segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Santa Cruz vence em tarde de festa no Recife

Santa Cruz vence o Central por 2 a 1 no Campeonato Pernambucano

Festa tricolor


Santa Cruz vence o Central por 2x1 e sobe para a quinta colocação no 1º turno

Gustavo Paes

Os jogadores do Santa Cruz honraram a bela festa realizada pela torcida e venceram o Central ontem, por 2x1, na reinauguração do Arruda. O time conseguiu assim se recuperar da goleada sofrida diante do Porto (4x0), na quarta-feira da semana passada. O clube ocupa agora a quinta posição no primeiro turno do Campeonato Pernambucano, com seis pontos. O time de Caruaru valorizou bastante a conquista tricolor, que chegou à vitória mais na base da superação do que na técnica, assim como aconteceu na primeira rodada, diante do Sete de Setembro, em Garanhuns. Ainda assim, é preciso ressaltar que o time coral evoluiu, principalmente na parte tática, com uma defesa mais firme, com a participação do estreante Thiago Matias, e jogadas bem armadas durante o jogo.

Entusiasmados com a festa e com o ótimo estado do gramado, os jogadores tricolores partiram para cima com tudo. Não foi preciso muito tempo para que o Santa Cruz marcasse o primeiro gol no novo Arruda. O atacante Márcio, que demonstrou um futebol animador durante a partida, trocou passes com o volante Bilica e se lançou para a área, para receber um cruzamento perfeito e desviar com precisão para o fundo das redes do goleiro Davi.

Porém, a torcida tricolor voltou a ficar aflita com a sua equipe. Logo após sofrer o gol, o Central mostrou qualidade e conseguiu dominar o campo de jogo. Aos seis minutos, o goleiro André Zuba saiu mal do gol, deixando o experiente lateral-direito Russo em ótimas condições de marcar. Mas o jogador bateu na rede pelo lado de fora. Aos 12, foi a vez de Bilica falhar na saída para o jogo. A bola ficou com Fábio Silva, que caprichou na finalização mas bateu para fora.

Porém, o Santa Cruz conseguiu novamente surpreender. Aos 33, Sandro cobrou falta, a bola bateu na zaga e sobrou na entrada da área para Willian, que acertou um arremate perfeito, para delírio da torcida coral. Tricolor 2x0. O time da casa cresceu e criou em seguida outra boa chance com Willian, terminando o primeiro tempo com moral.

A etapa final começou com duas bolas paradas perigosas. No lado do Santa, Marcelo Ramos bateu por cima do gol. Já o meia Djalma, da Patativa, foi mais preciso, e num chute forte conseguiu diminuir a diferença. Golaço do jogador de 32 anos.

Nos minutos finais, o Central foi para a frente, tentando aproveitar o cansaço dos tricolores. Foram dois sustos. O primeiro, em um chute venenoso do atacante Cláudio. Depois, em uma nova cobrança de falta de Djalma, que foi rebatida de maneira estranha por André Zuba. Só depois de passar por esse sufoco a torcida pôde respirar aliviada e comemorar uma vitória histórica.

Ficha Técnica

Santa Cruz

André Zuba; Parral (Juca), Sandro, Thiago Matias e Adílson; Vágner, Bilica, WIllian (Anderson) e Élder (Miller); Márcio e Marcelo Ramos. Técnico: Márcio Bittencourt.

Central

Davi; Sidney, Bebeto e César Baiano; Russo, Márcio, Djalma, Danilo (Careca) e Marquinhos Caruaru (Adeíldo); Fábio Silva (Aílton) e Cláudio. Técnico: Lourival Santos.

Local: Arruda. Árbitro: Cláudio Mercante. Assistentes: Erich Bandeira e Jossemar Diniz. Gols: Márcio (aos 2 minutos do 1ºT), Willian (aos 33 do 1ºT) e Djalma (aos 12 do 2ºT). Cartões amarelos: Sandro e Willian (Santa Cruz); Sidney, Bebeto, Aílton e Cláudio. Público: 30.086. Renda: R$ 197.870.

Márcio: “Foi uma vitória suada”

Gustavo Paes

Principal destaque do Santa Cruz no jogo, realizando bem o papel do pivô, finalizando e abrindo espaços para os companheiros, o atacante Márcio afirmou que pode render ainda mais. “O trabalho está apenas começando, claro que eu ainda posso render mais. No momento, o importante era conseguir a vitória para que o time tenha mais tranquilidade para trabalhar. Aos poucos, vamos demonstrar muito mais na parte técnica e tática”, declarou Márcio. “Foi uma vitória suada, mostrou muito a força de vontade do nosso time”, completou o atacante.

Cada vez mais sereno em suas entrevistas, o técnico Márcio Bittencourt foi cauteloso ao falar do desempenho da equipe. O treinador utilizou diversas vezes a palavra humildade. “Nosso time tem que ser humilde. Fizemos o segundo gol e investimos muito na defesa, para tentar matar o jogo no contra-ataque. Ainda vamos evoluir muito. Precisamos de trabalhos técnicos. Já houve uma evolução, mas ainda é preciso muito mais. Milagre, só Jesus Cristo faz”, afirmou Bittencourt. “Temos também que ter inteligência, principalmente para administrar a questão física”, disse o treinador, que a cada dia anda implorando aos céus para que o meia Gobatto seja regularizado.

“Temos que ter esse meia, é muito importante para a equipe. O Leandro Gobatto é o homem que vai articular as jogadas, dar o ritmo do nosso ataque. Ele é o jogador que vai poder deixar o Marcelo Ramos e o Márcio na cara do gol”, comentou Bittencourt.

Treinador credita 90% da vitória aos torcedores

Gustavo Paes


É difícil pensar em um resultado diferente para o jogo de ontem que não fosse a vitória do Santa Cruz. O Central foi um valioso adversário, em muitos momentos da partida foi melhor do que o Tricolor, mas, pelo menos na cabeça dos torcedores corais, o roteiro já estava escrito. A chegada nos arredores do estádio já deixava claro: aquele era um jogo diferente. A liberação do anel superior atraiu uma enorme quantidade de pessoas, que se espremiam nas imediações do Arruda.

Apesar da massa coral que passeava nas ruas, ao entrar no gramado, a sensação era que o torcedores não esgotariam a carga de 50 mil ingressos que foi colocada à disposição. O público acabou cobrindo os espaços nas arquibancadas aos poucos, principalmente por conta da dificuldade no acesso ao estádio, porque a grande maioria deixou para entrar minutos antes do apito inicial.

Após os 15 minutos da etapa inicial, já dava para ter uma idéia da quantidade de torcedores. A maioria da crônica esportiva arriscou que ali estariam entre 35 e 40 mil pessoas. O público divulgado foi 30.086. O número causou estranheza, mas não diminuiu o impacto provocado nos jogadores e na comissão técnica do Santa Cruz. “É emocionante ver uma torcida que passou por tantos percalços fazer uma festa desse tamanho. Acho que eles foram responsáveis por 90% da nossa conquista hoje (ontem)”, declarou o técnico Márcio Bittencourt. “Nós vacilamos na última rodada, perdemos por 4x0, e eles ainda nos apoiaram dessa maneira. Imaginem quando o time engrenar”, disse o zagueiro Thiago Matias.

Briga no terminal de Rio Doce

Daniel Leal


Uma briga generalizada entre cerca de 100 pessoas vestidas com as camisas das torcidas organizadas Torcida Jovem, do Sport, e Inferno Coral, do Santa Cruz, assustou passageiros, motoristas e cobradores, no terminal de ônibus de Rio Doce, em Olinda, ontem à tarde.

Segundo testemunhas, muitas bombas e pedras foram alçadas entres os grupos de “torcedores” e, por consequencia do vandalismo, dois ônibus acabaram tendo as janelas e portas quebradas. “Foi muita bomba e pedra voando aqui dentro. As pessoas saíram correndo e quando a polícia chegou é que as coisas se acalmaram. Toda vez que tem jogo na cidade o ‘pau come’ aqui no terminal”, denunciou o fiscal do terminal de Rio Doce, Sandro Bandeira. Apesar do quebra-quebra e de toda a confusão, ninguém acabou preso.

Meia Leandro Gobatto pode ser regularizado nesta segunda


O meia Leandro Gobatto pode ser a novidade do Santa Cruz na partida contra o Salgueiro, quarta-feira, no Sertão. A expectativa é que ele seja regularizado ainda nesta segunda. Para isso, seu nome precisa ser publicado no Boletim Informático Diário (BID) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Principal destaque durante a pré-temporada coral, Gobatto terá a responsabilidade de dar mais qualidade ao meio-campo tricolor. A ligação com o ataque tem sido um dos principais alvos de críticas por parte do técnico Márcio Bittencourt.

A reapresentação do elenco tricolor acontece na tarde desta segunda, no estádio Ademir Cunha, em Paulista. A delegação segue viagem para Salgueiro na tarde desta terça, logo após o treino matinal.

Da Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

Técnico do Santa em êxtase com a torcida: "É encantador"


O técnico Márcio Bittencourt está encantado com a torcida do Santa Cruz. A presença maciça dos tricolores na vitória sobre o Central deixou o comandante coral impressionado. Visto nas arquibancadas do Arruda, o contágio de amor se entendeu ao banco de reservas durante o jogo do último domingo.

“Com toda a experiência que tenho, ali no banco você se emociona. Temos quer dar 90% de crédito a eles (os torcedores) nessa vitória. Foi encantador”, afirmou. Ao analisar o desempenho do time, porém, Bittencourt manteve os pés no chão.

“Não podemos nos esconder atrás de uma vitória. Precisamos melhorar muito ainda. Já tinha dito que até a quinta rodada iríamos sofrer. Falta entrosamento. Hoje, o grande problema do Dunga na Seleção é pegar os melhores do mundo e dar conjunto. Não faço milagre, o Márcio não é Jesus cristo. Falta trabalho junto, dia-dia, convívio. Só isso faz uma equipe ser forte”, disse.

Da Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

Santa Cruz treina pela tarde de olho no Salgueiro


Os jogadores do Santa Cruz aproveitam a manhã de folga depois de terem vencido o Central ontem por 2X1 na reinauguração do Arruda. À tarde, os jogadores se reapresentam para treinamento no centro de treinamento em Paulista. A meta, agora, é o Salgueiro, adversário do tricolor na próxima quarta-feira.

Para o jogo, o técnico Márcio Bittencourt vai poder contar com toda a equipe, uma vez que nenhum jogador vai cumprir suspensão automática.

Da Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

Em jogo equilibrado, Santa Cruz vence por 2 a 1 e se reabilita no Pernambucano


Central não converte as inúmeras oportunidades e torcida local comemora

GLOBOESPORTE.COM

Recife

A volta ao Arruda deu sorte ao Tricolor. Sem jogar no estádio desde agosto, o Santa Cruz aproveitou o apoio da torcida e, com casa cheia, venceu o Central por 2 a 1, pela terceira rodada do Pernambucano. Apesar do resultado, o placar não foi um espelho do que aconteceu dentro de campo. A equipe visitante foi superior durante todo o segundo tempo, mas não soube transformar as oportunidades em gols.

O apito inicial mal havia sido dado e os tricolores já tinham o que comemorar. Logo no segundo minuto de jogo, Márcio deu de calcanhar para Bilica, que devolveu para o atacante marcar de cabeça.

Na sequencia, Adilson bobeou e entregou a bola para Fábio Silva na entrada da área. O atacante visitante não aproveitou o presente e chutou por cima do gol de Zuba.

Aos 33 minutos, um golaço para o Santa. Sandro cobrou falta e William aproveitou o rebote, pegando em cheio, de pé esquerdo, sem chances para o goleiro Davi.

As melhores chances da Patativa foram com Cláudio. Por duas vezes, o atacante chutou na rede, só que pelo lado de fora. Em outra oportunidade, a finalização acabou nas mãos de André Zuba. A jogada mais perigosa foi uma cabeçada que passou à direita do gol do coral.

Aos 38, um lance curioso. Fábio Silva foi substituído na equipe do Central. Irritado, o atacante jogou uma garrafa dentro e campo e recebeu cartão vermelho. Como a alteração já havia sido processada, a expulsão não deixou sua equipe em desvantagem no gramado.

Reação adversária para nas mãos de Zuba

Estar atrás no placar fez a equipe do Central se mandar para o ataque. Aos 12 minutos, a pressão surtiu efeito. Djalma cobrou falta com força no ângulo e André Zuba só olhou o bola entrar. Aos 23, o goleirão evitou o empate. Cláudio recebeu na área e obrigou o jogador a fazer grande defesa.

O Santa ainda teve a oportunidade de marcar o terceiro, mas Márcio desperdiçou. O goleiro Davi deu rebote, mas o jogador coral se desequilibrou e jogou fora a chance de ampliar. Cláudio teve nova chance de marcar para a Patativa, mas chutou, novamente, na rede pelo lado de fora. O Tricolor decidiu se fechar, e se segurou como pôde até o apito final.

De volta ao Arruda, Santa Cruz faz festa e se recupera


No reencontro com o seu estádio depois de quase cinco meses afastado, o Santa Cruz viu grande festa ser realizada na noite deste domingo no Arruda e deu continuidade ao clima de otimismo com vitória por 2 a 1 sobre o Central de Caruaru, partida que sela a recuperação da equipe tricolor no Campeonato Pernambucano.

» Veja as fotos do Arruda
» Santa Cruz se mobiliza nos 4 meses sem jogos
» Boa fase de rivais compõe "calvário" do Santa Cruz
» Na Série D, Santa Cruz busca "renascimento"

Recém-rebaixado à Série D do Campeonato Brasileiro, o time ainda luta para se reestruturar e voltar a figurar entre os grandes clubes do Estado e uma das principais forças do Nordeste. Neste domingo, com a ajuda de seus fanáticos torcedores, a equipe venceu a segunda no Pernambucano e se recuperou da goleada por 4 a 0 sofrida na última quarta-feira, diante do líder Porto.

Antes mesmo do apito inicial, os torcedores tricolores proporcionaram grande espetáculo na reformada praça esportiva, contando ainda com uma imensa queima de fogos de artifícios que antecedeu a entrada dos jogadores em campo.

Com o início do duelo e os primeiros movimentos no novo Arruda, o clima de alegria foi ampliado com a boa atuação da equipe da casa, que coleciona seis pontos nas três rodadas disputadas, enquanto o Central tem a metade.

Logo com dois minutos de bola rolando, Márcio tratou de aumentar o clima festivo e balançou as redes da equipe de Caruaru. Em seguida, aos 33min, ainda do primeiro tempo, William aumentou a vantagem e deixou os mandantes em boa situação para a etapa final.

Sem o mesmo ímpeto ofensivo que mostrou nos primeiros 45 minutos, o Santa Cruz diminuiu o ritmo após o intervalo e viu o crescimento do rival, que descontou aos 12min com Djalma. No entanto, com a força do torcedor que lotou as arquibancadas, o Santa Cruz segurou o resultado e não deixou o rival estragar a festa.

Aldo Carneiro/Futura Press
Na reabertura do Estádio do Arruda, Santa Cruz coleciona segunda vitória no Estadual
Na reabertura do Estádio do Arruda, Santa Cruz coleciona segunda vitória no Estadual

Redação Terra

Santa Cruz na maior felicidade


Torcida tricolor compareceu para conferir a nova cara do estádio, assistiu a shows e, melhor ainda, viu o time vencer o Central por 2x1, passando a 5º lugar na classificação. Um dia em que tudo deu certo

Rafael Carvalheira
rvieira@jc.com.br


Não foi o futebol dos sonhos dos torcedores do Santa Cruz. Mas também não precisava. O espetáculo já havia sido oferecido antes do apito inicial, com roda de samba, orquestra de frevo, homenagens, apresentação de artistas tricolores das mais variadas tendências musicais e show pirotécnico. Reverências justas oferecidas ao Estádio do Arruda, o Mundão, o Colosso. Um dos maiores orgulhos da torcida coral estava reaberto por completo após três meses de reformas amplas. A exigência era somente pela vitória. Podia vir do jeito que fosse. E ela veio apertada. Um dramático 2x1 em cima do Central.

O desfecho perfeito para os adoradores do Santa Cruz, em um dos dias mais festejados da história recente do clube, valeu também mais três pontos para a equipe na classificação do primeiro turno do Pernambucano. Os heróis da vitória na data histórica foram o atacante Márcio e o meio-campista William, ainda no primeiro tempo do confronto, válido pela terceira rodada da fase. O meia Djalma, já no segundo tempo, descontou para os visitantes.

O Santa saiu da oitava colocação e agora está em quinto, com seis pontos. Os corais perdem uma posição para o Ypiranga por conta do saldo de gols. São dois gols negativos para o time da capital, enquanto o representante de Santa Cruz do Capibaribe acumula dois gols positivos. Quem assumiu o oitavo posto foi o Central, com três pontos. Na quarta-feira, os comandados de Márcio Bittencourt saem para enfrentar o Salgueiro, no Cornélio de Barros. A Patativa faz o clássico de Caruaru contra o Porto, no Luiz Lacerda.

O que se seguiu após o show montado pela direção para receber novamente os torcedores parece ter sido combinado também com os jogadores, como se estivesse previsto na programação. Palco desmontado, times em campo, e, com menos de dois minutos, a massa já dava vazão ao grito de gol. A explosão de alegria veio após uma boa jogada de Bilica pela esquerda. O volante cruzou para a área e encontrou o atacante Márcio livre para marcar de cabeça.

Quando o Central tomou conta do meio-de-campo e começou a ameaçar o gol dos donos da festa, veio mais o indício de que a história do jogo só pode ter sido escrita por um fanático coral, daqueles capazes de dedicar versos para o clube. Quem sabe Capiba, animado no céu com os acordes da Spok Frevo Orquestra antes do jogo. Eram 33 minutos, William pegou um daqueles chutes de primeira que o torcedor fala: “Nunca mais acerta outro”. Da entrada da área, de bate-pronto, o meia soltou um “canhão” para eletrizar ainda mais a nação tricolor.

O segundo tempo se desenrolou com muitos sustos. O maior deles veio aos 12 minutos, com o meia Djalma descontando de falta. O Central seguiu melhor o tempo inteiro. O Santa Cruz cansou e permitiu ao adversário atuar trocando passes na frente. Os contra-golpes também não funcionavam. Depois de tanto “frevo”, parecia que ninguém tinha mais pernas. O goleiro André Zuba tratou de segurar o placar defendendo a bola do jogo, aos 23 minutos. Após o apito final, entretanto, o Arruda virou Olinda novamente para o carnaval de cerca de 30 mil tricolores.

Bittencourt: “Jogamos acima do esperado”


A convicção do técnico Márcio Bittencourt é de que o time ainda precisa evoluir muito se quiser manter-se firme na disputa do título do primeiro turno. Mas o comandante tricolor, já nos vestiários após o confronto, considerou a atuação da equipe no primeiro tempo “acima do esperado”. Observou melhoras significativas na marcação e na criação das jogadas para finalização. Não faltaram, também, rasgados elogios à torcida do Santa Cruz.

Segundo Márcio, a melhora do padrão de jogo apresentada na etapa inicial, quando o condicionamento físico permitia uma melhor movimentação, foi fruto dos dois dias de trabalho que o elenco teve para treinar entre a derrota diante do Porto e a vitória de ontem. “Temos de ser humildes, ainda falta muito. Mas futebol é trabalho. Esses dois dias já fizeram efeito. Oferecemos dificuldades ao adversário e criamos bem”, analisou.

Tempo, entretanto, é o que o treinador tricolor não vai ter para a próxima rodada. Hoje, os jogadores que atuaram farão exercícios leves. A rigor, Márcio Bittencourt terá apenas amanhã para tentar ajustar alguns erros identificados. “É muito difícil. A competição é complicada, e nós estamos nos condicionado com o passar dos jogos. Quando faltaram pernas hoje (ontem), fomos naturalmente chamando o adversário para o nosso campo.”

CENTRAL

Do outro lado, o meia Djalma, um dos mais experientes da equipe, lamentou o gol tomado no início. “Isso não pode acontecer. Levamos o gol e demos uma caída. O Santa Cruz se aproveitou e fez logo o segundo. Corremos atrás o tempo inteiro. Estamos com dificuldades de entrosamento, principalmente porque o técnico foi contratado em cima da hora.”

FBC reforça importância da união coral

Enquanto o treinador e os jogadores suam para melhorar a qualidade do futebol apresentado em campo, o presidente Fernando Bezerra Coelho segue cobrando nos bastidores a reaproximação de tricolores que estão afastados. Durante a cerimônia de descerramento da placa de ex-presidentes em homenagem ao próprio FBC e aos presidentes do Conselho Deliberativo, Roberto Arraes, e da Comissão Patrimonial, José Augusto de Paula, o mandatário tricolor pregou ainda mais união.

A cerimônia foi realizada cerca de duas horas e meia antes do apito inicial, no corredor de acesso ao elevador dos camarotes e tribunas de honra. A homenagem foi pelos serviços prestados até o momento, sobretudo ao esforço pela recuperação do José do Rego Maciel. “Esta placa traduz o momento de unidade que o Santa Cruz está vivendo. Sem dúvidas, resultados de campo são importante, mas é preciso que todas as correntes estejam sempre unidas e participando”, declarou.

João Caixero estava representando os ex-presidentes na ocasião. FBC também estava ladeado pelo presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Carlos Alberto Oliveira. “Esse clube tem uma capacidade dentro da sociedade pernambucana que ninguém pode desprezar. Não precisamos de pesquisas ou qualquer tipo de número para provar que somos a maior torcida. Na história do Estado, somos nós que batemos todos os recordes dentro dos estádios”, afirmou o presidente.

Logo após a homenagem, o mandatário, saudado com entusiasmo por torcedores, seguiu para assistir ao show dentro do estádio pela reabertura do Arruda. Estava programada a sua participação no pontapé inicial simbólico da partida. Mas, por conta do atraso na programação, Fernando Bezerra Coelho não desceu ao gramado.

Vitória da família tricolor


Santa Cruz // Em um jogo no sufoco, a equipe coral conseguiu derrotar o Central por 2 x 1 na noite de ontem, na reabertura do Arruda

Cássio Zirpoli // Diario
cassiozirpoli.pe@diariosassociados.com.br


Foi no sufoco? Foi. Por sinal, é claro que teria que ser sofrido. Não bastava apenas fazer uma linda festa depois de cinco meses. O jogo precisava ser tenso. O grito da vitória tinha que ficar preso até o último minuto. Tudo no script. Começo, meio e fim. Mas, finalmente com um final feliz para o Santa Cruz. Diante de um público espetacular no Arruda, a Cobra-Coral, mesmo longe de ser um primor na partida, venceu o Central por 2 x 1, ontem à noite, e se recuperou no Campeonato Pernambucano. Se recuperou na classificação, subindo para o 5º lugar. Mas, principalmente, recuperou a auto-estima do povão. Que mostrou ser mesmo fiel. Foi difícil imaginar que o time havia sido goleado pelo Porto na última quarta-feira. Pelo volume de torcedores, o 4 x 0 no Lacerdão parecia ter sido a favor do Mais Querido.

No embalo da massa, o Santa tentou sufocar o Central logo no início do jogo de ontem. Falando assim, até parece que o gol sairia coral com até 15minutos de jogo. Pois saiu logo no primeiro. O suficiente para incendiar o Arruda, já em festa. Bilica avançou bem pelo lado esquerdo e cruzou na medida para Márcio Barros, que subiu bem e abriu placar. Depois, começou o sufoco. Apesar do baque pelo gol sofrido, o Central criou três boas chances. Cláudio errando por pouco, a bola passando perto, Zuba defendendo# Taticamente bem postado, o Santa manteve a calma para mudar o panorama da partida.

Apesar da pressão da Patativa, o Santa foi mais eficiente. Aos 34 minutos, Sandro cobrou uma falta na barreira. Mas a bola sobrou para William, que acertou um golaço, abrindo 2 x 0 no placar. No primeiro tempo, ainda ocorreu algo raro no futebol. O atacante centralino Fábio Silva foi expulso depois de ser substituído. Conseguiu a proeza de levar o cartão vermelho e mesmo assim deixar o time com 11 em campo. No segundo tempo, o Central começou assustando, com um gol de falta do experiente Djalma, aos 12 minutos. Cansado em campo, o Tricolor passou a deixar muito espaço para o adversário. Assim como no primeiro tempo, Cláudio perdeu boas chances. Nenhuma delas tão clara quanto a de Márcio Barros, que chegou atrasado em um rebote aos 24 minutos. Nos descontos, a cena final. Mais uma falta para Djalma. O meia bateu forte, mas André Zuba espalmou. Susto sim. Mas vitória garantida.

Vestiário - Contagiados pela torcida, os jogadores tricolores vibraram bastante no campo após o apito final do árbitro Cláudio Mercante. Foi a primeira partida de quase todos os jogadores no Arruda, vestindo a camisa do Santa. O ex-volante rubro-negro Bilica fez questão de agradecer o apoio da torcida. "Se a gente não vibrar com o estádio desse jeito, vai vibrar como? Aí tem que deixar o clube", afirmou o jogador, importante no sistema defensivo do Santa. Feliz com a sua atuação, o atacante Márcio Barros aproveitou para fazer uma auto-promoção. "O meu forte aqui sempre será isso, velocidade e força. Condicionamento físico em primeiro lugar", disse. O elenco do Santa Cruz irá se reapresentar na tardedesta segunda-feira no Estádio Ademir Cunha, em Paulista.

Na próxima rodada, o tricolor enfrentará o Salgueiro na casa do adversário, no Estádio Cornélio de Barros, na quarta-feira. O Central vai encarar o Porto no "Clássico Matuto", no Lacerdão, em Caruaru.

Santa Cruz 2

André Zuba; Parral (Juca), Sandro, Thiago Matias e Adilson; Bilica, Wágner, Elder (Miller) e William (Anderson); Marcelo Ramos e Márcio Barros. Técnico: Márcio Bittencourt.

Central 1

Davi; Russo, Sidney, Bebeto e Marquinhos Caruaru (Adeíldo); César Baiano, Mácio, Djalma e Danilo (Careca); Fábio Silva (Ailton) e Cláudio. Técnico: Lorival Santos.

Local: Arruda. Árbitro: Cláudio Mercante. Auxiliares: Erich Bandeira e Jossemmar Diniz. Gols: Márcio e William (SC); Djalma (C). Cartão vermelho: Fábio Silva (após ser substituído). Cartões Amarelos: Thiago Matias, Sandro e William (SC); Sidney, Bebeto, César Baiano, Cláudio e Ailton (C). Público e renda: Até o fechamento desta edição não foram divulgados

Uma partida para matar a saudade do "Mundão"

A saudade de frequentar o Arruda era visível no semblante dos torcedores presentes no estádio ontem. A movimentação intensa na Avenida Beberibe, já no início da tarde, parecia indicar que às 18h20 haveria um clássico daqueles no Mundão. Nada disso. Foi apenas o povão coral, marcante em todos os setores do Arruda.

Desde as 10h já havia gente no parque aquático, dando início aos shows programados para a festança pela reabertura do estádio. Depois, a festa passou a ser no campo, onde foi armado um palco. Nando Cordel, Canibal, maestro Spok# Artistas corais se revezeram nos shows, que prepararam o "terreno" para o time fazer a sua parte. A cada novo show, mais fotos. Registros do Mais Querido como nos velhos tempos. Celulares gravando vídeos do show pirotécnico na inauguração da nova iluminação. Tudo como se fosse a primeira vez. De fato foi, depois de cinco meses de "separação".

O médico Fábio Moura, 37 anos, chegou cedo ao setor das sociais com uma missão clara. Ele queria reaproximar o Santa dos seus três filhos: Lucas, 7 anos, Letícia, 4, e Tiago, de 1 ano e 9 meses. Os três devidamente uniformizados com o padrão tricolor. "Eu vim com a família toda. Tios, primos, minha esposa e meus filhos. A saudade do Arruda já estava grande demais. Tiago já é tricolor porque aqui a educação é desde pequeno", provocou Fábio. Apresentado na edição de domingo do Diario, na reportagem sobre o Arruda, "seu" Isael Trindade também estava presente ali nas sociais, sem esconder a alegria. "Estou emocionado com esta torcida. É ela que faz a diferença para o Santa", disse.

Atuações

André Zuba - Um pouco inseguro no primeiro tempo, principalmente na saída de bola. Na etapa final, fez uma bela defesa em um chute de Cláudio. 6,0

Parral - Buscou o apoio, mas sem muita precisão nos cruzamentos. 5,5 (Juca) - Entrou nos descontos. Fica sem nota.

Sandro - Boa saída de jogo. Experiente, soube 'parar' a partida nos minutos finais, esfriando o ímpeto alvinegro. 6,0

Thiago Matias - Bem superior a Memo, mesmo sem ritmo. Mostrou que tem condições de evoluir. 6,0

Adilson - Não avançou tanto, ficando um pouco preso na defesa. Perdeu muitas jogadas para Russo. 5,0

Bilica - Volante com pegada forte. Boa atuação. Cedeu espaços no segundo tempo, mas não comprometeu. 6,0

Wágner - Assim como todo o time, produziu mais no primeiro tempo. 5,5

Elder - Cadenciou o jogo no primeiro tempo, tocando bem a bola. No segundo, desgastado fisicamente e sem mobilidade, acabou sendo substituído. 6,0 (Miller) - Entrou depois ter o nome cobrado pela torcida. Miller entrou um pouco afobado em campo e pouco acrescentou.5,0

William - Marcou um golaço e por pouco não fez outro, também de fora da área. Taticamente, o jogador cumpriu bem o seu papel. 6,0 (Anderson) - Entrou para dar mais consistência ao setor defensivo. Cumpriu o seu papel. 5,0

Marcelo Ramos - Atuou como pivô no ataque, mas criaou poucas chances para o ataque. No segundo tempo, cansou. 5,5

Márcio Barros - Jogador rápido e forte. Deu bastante trabalho para a defesa da Patativa. Marcou o primeiro gol coral e teve gás até o final, brigando bastante pela bola. 7,5

Márcio Bittencourt - Soube reconhecer a fragilidade da equipe na rodada anterior, quando o time foi goleado, e mexeu bem na equipe. 6,5

Central - A Patativa criou bastante no setor ofensivo, principalmente no segundo tempo. O centroavante Cláudio teve pelo menos três boas chances, mas pecou nas finalizações. Mas o Central vendeu caro a derrota. 5,5

Minuto a minuto


1º tempo

1 min - Bilica cruzou pelo lado esquerdo para Márcio Barros, que cabeceou para as redes.

6min - Após saída atrapalhada do goleiro Zuba, a bola sobrou para o lateral Russo, que chutou para fora.

12min - Foi a vez do atacante Fábio Silva desperdiçar uma chance para o Central. O atacante bateu colocado, pra fora.

14min - Central chegando bem pela 3ª vez seguida, em uma cobrança de falta de Danilo. O meia bateu com efeito e Thiago Matias quase fez contra ao tirar a bola.

26min - Barros tabelou com Marcelo Ramos, que girou na pequena área e tocou para Elder, que, na marca do pênalti, bateu mal.

32min - Mais uma finalização de Cláudio, que mandou nas redes pelo lado de fora.

34min - Gol do Santa! Sandro cobrou falta da intermediária e a zaga afastou mal. William pegou o rebote, de fora da área, e fez belo gol.

39min - William arriscou de fora da área e por pouco não fez mais um golaço.

2º tempo

6min - Djalma mandou uma bomba de fora da área, assustando a torcida tricolor.

9min - Falta na meia-lua para o Tricolor. Marcelo Ramos cobrou bem, mas a bola passou raspando o travessão

12min - Central diminuiu em gol de falta do meia Djalma, que acertou chute indefensável.

16min - Danilo deixou Cláudio em ótima posição, mas foi desarmado no chute.

19min - Sandro mandou para as redes, aproveitando rebote, mas estava impedido.

23 min - Grande defesa de Zuba, em um chute de Cláudio na pequena área.

24min - Parral bateu rasteiro da direita e, por pouco, Márcio Barros não ampliou, chegando atrasado na conclusão.

45min - Última chance do Central. Djalma cobrou uma falta da intermediária, mas Zuba espalmou, garantindo a vitória coral.

Fala, Professor

"O nosso time foi quase perfeito taticamente no primeiro tempo. Criamos muitas oportunidades, mas o time cansou no segundo tempo. Começamos a cometer alguns erros e isso trouxe o Central para cima da gente. Ainda temos muito o que melhorar, como saber cadenciar melhor a partida com uma vantagem como a que nós tivemos. Mas o posicionamento já melhorou. Apesar de ter uma certa experiência no futebol, ainda me emociono. Neste jogo, a torcida foi grande demais. No banco, eu fiquei emocionado e imaginando como o time ficou em campo. Ela (torcida) foi responsável por 90% desta vitória".

Marcio Bittencourt, técnico do Santa Cruz