanto, deu Sport.

Segundo rebaixamento (2007): na Série B, queda na reta final

Derrota para o Criciúma em reta final desastrosa

Campanha: ficou em 18º lugar, com dez vitórias, 12 empates e 16 derrotas (47 gols a favor e 65 contra). O time despencou na reta final - nas últimas 11 rodadas, acumulou sete derrotas e quatro empates.

Pior derrota: 6 a 0 para a Ponte Preta, em Campinas.

Principais jogadores: Marcelo Ramos, Kuki e Carlinhos Paraíba.

Prévia: foi eliminado logo na primeira fase da Copa do Brasil, com duas derrotas para o Ulbra Ji-Paraná (RO). No Pernambucano, ficou em sexto lugar. O consolo foi ter o artilheiro pela segunda vez seguida, com Marcelo Ramos sucedendo Carlinhos Bala.

Terceiro rebaixamento (2008): eliminação no meio do caminho

Jogadores se reúnem para uma corrente

Campanha: classificou-se com dificuldade na primeira fase, num grupo com Campinense-PB, Potiguar de Mossoró-RN e Central-PE. A uma rodada do fim da segunda fase, está na lanterna, atrás de Salgueiro-PE, Icasa-CE e Campinense-PB. Dezesseis times continuarão na disputa.

Pior derrota: 3 a 0 para o Potiguar de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Principais jogadores: Rosembrick e Sandro.

Prévia: foi eliminado novamente na primeira fase da Copa do Brasil, desta vez pelo Fast (AM). A campanha no Pernambucano não foi menos vexatória: ficou em sétimo lugar entre 12 times e foi obrigado a disputar o hexagonal da morte para fugir do rebaixamento.

Rivais lamentam queda do Santa Cruz

Presidentes de Sport e Náutico dizem que fracasso do Tricolor representa o enfraquecimento do futebol pernambucano

Bernardo Ferreira
Rio de Janeiro

Jogadores do Santa Cruz se reúnem antes do apito do juiz: time não se manteve na Série C

Nada de tripudiar. O momento desesperador vivido pelo Santa Cruz, rebaixado para a Quarta Divisão, foi motivo de lamentação nos rivais Sport e Náutico, que estão na elite do futebol brasileiro. Os presidentes dos dois clubes disseram que a queda do Tricolor é um baque para o futebol do estado e do Nordeste. No ano que vem, o Santa terá ainda de confirmar sua participação na Série D, de acordo com critérios a serem adotados pela Federação Pernambucana.

- Um clube se fortalece quando seus rivais estão fortes, pois faz com que não baixe a guarda. A queda do Santa Cruz é muito ruim para Pernambuco e para o Nordeste - lamenta Maurício Cardoso, do Náutico.

Milton Bivar, do Sport, tem opinião igual, mas ressalta que os torcedores não pensam da mesma maneira.

- A torcida não perde tempo. A gozação predomina, o que é normal no futebol.

Na verdade, nem mesmo os torcedores rubro-negros são unânimes em festejar a desgraça alheia. No site de relacionamentos Orkut, na maior comunidade do time, alguns lamentavam a perda de prestígio do clássico e demonstravam até pena. A maioria, no entanto, comemorou.

A rivalidade ainda fez com que o atacante Kuki, do Náutico, preferisse não lamentar ou mesmo comentar a situação do Santa.

- Alguns torcedores do Náutico podem pegar no meu pé depois - justificou o jogador, que participou do rebaixamento do Santa Cruz na Série B em 2007.

Dirigente diz que Sport é modelo para o Santa

Milton Bivar vê o futebol pernambucano mais fraco, mas não acha que seu clube seja atingido pela crise do rival. Segundo ele, o principal problema será a polarização entre Sport e Náutico na briga pela hegemonia em Pernambuco, já que "o Santa Cruz não terá condições de montar um time em condições de brigar por título".

O dirigente, que imagina que o orgulho impediria o rival de aceitar qualquer ajuda do Sport, vê seu clube como modelo para que o Santa Cruz saia dessa situação.

- Na área administrativa e financeira, podemos servir como modelo, sim. Temos uma política de pés no chão que diminuiu o número de ações na Justiça contra o clube.

O Sport é o atual campeão da Copa do Brasil e por isso tem vaga assegurada na Libertadores do ano que vem. No Brasileirão, ocupa uma posição intermediária na tabela de classificação - atualmente é o décimo colocado. Já o Náutico, em 18º, corre o risco de rebaixamento.

Os presidentes dos dois rivais estão juntos no lamento e também na esperança de que o Santa Cruz volte aos seus melhores dias.

- O clube tem força, tradição e torcida. O caminho a percorrer é mais longo, mas ele voltará à elite - aposta Maurício Cardoso.

Time de Quarta, torcida de Primeira

Santa Cruz tem a oitava melhor média de público entre os times das Séries A, B e C do Brasileiro, à frente de São Paulo, Vasco e Atlético-MG

Bernardo Ferreira
Rio de Janeiro

A melhor atuação do Santa Cruz na Série C do Campeonato Brasileiro aconteceu na arquibancada. A torcida levou ao estádio do Arruda quase 20 mil pessoas por jogo, apesar da má campanha do time, que foi incapaz de ficar entre os 20 melhores e acabou rebaixado.

Agência/Lance

Torcida foi sempre em bom número ao Arruda e acompanhou o time mesmo fora de casa

- O Santa Cruz hoje só tem uma coisa boa: a sua torcida. Ela é impressionante, maravilhosa - elogia o ex-jogador Ricardo Rocha, que defendeu o Tricolor no início da carreira, em 1983 e 1984.

A média de 19.894 torcedores por partida deixa o Santa Cruz na oitava colocação entre as 103 equipes que disputaram as Séries A, B e C. Está na frente de vários grandes que estão na elite, como São Paulo, Palmeiras, Vasco, Botafogo, Fluminense e Atlético-MG.

Por outro lado, não supera o rival Sport, que tem média de público um pouco superior: 21.639. Essa derrota na arquibancada reflete o melhor momento vivido pelos rubro-negros nos últimos anos. De acordo com as últimas pesquisas, o Sport já tem o triplo de torcedores do Santa em Pernambuco (e o dobro em Recife).

- O amor que o torcedor do Santa Cruz tem pelo seu time é comparável ao de Flamengo e Corinthians. Se o Santa chegasse às fases finais da Série C, ia ter público de Série A - compara o meia Alexandre Oliveira.

Os campeões de público em 2008 no Campeonato Brasileiro

Time Divisão Jogos Média de público Média de renda
1º Flamengo 11 37.013 R$ 641.899
2º Grêmio 12 30.166 R$ 569.950
3º Inter 11 22.600 R$ 293.150
4º Corinthians 11 22.012 R$ 430.121
5º Sport 11 21.639 R$ 252.374
6º Coritiba 11 21.379 R$ 340.129
7º Cruzeiro 12 20.889 R$ 304.122
8º Santa Cruz 6 19.894 R$ 99.193
OBS: Computados os jogos realizados até o dia 3 de setembror

Sonho de infância é frustrado em meio à pior fase da história do clube

Jogador, que esperou até os 29 anos para vestir a camisa do time do coração, participa do capítulo mais triste da história do Santa Cruz

Bernardo Ferreira
Rio de Janeiro

Alexandre vira Guerreiro na bandeira da torcida

Alexandre Oliveira esperou até os 29 anos para ver seu sonho de infância realizado: vestir a camisa do Santa Cruz. Mas 2008 será sempre lembrado por ele com tristeza. O pernambucano de Igarassu, que freqüentou muito a arquibancada do Arruda quando era garoto, viu de perto o time do coração escrever o pior capítulo da sua história, com o rebaixamento para a recém-criada Série D do Brasileirão.

- É a pior fase do clube desde a fundação. Não tem como ser pior. Antes não tinha para onde ir, mas agora inventaram a Série D. Se o time não tem recursos para disputar a Série C, imagina a D - lamenta o jogador (agora aos 30 anos), que chegou no início do ano e, graças à identificação com o clube, ganhou uma rara homenagem da torcida: uma bandeira personalizada.

Em São Paulo, torcida pelo rádio

O volante também presenciou a classificação do Santa Cruz para a elite do futebol brasileiro, em 2005. Ele estava em campo quando o time venceu a partida que valia vaga na Série A, mas do lado adversário. Na época, vestia a camisa da Portuguesa, que perdeu por 2 a 1 em Recife.

- Foi uma situação difícil. O Arruda estava lotado, com a torcida fazendo festa. Mas sou profissional e fiquei triste.

Nos dois anos seguintes, ainda defendendo a Lusa, acompanhou pela internet e pelo rádio o Santa Cruz sendo rebaixado na Série A e depois na Série B. Enquanto isso, o time paulista conseguia a sua volta à elite no Paulistão e no Brasileiro. Sem acordo para renovar o contrato no fim de 2007, Alexandre foi passar férias em Pernambuco e acertou com o Santa Cruz.

Jogador diz que Santa se tornou clube perdedor

- A minha idéia era disputar só o estadual. Mas o bicho foi pegando, e a minha vontade de sair dessa situação aumentava - conta o jogador. - Eu gostaria de comemorar o acesso à Série B. Outros jogadores vão embora, mas minha família é daqui, mora na Ilha do Itamaracá (na Grande Recife). Vou ouvir falarem desse rebaixamento para sempre.

Para Alexandre, a troca de treinadores e o entra-e-sai de jogadores contribuíram para o terceiro dos rebaixamentos do Santa Cruz.

- O trabalho começou com o Fito Neves, e com ele chegaram vários jogadores. Depois entrou o Bagé. Vieram mais alguns jogadores, mas ele disse que não tinha sido ele a formar o grupo. E isso gerou mal-estar - opina o jogador. - Não adianta: quando vem coisa ruim, é uma atrás da outra.

A única coisa boa do Santa Cruz na Série C, segundo Alexandre, foi a participação da torcida. Para ele, o apoio vindo da arquibancada evitou um vexame ainda maior, a eliminação na primeira fase.

- O Santa sempre esteve acostumado a grandes jogos e a disputar títulos. Mas se tornou um clube perdedor - lamenta.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Santa pode ser eliminado do Nacional no domingo


Uma grande combinação de resultados ainda pode manter o time na Série C em 2009, mas a lógica o matará antes de sua despedida no dia 6/9

Apesar de muita gente no Arruda já ter jogado a toalha, ainda existem remotas chances de o Santa Cruz permanecer na Série C em 2009. Um conjunto de combinações de resultados (ver quadro abaixo) podem salvar os tricolores do inferno – pode não jogar nem a Série D, se não tiver uma boa colocação no Estadual. Porém, é imprescindível uma vitória contra o Salgueiro, na última rodada, no sábado (6/9). O triunfo levaria o tricolor para seis pontos e abriria a possibilidade de o clube ficar com uma das quatro melhores campanhas entre os 16 que não se classificarão.

O problema é que dificilmente o Santa chegará em 6 de setembro ainda com chance. Isso porque enquanto os times do Grupo 19 (o do Santa) só têm mais um jogo, algumas chaves estão defasadas, com equipes ainda com quatro jogos a fazer – caso da 24, que terá amanhã sua terceira rodada com Marcílio Dias-SC (4 pontos) x Caxias (3) e Brasil-RS (3) x Toledo-PR (1).

Fecham a mini-rodada de amanhã, ASA x Vitória da Conquista e Itabuna x Confiança (Grupo 20). Todos somam quatro pontos. Quaisquer que sejam os resultados, o Santa não estará ainda matematicamente fora da disputa para ficar na Série C 2009.

A mesma sorte pode não se repetir no domingo, quando o Santa estará de folga. Além de torcer para que dois clubes disparem nos grupos 20 e 24 para atrapalhar a vida dos outros concorrentes, os corais precisam secar vários times das outras chaves.

O tricolor não terá mais chance de disputar a Série C se, ao final da rodada de domingo, pelo menos, três chaves tiverem três times com mais de seis pontos ou com seis pontos e duas vitórias – o Santa pode alcançar seis pontos, mas só terá uma vitória. O tricolor já não pode superar três equipes do 18, que tem Paysandu com 10 pontos, Águia, com 9, e Sampaio Corrêa, com 7. Conseqüentemente, os corais vão perder a disputa para quem ficar em terceiro.

Outros três grupos podem acabar definitivamente com as chances do Santa – fora os 20 e 24, nos quais os placares de amanhã podem apertar ainda mais a corda no pescoço coral. No 21, o Mixto pode chegar a 7 pontos, caso vença o Atlético-GO, com 12. Quem vencer em Itumbiara (3 pontos) x D. Pedro (4), também ficará livre do Santa. O Itumbiara iria para 6 pontos (e duas vitórias) e o outro iria para 7. Já no 22, Duque de Caxias (9) e Guaratinguetá (7) podem ter a companhia de América-MG (4) e Boa Vista (3). No grupo 23, a história é semelhante. O Santa já não alcança Ituiutaba (10) e Guarani (7). Se o Noroeste (5) bater o Ituiutaba também mata o tricolor.

Presidente deve antecipar eleição

Enquete
Qual a melhor opção para o Santa sair da crise?
Priorizar as divisões de base.
Tentar um investidor para injetar dinheiro.
Vender parte do patrimônio do clube para ter caixa.
Outra.

Édson Nogueira marcou coletiva para amanhã à tarde, mas o site oficial do clube já afirma que o dirigente cogita a remarcação do pleito, que deveria ser realizado dia 12 de dezembro

Após a eliminação do Santa Cruz na Série C do Brasileiro, o presidente executivo, Édson Nogueira, decidiu só se pronunciar oficialmente amanhã, às 16h, em entrevista coletiva no clube. Mas o site oficial da entidade (www.coralnet.com.br), principal canal de comunicação com a imprensa e os torcedores, ofereceu uma idéia do que deve ser tratado no encontro. Sem perspectiva de futuro, o dirigente máximo coral cogita antecipar as eleições para o próximo biênio, que estão marcadas a princípio para o dia 12 de dezembro.

O novo estatuto do Santa, que entrou em vigor no começo desta temporada, prevê essa possibilidade. A última partida do time profissional na gestão de Edinho será no dia 6 de setembro, contra o Salgueiro, no Cornélio de Barros, no Sertão pernambucano, pelo fechamento do Grupo 19 da segunda fase da Terceirona. A equipe está eliminada da luta pela classificação ao próximo quadrangular e corre sérios riscos de ficar sem disputar o Nacional em 2009 – para jogar a Série D, recém-criada pela CBF, precisa ter uma boa posição no Estadual, que lhe servirá como seletiva.

Diante das circunstâncias, uma série de candidatos à coroa já jogou o nome publicamente. O primeiro deles é Romero Jatobá Filho. Romerito é um velho conhecido da torcida tricolor e foi justamente o antecessor de Edinho. Esteve à frente do executivo no biênio 2005/2006, quando a equipe conquistou seu último título pernambucano e voltou para a Série A do Brasileiro. Na sua administração – criticada por parte da torcida pela falta de transparência –, o Santa caiu para a Segunda Divisão.

O outro também já está na mídia há algum tempo. Fernando Veloso nunca ocupou cargos máximos no Arruda, mas, nos bastidores, sempre esteve envolvido nas principais discussões políticas do clube. Nas eleições passadas, em novembro de 2006, esteve no grupo de apoio que levou o próprio Edinho a vencer Alberto Lisboa e assumir o posto. Este ano, porém, tentou destituí-lo, inclusive, com várias ações na Justiça.

Outros nomes correm por fora e podem ganhar força nos próximos dias. O próprio Alberto Lisboa deve surgir nas rodas e reuniões de alguns grupos políticos corais, assim como Fred Arruda, atualmente vice-presidente licenciado e que não milita oficialmente em nenhuma corrente política. Uma outra opção seria Felipe Rego Barros, diretor do Clube Português e desconhecido da maioria dos torcedores corais.

Duelo muda rotina de salgueirenses

O Santa Cruz não terá vida fácil na partida contra o Salgueiro pela última rodada da segunda fase da Série C do Campeonato Brasileiro. A cidade sertaneja está mobilizada para acompanhar a partida histórica: que pode selar a classificação do Carcará e o adeus definitivo do Tricolor a Terceirona.

O jogo do dia 6 de setembro está sendo encarado com tanta importância que até a feira municipal, realizada aos sábados, foi antecipada para sexta-feira para que os torcedores possam comparecer ao Estádio Cornélio de Barros.

Por sinal, a torcida do Salgueiro, líder do Grupo 19, com oito pontos, ao lado do Icasa, tem sido um importante incentivo para a equipe. Nos cinco jogos que realizou em casa, venceu quatro e empatou um, o Carcará colocou em seu estádio 17.118 torcedores, uma média de 3.424 por jogo, o que coloca o time sertanejo na nona colocação em público total entre os 63 clubes participantes.

Precisando de um empate para se garantir de vez na terceira fase, o Salgueiro nem pensa em relaxar no jogo diante do Santa. “Ainda não estamos classificados. Vou preparar os jogadores para uma decisão”, afirmou o técnico do Carcará, Neco, que deu folga ao elenco até amanhã.

Para o confronto decisivo, o técnico terá o desfalque do artilheiro da equipe, com 4 gols, o atacante Élvis, que foi expulso no empate diante do Icasa, por 1x1. Além dele, o volante Wendel recebeu o terceiro cartão amarelo e também está fora.

Calendário inclui Série D 2009

Da Redação, com agências
Se os corais ainda nutriam a esperança de a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) retroceder e cancelar a criação da Série D do Campeonato Brasileiro, ela se extinguiu ontem. A entidade divulgou o calendário de competições para a próxima temporada com as datas previstas para o início e o fim da mais nova divisão nacional.

Assim como fez no primeiro semestre deste ano, a diretoria técnica da CBF reiterou que a Série D contará com a participação de 40 clubes. O acesso dos participantes será definido por intermédio dos Estaduais – Pernambuco terá duas vagas. Embora ainda não tenha fórmula definida, por questões de ajustes, a competição está marcada para começar no dia 5 de julho. A última rodada será no dia 15 de novembro. O período é praticamente o mesmo destinado à Série C atual.

A Terceirona, aliás, ganhará uma cara completamente diferente a partir de 2009. Será enxugada para 20 clubes, o que deve permitir a todos os participantes permanecer em atividade por mais tempo. Na edição atual, 32 foram eliminados ainda na primeira fase e só atuaram até julho. Apesar do número de equipes ser o mesmo das Séries A e B, o formato não foi anunciado. Começa dia 24 de maio e termina em 22 de novembro.

As Primeira e Segunda Divisões não apresentarão novidades. Seguem sendo disputadas em pontos corridos. A abertura da próxima Série A, que funciona desta forma desde 2003, será dia 3 de maio, o encerramento, dia 6 de dezembro. A Série B assumiu a fórmula em 2006, quando Sport e Náutico conquistaram a ascensão. No ano que vem, a rodada inaugural está marcada para 1º de maio, enquanto a última será dia 29 de novembro.

A Copa do Brasil ficará mais uma vez restrita ao primeiro semestre, distribuída nos intervalos dos jogos dos Estaduais e das primeiras rodadas do Brasileiro. Ela começa no dia 18 de fevereiro. A segunda partida da final será 1º de julho. Os representantes pernambucanos são Náutico, Central (via Estadual) e Santa (ranking). O Sport está na Libertadores e por isso não a disputa.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Chance matemática de permanência do Santa na Série C é quase 0%


A matemática passou a ser a pior inimiga do Santa Cruz. Após o empate com o Campinense, no domingo (24), o time já deu adeus ao campeonato deste ano, e agora luta para conquistar uma das quatro vagas reservadas aos melhores terceiros colocados das oito chaves da competição. Mas só um milagre salva o Santa de cair para a Série D.

Para garantir uma vaga na Terceira Divisão em 2009, o Santa teria que contar com uma combinação de resultados cuja possibilidade é estatisticamente desprezível. A equipe do Recife teria que vencer o Salgueiro, fora de casa, no domingo (31), por goleada, e torcer por derrota do Campinense-PB em casa para o Icasa-CE, também por goleada.

Mas apenas isso não seria suficiente. O Santa ainda teria que torcer para que cinco dos oito times que terminarem a segunda fase da Série C em terceiro lugar somem, no máximo, seis pontos cada. Neste caso, a manutenção do Santa na Série C seria decidida no saldo de gols. E até aí o time tricolor bem mal, já que conta com saldo negativo de dois.

O Blog dos Números, site especializado em estatísticas, já vê o Santa com 0% de possibilidade de manutenção na Série C.

Da Redação do pe360graus.com

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Caminhos para milagre coral


Além de muita reza, figa, promessa e folha de arruda, o torcedor do Santa Cruz terá que ter ao seu lado uma máquina de calcular. A equipe coral terá que contrariar todos os prognósticos para conseguir uma vaga na próxima fase da Série C e evitar o desastre de mais um latente rebaixamento de divisão. O que seria o caos completo. Mas, pensando positivamente, o Diario traz as oito possibilidades de milagre - baseado nos levantamentos do Blog dos Números - para que a equipe coral, pelo menos, continue na terceira divisão nacional no próximo ano.

Todos os cálculos passam primeiro por um fato concreto: vencer os dois próximos jogos - Campinense, no Arruda (domingo,24), e Salgueiro, no Cornélio de Barros (06/09). Feito isso, o Santa Cruz chegaria aos oito pontos no Grupo 19. Aí entra a matemática e as projeções dos dois confrontos entre os adversários (veja quadro ao lado). O que chama a atenção é que das oito chances de classificação - a nona é o rebaixamento -, o Tricolor decidiria seis pelo saldo de gols.

Por isso vencer Campinense e Salgueiro com uma boa margem é essencial. Em apenas duas a equipe coral levaria a classificação direta. No primeiro caso precisaria torcer por duas vitórias do Icasa. No outro uma vitória do time cearense diante do Salgueiro e um empate com o Campinense. Neste caso, Icasa e Santa Cruz estariam na terceira fase da competição.

É bom o torcedor coral lembrar que o clube está há seis jogos sem vencer (quatro empates e dois derrotas). Além disso, o time não marca um gol há três jogos. Durante todo o dia de ontem os boatos sobre a demissão do técnico Bagé circularam pelo Arruda. Porém, o treinador balançou, mas não caiu. A diretoria segurou Bagé pelo menos para os próximos dois jogos decisivos.

Conheça as possibilidades

Icasa x Salgueiro Campinense x Icasa Resultado

Icasa Empate Santa classificado

Icasa Icasa Santa classificado

Icasa Campinense Santa e Campinense decidem no SG

Empate Campinense Os 4 times decidiriam no SG

Empate Empate Santa e Salgueiro decidem no SG

Empate Icasa Santa e Salgueiro decidem no SG

Salgueiro Campinense Santa e Campinense decidem no SG

Salgueiro Empate Santa e Icasa decidem no SG

Salgueiro Icasa Santa não se classifica

(SG - Saldo de gols)*

Não basta vencer. Também é preciso fazer gols, Santa!

Marcos Pastich/Arquivo Folha



Rebaixamento pode ser decidido pelos critérios de desempate
Corais precisam reencontrar o caminho das redes se quiserem evitar queda
Filipe Assis

Não basta vencer. Sem depender apenas de si para evitar o que seria o terceiro rebaixamento seguido em Campeonatos Brasileiros, o Santa Cruz também precisa fazer gols. Tanto a classificação para a Terceira Fase quanto a permanência na Série C como um dos quatro melhores terceiros colocados, podem ser decididos pelo saldo de gols.

Se tiver alguma esperança de escapar da Quarta Divisão, a Cobra Coral precisa de duas vitórias. Nesse caso, iria a oito pontos. Com esta pontuação, só pode avançar na Terceira Divisão sem depender do saldo de gols se ocorrer uma única combinação de resultados: paralelamente às duas vitórias tricolores, o Icasa teria que derrotar o Salgueiro no próximo domingo e, na última rodada, ganhar ou empatar com o Campinense. Nesse caso, o time cearense ficaria em primeiro lugar, com 13 ou 11 pontos, e a Cobra Coral subiria para segundo, isolado com oito.

No caso de o Salgueiro derrotar o Icasa, o Santa Cruz teria que torcer, na última rodada, para o Campinense vencer o Icasa, ou estes dois times empatarem. Com isso, um dos dois, ou o Icasa ou o Campinense, terminaria com os mesmos oito pontos do time pernambucano.

Em uma das possíveis combinações de resultados, uma é pouco provável, porém, muito curiosa. Os quatro clubes podem terminar a Segunda Fase empatados com oito pontos. Para que isso ocorra, além de duas vitórias do Mais Querido, era preciso que Icasa e Salgueiro empatassem neste domingo, e que, na rodada de encerramento, o Campinense derrotasse o Icasa. As quatro equipes teriam oito pontos e duas vitórias cada. O saldo de gols decidiria os dois classificados para a Terceira Fase.

Em último caso, se a Cobra Coral não garantir uma vaga direta para às oitavas-de-final, restará tentar ficar, ao final da fase, como um dos quatro melhores terceiros colocados dos grupos, o que livraria o time do rebaixamento. Mais uma vez, o saldo de gols deve entrar em campo. Pelo menos, a julgar pela Primeira Fase, quando apenas dois terceiros colocados fizeram mais que oito pontos - Macaé/RJ e Itabuna/BA somaram nove.

Todas as projeções são feitas a partir de duas vitórias do Tricolor porque, se o time não vencer o Campinense, só poderá chegar a seis pontos - caso derrote o Salgueiro -, e tanto o Carcará quanto o Icasa já estão com um ponto a mais.

Bagé balança, mas não cai

GUSTAVO LUCCHESI

Trinta e dois dias após aportar no Arruda com a pompa de ter deixado o Icasa/CE classificado antecipadamente para a Segunda Fase do Brasileirão da Série C, o treinador Ronaldo Bagé perdeu o posto de nova esperança coral para ser apontado como um dos vilões para o péssimo momento que vive o Mais Querido na competição. Há seis jogos sem saber o que é sair de campo vitorioso, o técnico balançou, e quase perdeu o cargo após as duas derrotas seguidas para o Verdão do Cariri. De acordo com informações dos bastidores do clube, isso só não aconteceu pelo fato de haver apenas dois jogos para terminar a fase e pela falta de opção para assumir o comando da equipe em tão pouco tempo.

Em sete jogos à frente da Cobra Coral, Bagé obteve apenas sete pontos, dos 21 disputados, tendo conquistado apenas uma vitória, em cima do Potiguar/RN, por 2x0, na sua estréia, ainda na Primeira Fase da Terceirona. Depois disso, foram quatro empates e duas derrotas, ambas sofridas para os cearenses. Apesar disso, o ditado de que “contra números não há argumentos” vem sendo ignorado pelos dirigentes tricolores. “Seria um ato de insanidade da minha parte tirar o treinador nessa situação atual. Essa atitude só faria nos atrapalhar. Ele também é culpado, mas não pode levar a culpa sozinho”, comentou o presidente Édson Nogueira, o Edinho.

Preferindo deixar de lado a calculadora e os números, o mandatário coral preferiu esquecer as complicadas combinações de resultados que o Tricolor precisa para se classificar à Terceira Fase da Série C. “Antes de pensarmos nos outros, temos que vencer os nossos jogos, caso contrário, estamos fora”, finalizou.

Cálculo cruel: só 6% de chances de passar


Quando um campeonato vai afunilando e a hora de definir classificações chega próxima, é impossível jogadores, dirigentes e torcedores não recorrerem à calculadora. E a situação do Santa Cruz, em particular, está muito complicada. Com duas rodadas para o término da segunda fase da Série C do Campeonato Brasileiro, os corais amargam a lanterna do Grupo 19. Têm de vencer os dois jogos e torcer por uma combinação de resultados. De acordo com os cálculos e análises combinatórias, o time tem 6,2% de chance de seguir em frente.

O próximo jogo do Santa é domingo, contra o Campinense-PB, no Estádio do Arruda. Os comandados de Ronaldo Bagé fecham a fase no domingo seguinte, contra o Salgueiro, no Estádio Cornélio de Barros, no Sertão pernambucano. Atualmente, o time soma dois pontos. O líder é o Carcará, com sete pontos e dois de saldo positivo. Os cearenses vêm logo em seguida, com sete pontos e zero de saldo. Os paraibanos estão em terceiro, com cinco pontos.

Nas duas rodadas restantes, há possibilidade de 81 combinações diferentes. Somente duas delas garantem a vaga tricolor sem que sejam necessários desempates por intermédio dos critérios previstos no regulamento, ambas considerando duas vitórias corais. No primeiro quadro, seria necessário que o Icasa-CE batesse o Salgueiro este domingo, em Juazeiro do Norte, e empatasse com o Campinense-PB na última rodada, em Campina Grande.

Na outra situação, o Santa Cruz precisaria de duas vitórias do Icasa-CE, contra o Salgueiro e o Campinense-PB. “Enquanto tivermos possibilidade, vamos lutar até o fim. Se for 1% de chance, poderemos torná-la real. Quanto a apoio da torcida, acho que não será preciso pedir a força do torcedor. A torcida do Santa Cruz não desiste fácil. Depois do que aconteceu na Batalha dos Aflitos, acredito em tudo”, disse o técnico Ronaldo Bagé.

Em outras seis combinações, os tricolores precisariam levar a melhor sobre um oponente ou dois nos critérios. Os quatro times podem, inclusive, acabar todos empatados com oito pontos. Isso só acontece se o Santa vencer os dois jogos, Icasa-CE e Salgueiro empatarem, e o Campinense-PB bater o Icasa-CE no fechamento da fase. Para efeito de cálculo, deve ser atribuída meia chance de classificação nas situações em que sejam necessários desempates.

No retrospecto das duas fases da competição, os corais já fizeram dez partidas. Venceram duas, empataram quatro e perderam outras quatro. Dos 30 pontos em disputa, conquistaram dez, o que oferece um índice de 33,3% de aproveitamento. “O grupo vem decepcionando, mas só podemos dizer que confiem nos jogadores. Vamos ganhar do Campinense-PB no domingo e fazer o jogo da vida contra o Salgueiro, fora”, afirmou o diretor Constantino Júnior.

Para enfrentar o Campinense-PB, o clube espera finalmente contar com o meia-atacante Jefferson. O jogador deve ter o nome publicado no Boletim Informativo Diário (BID) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) até as 19h da próxima sexta-feira. O Santa Cruz aguarda um documento de transferência da Federação Paraguaia de Futebol. No país vizinho, o atleta possui vínculos com o Club General Caballero.

SALGUEIRO

Nas análises combinatórias, o Salgueiro é a equipe que tem a situação mais confortável. O líder conta a seu favor com 65 das 81 possibilidades de combinações de resultados. A classificação sai com uma rodada de antecedência se o time vencer o Icasa-CE, e o Campinense-PB não bater o Santa.

Valor dos bilhetes 50% mais barato

Em situação crítica, não resta ao Santa Cruz outra alternativa que não seja confiar na torcida. Mesmo com os insucessos recentes, os tricolores repetem rodada a rodada provas incomensuráveis de amor ao clube. Para tornar a massa coral mais uma aliada importante na tarefa quase impossível de conquistar a classificação à terceira fase da Série C do Campeonato Brasileiro, a diretoria resolveu baixar em 50% o preço dos ingressos. A entrada de arquibancada para domingo custará R$ 10, enquanto sócio, idoso, estudante e crianças até 12 anos de idade pagarão R$ 5.

Desde o início da competição, o Santa Cruz vinha cobrando R$ 20 pela arquibancada e R$ 10 pelos ingressos de meia entrada. Vale ressaltar que o torcedor coral também conta com a possibilidade de ter acesso ao Estádio do Arruda via programa governamental Todos com a Nota. O convênio garante 15 mil bilhetes por jogo para este fim. A troca do Vale-Cidadão, a princípio, está marcada para a próxima sexta-feira, das 13h às 17h. O clube conta somente com o anel inferior. O superior está interditado desde dezembro do ano passado e passa por reformas.

Mesmo na Série C do Campeonato Brasileiro, o Santa Cruz está entre os principais clubes em presença de público esta temporada. A média de comparecimento de pessoas por partida é de 20.499, a sétima melhor entre os 103 times espalhados pela Primeira, Segunda e Terceira Divisões. Os corais perdem para Flamengo (37.946), Grêmio (29.114), Internacional (22.959), Sport (21.722), Coritiba (21.190), todos da Série A, e Corinthians (23.990), integrante da Série B. Nas cinco partidas realizadas no Arruda até o momento, foi registrado um fluxo de 102.493 torcedores.

Bagé segue no cargo de técnico coral

Apesar das críticas da torcida em torno do trabalho do técnico Ronaldo Bagé e do rendimento da equipe sob a batuta do comandante até o momento, a diretoria do Santa Cruz vai mantê-lo no cargo pelo menos até o próximo domingo.

Depois da derrota para o Icasa-CE, por 1x0, domingo passado, fora de casa, o clube cogitou sua demissão, mas o presidente executivo coral, Edson Nogueira, chamou para si a responsabilidade da decisão.

Bagé desembarcou no Recife no dia 15 de julho para substituir Fito Neves, demitido com o histórico de uma vitória e duas derrotas no Nacional. Estreou cinco dias depois, quando o time venceu o Potiguar de Mossoró-RN por 2x0, no Arruda, pela quarta rodada do Grupo 5 da primeira fase da Série C do Campeonato Brasileiro. Depois disso, foram quatro empates e duas derrotas. O índice de aproveitamento é de 33,3%. Conquistou sete pontos dos 21 disputados.

Após a segunda derrota seguida, o treinador insinuou a existência de problemas internos. Porém optou por explicações evasivas e não apontou sobre o que estava tratando.

“Acontecem algumas coisas no Santa Cruz que não vejo nem em times pequenos. Há alguns fatos que muita gente não sabe. Mas não adianta me perguntar que eu não vou dizer quais são os problemas”, disse Ronaldo Bagé.

Na temporada atual, o Santa Cruz está trabalhando com o terceiro treinador diferente. Em dezembro do ano passado, o clube iniciou a preparação com Zé do Carmo, ex-volante do próprio tricolor. Ele resistiu até a metade da segunda fase do primeiro turno do Campeonato Pernambucano, quando foi substituído.

Fito Neves, por sua vez, ficou no restante do Estadual e nas três primeiras rodadas da Série C. No Pernambucano, não conseguiu tirar o time do Hexagonal da Morte. E ficou sem disputar o segundo turno com as principais equipes.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Santa com vantagem de jogar em casa


Tricolores têm se dado mal nas partidas fora do Arruda nesta Série. Pelo menos, em duas rodadas futuras, o time atuará em seus domínios, enquanto adversários diretos atuam fora

Se a desvantagem em número de pontos e em termos de classificação preocupa o Santa Cruz na Série C do Campeonato Brasileiro, pelo menos a tabela se desenha favorável às pretensões tricolores no returno do Grupo 5 da primeira fase. Nas próximas três rodadas, o time comandado por Fito Neves atuará duas vezes no Arruda, enquanto os adversários diretos a uma das duas vagas, Potiguar de Mossoró-RN e o também pernambucano Central, jogam duas vezes longe dos torcedores.

O mando de campo tem se mostrado determinante na chave coral. O único que venceu longe dos seus domínios foi o Campinense-PB. Foi a Mossoró e bateu o representante local por 2x1, de virada. Não à toa, lidera com sete pontos e uma certa folga. O vice-líder Potiguar-RN, com quatro pontos, saiu uma vez e empatou com o Central por 1x1. Os alvinegros, na lanterna com dois pontos, se deslocaram de Caruaru para enfrentar o próprio Santa Cruz, terceiro com três, e foram derrotados por 3x0.

As duas partidas fora do Arruda dos corais até aqui foram desastrosas. A primeira delas foi logo na estréia, dia 6 de julho. Com um gol de cabeça tomado aos 41 minutos do segundo tempo, o time foi derrotado pelo Campinense-PB por 2x1. Domingo passado, o pior resultado até o momento. Sem praticamente ter entrado em campo, o Santa foi presa fácil para o Potiguar-RN e perdeu por 3x0. O último desafio como visitante será dia 23, contra o Central, no Estádio Luiz Lacerda, em Caruaru.

Atuar no Agreste pernambucano, aliás, pode ser considerado até mesmo uma vantagem. Com um pouco mais de benevolência, também pode ser observado como um confronto dentro de casa. Em jogos importantes, a torcida do Santa Cruz costuma ocupar um espaço maior no Luiz Lacerda do que a própria torcida alvinegra. O árbitro e os assistentes, assim como no encontro do Arruda pela segunda rodada da competição, serão todos vinculados à Federação Pernambucana de Futebol (FPF).

Não será por falta de pressão e apoio da torcida que os corais deixarão de conquistar uma das duas vagas à próxima fase da competição. Além das caravanas presentes tanto em Campina Grande quanto em Mossoró, os torcedores tricolores são responsáveis pelo maior público da competição até o momento, com 25 mil pessoas diante do Central. “É hora de assumir a vergonha na cara e respeitar a torcida. Temos de escutar as críticas e transformá-las em motivação”, disse o capitão Alexandre.

A primeira chance de se recuperar na classificação e se redimir diante dos torcedores é no confronto direto diante do Potiguar-RN, próximo domingo. Uma vitória recoloca os corais na vice-liderança do grupo e, conseqüentemente, momentaneamente na faixa de classificação. O último jogo no Arruda será dia 27, pela rodada final da fase, contra o Campinense-PB.

Dirigentes cobram explicação

A diretoria do Santa Cruz marcou uma reunião com o técnico Fito Neves para hoje. Depois da derrota por 3x0 para o Potiguar de Mossoró-RN, quando o time demonstrou apatia, os dirigentes vão pedir explicações ao treinador e até mesmo aos componentes do elenco de profissionais. Ontem, todo mundo folgou no Arruda. Os treinamentos voltam em dois expedientes.

O diretor de futebol do clube Constantino Júnior tratou de negar que a conversa tenha como tema principal uma possível saída do comandante tricolor. “Respeitamos demais o trabalho de Fito Neves e ele vai continuar conosco normalmente. Apenas precisamos esclarecer e colher explicações sobre o que aconteceu em Mossoró, inclusive sobre motivação.”

Fito Neves é o segundo treinador do Santa Cruz esta temporada. Chegou no final do primeiro turno da Série A1 do Campeonato Pernambucano. Com uma base de juniores do clube, passou sem grandes riscos pelo hexagonal da morte. Antes dele, Zé do Carmo estava no cargo.

Para o confronto do próximo domingo, o comandante pode ganhar o atacante Cléo. Com status de titular desde que foi anunciado pelos dirigentes, ainda não conseguiu estrear por conta de uma lesão no joelho esquerdo. Durante a semana, deve voltar a trabalhar com o restante do elenco. Nenhum outro jogador está suspenso ou lesionado.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Entenda o regulamento da Série C, que começa neste domingo


Começa, neste domingo (6), o Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão. A competição, diferentemente das séries A e B do Brasileirão, não segue a fórmula dos pontos corridos. O regulamento tem como lógica a formação de grupos de quatro times, dos quais dois avançam para a fase seguinte, mudando apenas na fase final, quando oito times disputam uma vaga na série B.
No início de competição, são 64 times divididos em 16 grupos. Os dois primeiros de cada chave avançam para a segunda fase, quando oito novos grupos são formados. Mais uma vez, os dois melhores avançam, formando quatro grupos de quatro times na terceira fase. Os dois melhores destes grupos se classificam para o octagonal final.

Finalmente, nesse grupo maior, os quatro melhores times ascendem à Série B do Brasileiro. Vale ressaltar que, em todos os grupos, os jogos são de ida e volta. Assim, os times que chegarem à fase final terão disputado 32 partidas.

Se, de um lado, os quatro melhores chegam à segunda divisão, por outro, os 32 times que não conseguirem passar à segunda fase vão cair para a recém-criada Quarta Divisão, que será disputada pela primeira vez em 2009.

Em Pernambuco, o sonho de chegar à Série B é compartilhado por Santa Cruz, Salgueiro, Central e Petrolina. Confira, abaixo, o grupo em que cada um desses times está:

Grupo 5

Santa Cruz
Central
Campinense-PB
Potiguar-RN


Grupo 6

Salgueiro
Icasa- CE
Santa Cruz-RN
Treze-PB


Grupo 7

Petrolina
Confiança-SE ASA-AL Atlético-BA

O Santa estréia no campeonato contra o Campinense, em Campina Grande, enquanto o Central encara o Potiguar, em Caruaru. No Sertão, o Salgueiro recebe o Treze-PB e o Petrolina viaja até Arapiraca, para jogar contra o ASA-AL.

da Redação do pe360graus.com

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Adversários iniciais do Santa são duros de encarar


Campinense e Central têm investido em boas contratações. Já o Potiguar deve ser o mais fraco

Assim que a Confederação Brasileira de Futebol divulgou o grupo do Santa Cruz na primeira fase da Série C, muitos torcedores ficaram preocupados. Isso porque a chave do tricolor, composta por Campinense, Central e Potiguar de Mossoró, é uma das mais fortes da competição. Só para se ter uma idéia, as folhas salariais do Campinense, adversário da estréia no próximo domingo, e do Central, rival da 2ª rodada, giram em torno de R$ 200 mil e R$ 130 mil, superiores ou bem próximas dos salários pagos ao elenco coral, que devem fechar em R$ 150 mil. O Potiguar aparece como o primo pobre do grupo, com uma folha de R$ 80 mil/mês.

De fato, o rubro-negro paraibano e a Patativa do Agreste aparecem como os dois principais obstáculos para o Santa Cruz na caminhada inicial da Terceirona. Vale lembrar que apenas dois clubes passam à segunda fase, enquanto os eliminados estarão automaticamente rebaixados para a recém-criada Série D.

No Campinense, o ponto forte é a manutenção da base do time campeão paraibano. Na final, a equipe derrotou o rival Treze, que contava com vários jogadores hoje titulares no time do técnico Fito Neves, como os volantes Garrinchinha e Reinaldo, o lateral-direito Rafael Mineiro e o atacante Cléo.

“Aqui em Campina Grande, o otimismo é grande para a uma boa participação do Campinense, que é apontado junto ao Central como os dois favoritos do grupo. O Santa Cruz vem sendo chamado de Treze B”, destaca o editor de esportes do Diário da Borborema, Jamílton Soares.

O maior problema da Raposa para a Série C foi a saída da dupla de ataque Fábio Júnior e Marquinhos Marabá, responsável por 24 dos 52 gols marcados pelo time no estadual. Por outro lado, chegaram o atacante Paulinho Marília e Paulinho Macaíba, e os meias Élvis (campeão da Copa do Brasil de 2004 pelo Santo André) e Wanderley (ex-Icasa). A estrela do time, porém, continua sendo o meia Washington, que passou pelo Santa em 2006.

Já o Central também apostou na manutenção da base do Estadual. Entre outros, permaneceram o atacante Leonardo e o zagueiro Bebeto, além do técnico Marcelo Villar. A diretoria também investiu em jogadores conhecidos do torcedor pernambucano, como o atacante Marco Antônio (ex-Sport, Náutico e Santa), o volante Djalma (ex-Sport e Santa) e o meia Aílton (ex-Náutico). “Nosso planejamento é conseguir o acesso à Série B. Mas a chave é muito forte”, analisou o presidente centralino Ronaldo Lima.

Já o Potiguar deve ser o fiel da balança no grupo 5. Do time vice-campeão estadual apenas o volante Everton e o meia Max permaneceram no alvirrubro. Ao todo foram feitas 18 contratações, a maioria de desconhecidos. O nome mais badalado é o do volante Haroldo, que defendeu o Vasco em 2000.

“O discurso da diretoria é o de tentar chegar à 3ª fase e evitar a queda para a Série D”, resumiu o editor de esportes do jornal O Mossoroense, Sérgio Oliveira.

Sidraílson desmente acerto

O zagueiro Sidraílson, que foi anunciado como novo reforço pela diretoria do Santa Cruz na semana passada, negou que tenha fechado novo acordo com o seu clube de origem. O defensor atuou por duas temporadas no futebol Chinês e estava sendo esperado ontem no Arruda pelos dirigentes.

O atleta prometeu fechar as negociações ainda hoje, no Arruda. “Os diretores divulgaram o acerto nas rádios e também na internet, mas a notícia não é verdadeira. Recebi uma proposta, fiz uma contraproposta e estou aguardando a resposta”, explicou Sidraílson.

A melhor temporada do zagueiros no Arruda foi em 2005, quando não era titular, mas participou ativamente do título da Série A1 do Pernambucano e da ascensão à Série A do Campeonato Brasileiro. “Estava muito bem na China. Quero ficar seis meses no Brasil para decidir a minha vida.”

Sidraílson está em Pernambuco desde maio, quando retornou da Ásia. “Independentemente de permanecer ou não, espero que o Santa Cruz possa fazer uma excelente campanha e volte à Série B. Ninguém quer ver o clube do jeito que está”, disse o jogador.

Se o retorno do prata da casa está indefinido, outros dois jogadores foram apresentados ao técnico Fito Neves na manhã de ontem: o lateral-direito Bruno, que foi dispensado pelo Sport, e o meio-campista Rafael Oliveira, contratado ao Paysandu-PA. Os dois já treinaram com o elenco.

A idéia dos diretores é trazer ainda para esta primeira fase da Série C do Campeonato Brasileiro pelo menos mais um meia. Se for possível, um goleiro, um zagueiro, um outro meia e mais um atacante também desembarcam durante a campanha.

Juninho é liberado para jogar

Depois de reavaliar as condições clínicas de Juninho, o médico tricolor Ivo Melo garantiu que o jogador estará em campo para enfrentar o Campinense-PB, no próximo domingo, no Estádio Ernani Sátyro (Amigão), em Campina Grande, pela estréia do Grupo 5 da Série C do Campeonato Brasileiro.

Juninho sentiu uma fisgada na musculatura posterior da coxa esquerda durante a primeira partida da final da Copa Pernambuco contra o Atlético Pernambucano, domingo passado, em Carpina. “Ele nunca teve uma lesão muscular. Por isso não sabia dizer muito bem o que estava sentindo”, disse Ivo.

De qualquer forma, o atleta ainda aguarda a regularização na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para poder estrear. A mesma expectativa vivem o zagueiro Wecquisley, o lateral Marcos Vinícius e os atacantes Edmundo e Patrick. A liberação pode acontecer até as 19h da próxima sexta-feira.

COPA PE

Apesar da recuperação, o departamento médico prefere que Juninho seja poupado da partida de volta da final da Copa Pernambuco, a partir das 15h de hoje, no Estádio do Arruda. O responsável pela articulação no meio-de-campo será o jovem Miller, de 18 anos. O ingresso para o confronto custa R$ 5.

Como o primeiro encontro terminou empatado por 0x0, o título sai no tempo normal se uma das duas equipes vencer. Caso o resultado de igualdade permaneça, independentemente do número de gols, a taça será decidida nos pênaltis.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Príncipe franco-atirador

Último adversário do Santa Cruz na primeira fase, o Potiguar chega com um dos menores investimentos e sendo o azarão do grupo 5
José Gustavo
Da equipe do Diario


Futebol é um jogo. E como todo jogo tem sua parcela de sorte. Nem sempre vence o melhor ou o mais bem estruturado. Apesar da parcela de chance de um azarão conseguir ir de encontro a todas as lógicas são mínimas. O Potiguar se encaixa neste contexto. Último adversário do Santa Cruz no grupo 5 - enfrenta a equipe coral penas na terceira rodada -, o representante da rica Mossoró (RN) chega para a disputa da Série C como um verdadeiro franco-atirador. Um time que não tem nada a perder, melhor formulando, tem muito a ganhar.

Terceira força do Rio Grande do Norte, atual vice-campeão estadual - perdeu as finais para o ABC -, esperava-se um pouco mais do Príncipe, que é o mascote do clube. Até porque o seu arqui-rival, o Baraúnas, não passou nem perto de se classificar para a Série C. O mutirão em prol do alvirrubro na cidade não está existindo. Ruim para Mossoró, pior para o Potiguar.

Um clube que há quatro anos (2004) levantou, pela primeira vez na história, um título estadual. Um clube que, praticamente, não tem sede - a pequena casa no centro da cidade está desativada -, mas com muito esforço conseguiu adquirir uma ampla casa que vem servindo de concentração e alojamento para os atletas. Foi neste novo endereço que o Diario acabou sendo recebido pelo assessor de imprensa, Fábio Oliveira. Pois é. Ninguém acreditava que o Potiguar teria uma assessoria de imprensa. Foi nesta conversa, no terraço, que sentimos o esforço deles para diminuir os extremos e as contradições do clube.

Dono de uma torcida apaixonadíssima, o Potiguar sobrevive com a ajuda efetiva de alguns abnegados. A prefeitura municipal também ajuda com um montante que gira em torno de R$ 130 mil, mas dividido em seis cotas. Uma quantia irrisória levando-se em conta que a folha mensal dos jogadores chega aos R$ 70 mil (médias salarial de R$ 2,5 mil). Por sinal, de longe, a folha mais baixa dos quatro clubes do grupo 5.

"Estamos negociando alguns patrocínios suprir o déficit que temos na folha do elenco", disse Fábio Oliveira, antes de completar: "Além de subsidiar os gastos com deslocamento, alimentação e hospedagem do grupo nos jogos fora da cidade".

Mas, como diz a máxima, "quem trabalha, Deus ajuda". Por isso, a confiança é grande e cresce junto com a estrutura física do clube. A pequena sede do centro da cidade, onde tem um dos metros quadrados mais valorizados, será vendida para a compra de um terreno e construção de um Centro de Treinamento. Ousadia e criatividade são alguns lemas deles. Um bom exemplo foi a parceria com a prefeitura da cidade de Antônio Martins (a 140 km de Mossoró). Lá o clube realizou uma inter-temporada como preparação final da Série C. Portanto, vontade não faltará ao "azarão" Potiguar para tentar bater sua marca histórica: 9º colocado na Série C de 1999.

Ficha técnica

Associação Cultural e Desportiva Potiguar

Cidade: Mossoró - RN (a 463 km do Recife)

Fundação: 11 de fevereiro de 1945

Presidente: Stênio Max

Endereço: Rua Manoel Hemetério, 15 - Mossoró/RN.

Cores: Vermelho e branco

Mascote: Principe

Estádio: Leonardo Nogueira (Nogueirão)

Capacidade: 25 mil

Site Oficial: www.potiguardemossoro.com.br

Time Base: Toni; André Borges, Lúcio, Ricardo Braz e Everaldo; Adriano, Everton, Vasconcelos e Enoque; Canindezinho e Paulo Rangel.

Técnico: Miluir Macedo.

Nogueirão tem retoques finais

Uma parceria entre a Liga Desportiva de Mossoró e a prefeitura municipal deu uma nova roupagem ao estádio Leonardo Nogueira. Do lado de fora, a primeira impressão é a melhor possível. Com capacidade para 25 mil torcedores, a fachada externa do Nogueirão está toda reformada e o acesso às dependências internas também, principalmente, para autoridades, imprensa, equipes e quem adquire cadeiras cativas.

O campo de jogo, que mais importa para os atletas, apresenta um gramado bastante irregular, com piso duro, porém sem muitos buracos. Os pés de galinhas são facilmente encontrados, mas os funcionários do estádio confirmaram que até o início da Série C a situação do gramado estará bem melhor.

Quando o Diario visitou o Nogueirão, o primeiro corte na grama tinha iniciado. Era uma quinta-feira (19) e, no sábado (21), haveria um bingo no local. Por outro lado, os vestiários são bastantes amplos e, ambos, inclusive, com sala de massagem. As arquibancadas são um pouco elevadas, existe uma pista de areia que separa o gramado e o alambrado das arquibancadas afastando bastante o torcedor.

O oásis potiguar

Mossoró é uma espécie de oásis. A cidade fica estrategicamente colocada na metade do caminho entre Natal e Fortaleza. Encravada no Mesorregião do Oeste Potiguar. Impossível não se surpreender ao entrar nela. Não só pelas longas e amplas avenidas que levam ao centro, mas principalmente pela boa infra-estrutura que apresenta. Uma cidade rica. Mossoró é repleta de grandes concessionárias de veículos. Para se ter uma idéia, a frota de automóveis, incluindo, motocicletas, ultrapassou a marca dos 77 mil veículos. Número alto para um município com população estimada em cerca de 240 mil habitantes. Incrível média de um veículo a cada três pessoas.

Mas não é para menos. Mossoró é o maior produtor de petróleo, em terra, do Brasil. E mais ainda, também tem a maior marca em produção de sal marinho do país, abastecendo 95% do mercado nacional. Além do comércio forte, a indústria também vem crescendo a passos largos assim como o mercado da construção civil. A cidade conta com um dos maiores shoppings do Rio Grande do Norte, o West Shopping, com cerca de 140 lojas. O setor agrícola também tem destaque com a exportação de melão.

Dificuldade é o que não falta

Problemas não faltam ao técnico Miluir Macedo para fechar o grupo do Potiguar ainda nesta reta final de preparação. Com um número de jogadores reduzido, contando com alguns das divisões de base, o treinador vai fazendo das tripas coração para achar o seu melhor time. Para se ter uma idéia 90% da equipe que foi vice-campeã potiguar não permaneceu para a Série C.

Destaques ficam por conta dos atacantes Canindezinho e Paulo Rangel, artilheiro da Copa RN (1º turno do estadual). O goleiro Mondragon, ex-Sete de Setembro, também está bem no clube, mas no início da semana acabou se hospitalizando por conta de uma infecção intestinal.

O problema mesmo aconteceu com o atacante Ribinha, que foi contratado no início da semana, dormiu uma noite em Mossoró e, pela manhã, sumiu sem dar satisfação. A diretoria do Potiguar contratou 15 jogadores e, até o início da terceira divisão, deve fechar com, no mínimo, mais três reforços. Os últimos contratados foram: Haroldo (volante, ex-Vasco da Gama) e Diogo (meia, ex-Central).

O sonho de Canindezinho

O sonho de se tornar jogador de futebol profissional chegou quando ele não mais acreditava ser possível. Apenas aos 23 anos, Francisco Canindé Alves da Costa, viu a oportunidade bater em sua porta. "Fui direto do ´rachão` ao profissional", confessou. Sem um mínimo trabalho de base, sem nenhum fundamento técnico, Canindezinho, como já era conhecido nas peladas da cidade de Pau dos Ferros (a 151 km de Mossoró), deixou de ser peladeiro para trilhar uma vitoriosa carreira profissional. "Sim, é isso mesmo. Sou um vitorioso", disse cheio de orgulho no auge dos seus 35 anos.

Do interior do Rio Grande do Norte ele alçou bons vôos. Passou pelo Souza-PB e América-RN até começar a melhor fase de sua carreira. Foi jogar no Ituano-SP e seguiu sua estrada até o sul do país. Atuou no Juventude-RS, Tubarão-SC e Santa Cruz do Sul-RS, quando voltou para o Nordeste para defender o Treze-PB e, finalmente, o Potiguar. "Eu só fazia estudar. Tudo aconteceu depois que eu terminei o segundo grau".

De fala mansa, pausada e entre uma brincadeira e outra dos companheiros, o veterano atacante do Potiguar - já somou sete anos entre idas e vindas no alvirrubro -, mostra ser muito querido por todos no elenco. Jogador de velocidade e bom chute, Canindezinho é um dos artilheiros do time e, também, um dos poucos remanescentes da equipe vice-campeã potiguar.

Enquanto amarrava a chuteira, pouco antes de iniciar o treinamento matinal na última semana de preparação, o jogador deu a receita para sua equipe deixar de ser o azarão da Série C: A simplicidade. "Aqui a união é uma coisa impressionante. Todos os jogadores se respeitam, não existe vaidade e o objetivo é um só: vencer". Que assim seja. Receita de uma equipe que tem como apelido "Time Macho".