segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Pedro Henrique comemora boa estreia pelo Santa Cruz


Fonte: GloboEsporte.com

Além da vitória por 3 a 1, a partida contra o Ypiranga trouxe outra boa notícia para o torcedor do Santa Cruz. No jogo, o estreante Pedro Henrique atuou apenas nos 45 minutos finais, mas mostrou desenvoltura no ataque coral, podendo ser um grande reforço na luta pelo título estadual.

- Eu passei um mês parado e voltei a treinar no clube há 12 dias. Ainda vou chegar à forma física ideal - promete o atacante.

Ex-jogador do Paulista de Jundiaí, Pedro Henrique ficou impressionado com a torcida coral e já prevê dias melhores para o Santa:

- A torcida é muito bonita, eu nunca tinha jogado com um público assim e isso ajuda muito. Tenho certeza que nosso time vai crescer bastante.

Da Redação do pe360graus.com

Retorno de William deve ser a única mudança no Santa Cruz


O retorno do volante William deve ser a única mudança no Santa Cruz para o jogo de quarta-feira, contra a Cabense, no Cabo. Após cumprir suspensão na última rodada, ele deve ocupar a vaga do meia Leandro Gobatto, expulso contra o Ypiranga e, por conseqüência, automaticamente suspenso.

A reapresentação do elenco coral acontece na tarde desta segunda. Quem atuou domingo faz apenas trabalho regenerativo no Arruda. O resto do grupo treina normalmente no Estádio Ademir Cunha, em Paulista, juntamente com os juniores.

Com quatro vitórias e apenas uma derrota, o Tricolor ocupa a vice-liderança do Pernambucano ao lado do Porto, mas leva desvantagem no saldo de gols. A três pontos do líder Sport, o Santa depende apenas de si mesmo para conquistar o primeiro turno.

Da Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

Marcelo leva Santa à terceira vitória


NO ARRUDA // Atacante marca os três gols na vitória sobre o Ypiranga por 3 x 1 e o Tricolor mantém boa sequência no Pernambucano

Ana Paula Santos // Diario
anapaula.pe@diariosassociados.com.br

O público no Arruda não foi o esperado, mas quem compareceu não se arrependeu. Os quase 25 mil espectadores viu, ou melhor, reviveu os melhores dias com Marcelo Ramos. A mansidão do atacante, baiano de nascença, não retratou em nada a frieza com que marcou os três gols do time coral diante do Ypiranga, pela quinta rodada do Pernambucano. Dois deles foram belíssimos.

E pensar que o domingo da massa coral teve momentos de aflição, com a equipe de Santa Cruz do Capibaribe saindo na frente. A reação tricolor só ocorreu no segundo tempo. Tardou, mas ele resolveu a parada. Reza a lenda que todo baiano traz a malemolência no corpo e nas atitudes. Ramos até que não nega suas raízes, mas em se tratando de agir em momentos cruciais - frente a frente com o goleiro - ele foge à regra.

Que o diga o goleiro Geday. No terceiro e último gol do Santa Cruz, ele teve toda tranquilidade do mundo para encobrir o arqueiro da Máquina de Costura. Não teve retorno de Geday certo para evitar a lenta trajetória da bola. "Sem dúvida foi o gol mais bonito do dia. Já pensou seu eu erro o chute. A bola poderia parar lá na arquibancada. Ainda bem que coloquei a força certa", explicou o artilheiro tricolor.

E vamos continuar a saga de Marcelo Ramos, que retornou ao Arruda após passagens pelo Atlético Paranaense e Bahia. Na etapa inicial do jogo, ele pareceu adormecido, devagar. Saiu para buscar o jogo, mas nada de arriscar uns chutes. Até errou troca de passes com os companheiros de ataque.

O despertar, no entanto, foi rapidinho. Ocorreu na volta para o segundo tempo, com menos de cinco minutos de bola rolando. A zaga do Ypiranga bobeou e lá estava ele dominando e chutando para dentro do gol. O time do interior até pediu impedimento, mas o árbitro terminou acatando o gol de empate. A expulsão do meia Luís Eduardo contribuiu e muito para a bola chegar ao pés de Ramos. O duelo, porém, era mesmo entre ele e Geday. A força do goleiro de nome inusitado, às vezes, até prevalecia. Em outras, sucumbia diante da impiedade de Marcelo Ramos. Aos 18min, o atacante acertou um potente chute de fora da área e a bola foi morrer no ângulo direito de Geday. De fato, a força não estava com Geday. Ele pode até ter aparecido na foto, mas quem comemorou foi o time do Santa Cruz e sua fiel e apaixonada torcida.

Santa Cruz 3

André Zuba; Parral, Sandro (Pedro Henrique), Thiago Matias e Adilson (Leandro Camilo); Bilica, Wagner, Elder (Anderson), Leandro Gobato; Márcio e Marcelo Ramos. Técnico: Márcio Bittencourt

Ypiranga 1

Geday; Bruno, Welton, Santiago e Luís Eduardo; Fagner, Júlio César, Jair (Júnior Xuxa), Assis (Romarinho); Lulinha e Rodrigão (Lima). Técnico: Pedro Manta

Local: Arruda Árbitro: Ricardo Tavares Assistentes: Jossemar Diniz e Roberto José Gols: Santiago (Y) e Marcelo Ramos (SC) Renda: R$ 134.690,00 Público: 24.993 Cartão amarelo: Márcio (SC) Cartões vermelhos: Luís Eduardo (Y) e Leandro Gobato (SC).

Minuto a minuto

1º tempo

5 min - Parral fez boa jogada pela direita, tocou para Marcelo Ramos, que acabou chutando em cima do zagueiro.
6 min - O atacante Márcio cruzou uma bola, procurando Marcelo Ramos, mas a zaga do Ypiranga afastou o perigo.
7 min - Wagner pegou um bonito chute de fora da área, obrigando o goleiro Geday a colocar a bola para escanteio.
8 min - O goleiro André Zuba saiu mal com os pés, armando o contra-ataque adversário. Lulinha aproveitou a bobeada e chutou periogosamente. Zuba se esticou todo e botou a bola para escanteio.
13 min - Lulinha cobrou falta pelo lado direito, Santiago subou o tocou de cabeça para o fundo das redes de Zuba. 1 x 0 para o Ypiranga.
22 min - Lulinha, novamente, em cobrança de falta deixou Luís Eduardo próximo de marcar o segundo do Ypiranga no Arruda.
23 min - Wagner cobra falta e Geday falta boa defesa.
29 min - André Zuba fez defesa para lá de importante. Lulinha entrou sozinho na grande área, chutou e Zuba tirou com a mão direita.
37 min - Júlio César passou pela marcação coral, a zaga tricolor apenas acompanhou, mas o jogador do Ypiranga tocou na trave.

2º tempo

3 min - Confusão na marcação do primeiro gol do Santa Cruz. A bola sobrou na pequena área para Marcelo Ramos, que a dominou e tocou para as redes de Geday. Primeiramente, o assistente Roberto José marcou impedimento. O árbitro Ricardo Tavares o consultou, ele reconheceu o erro e validou o gol de Marcelo Ramos.
6 min - Assim que entrou no jgo, o atacante Pedro Henrique chutou cruzado, da esquerda, e bola foi por cima do gol de Geday.
10 min - Zuba voltou a aparecer na partida. Em outra cobrança de falta de Lulinha, o camisa do 1 do Santa Cruz garantiu a defesa.
13 min - Gobato testou Geday, mas a bola foi por fora.
18 min - Pintura de gol. Golaço de Marcelo Ramos. O artilheiro tricolor soltou uma bomba de fora da área. A bola entrou no canto superior direito de Geday, que não alcançou o belíssimo chute. 2 x 1 para os donos da casa.
19 min - Gobato foi expulso.
20 min - Zuba evitou, mais uma vez, o perigo.
29 min - O atacante Marcelo Ramos experimentou outro chute e Geday acabou fazendo a defesa.
37 min - Em grande estilo, Marcelo Ramos decretou a terceira vitória consecutiva do Santa Cruz. Ele recebeu passe de Márcio e, por cobertura, tocou e fez 3 x 1.

Atuações

Santa Cruz

André Zuba - A cada partida vem conquistando seu espaço na equipe e no coração da torcida. Fez importantes defesas, evitando o pior, principalmente no primeiro tempo - 7
Parral - Armou jogadas pela lateral e fez cruzamentos pertinentes - 6
Sandro - Bobeou em uma única jogada, mas comportou-se bem ao longo do primeiro tempo. Candeciou o jogo quando necessário e ainda arriscou uns chutes em cobrança de falta - 5,5
(Pedro Henrique) - Entrou no segundo tempo em lugar do zagueiro. Mudou o panorama morno do ataque. Mesmo que trombando com a defesa do Ypiranga, levou perigo ao gol de Geday - 5
Thiago Matias - Assumiu a braçadeira de capitão com a ausência de Sandro. Falou bastante com os companheiros e ajudou a segurar as jogadas ofensivas da Máquina de Costura - 6
Adilson - Muito esforçado em campo, mas a técnica anda um pouco distante na hora de colocar em prática fundamentos básicos. Os cruzamentos na área foram inexpressivos e os erros de passe complicaram seu rendimento. 4
Bilica - Não teve uma grande atuação, mas se comportou da maneira que o técnico Márcio Bittencourt desejou. 5
Wagner - Procurou municiar o ataque, apesar da muralha armanda pelo Ypiranga. Quando a zaga abriu, ele até chutou - 6
Elder - Também buscou armar jogadas ofensivas e servir os atacantes. Acabou sentindo o joelho direito e saiu ainda no primeiro tempo - 5
(Anderson ) - Ocupou a vaga de Elder e se limitou a ajudar na marcação - 4
Leandro Gobato - Muito se falou durante a semana sobre a entrada do meia. Ele mostrou que é ágil, mas não teve uma completa leitura do jogo. Ficou devendo - 5
Márcio Barros - Buscou seu espaço no ataque coral e na base da raça fez o toque para o terceiro gol de Marcelo Ramos. Precisa parar de fazer faltas no ataque - 6
Marcelo Ramos - O que dizer de um atleta que marca três gols em um só jogo e dois deles de puro talento. A torcida coral já grita que ele é novo rei do Arruda - 9

Ypiranga

A expulsão de Luís Fernando influenciou diretamente na queda de rendimento do Ypiranga, mas o meia Lulinha foi o verdadeiro destaque da equipe. Além de armar as jogadas, ele chegava com perigo ao gol de André Zuba. De bola parada, então, ele levava perigo sempre. O único gol da Máquina de Costura saiu dos seus pés, assim como as demais jogadas que poderiam ter terminado em gols, caso seus companheiros tivessem feito sua parte. O que não aconteceu - 5

O árbitro

"Ricardo Tavares mostrou-se bastante coerente ao consultar o assistente Roberto José e validar o coral tricolor, já que havia um jogador do Ypiranga dando condições de jogo. Não fosse algumas faltas que Ricardo deixou de marcar - ora em favor do Santa Cruz, ora do Ypiranga - seu desempenho teria boa avaliação. Não complicou, nem inventou. Se bem que o jogo foi fácil, sem grandes tumultos e jogadas desleais. 6

Palavra dos professores

Márcio Bittencourt

"Tivemos quatro oportunidades de fazer, mas aconteceu que tomamos o gol e o Zuba ainda nos salvou em outras oportunidades. Eles perderam um homem e quando descemos para o intervalo sabia que precisava mudar, mesmo correndo riscos. Mexemos bem. A torcida sabe que nós não somos covardes. Peço só mais um pouco de paciência ao torcedor porque o time está caminhando e podem esperar que vamos guerrear até o fim".

Pedro Manta

"A expulsão de Luís Eduardo matou nosso time. Foi determinante no rendimento da equipe. Perdi um homem de criação e isso faz a diferença quando se está jogando com um adversário grande e em seus domínios. A lambança da arbitragem no primeiro gol do Santa Cruz só acontece aqui mesmo. Estamos no século 21 e os árbitros continuam com esse tipo de erro. Agora, só nos resta organizar o time porque na próxima rodada teremos outra pedreira, que é o Sport".

"Nossa família está em formação"

Dos mais de 20 reforços anunciados para essa temporada, de longe, ele foi o mais festejado. Em 2007, o baiano Marcelo Ramos, de 35 anos, teve uma passagem marcante pelo Santa Cruz - foi artilheiro do Estadual com 15 gols. Ontem, deu provas de que deseja marcar seu nome da nova história coral.

Este foi o verdadeiro reencontro com a torcida coral?

Desde a estreia a expectativa era grande, sobretudo, pela forma que sai em 2007. Marquei muitos gols com a camisa do Santa Cruz e a torcida espera que seja igual. Só tinha marcado um gol, mas hoje (ontem) deu para voltar a marcar.

Você mostra uma técnica refinada. Já nasceu com ela?

Acho que todo jogador já nasce assim. Mas isso não quer dizer que relaxo porque sei que tenho uma boa técnica. Quando voltei aqui para o Santa Cruz estava com três quilos acima do peso e na minha posição isso pesa bastante. Hoje já me encontro melhor.

Você demonstra se sentir em casa e a torcida já canta que você é novo rei do Arruda...

Estou longe de ser rei (risos). Aqui, aindatenho que conquistar títulos. Quero retribuir todo esse carinho da torcida conquistando algum título. Sei que tenho o respeito do torcedor do Santa Cruz e isso só faz aumentar minha responsabilidade.

E o entrosamento ideal da equipe? Vai demorar a aparecer?

A torcida precisa ter um pouco mais de paciência. Todo mundo que está aqui não se conhece. Nossa família, como diz o professor, está em formação.

Marcelo Ramos faz três no Ypiranga

Diego Nigro




Com direito a dois golaços, atacante foi fundamental na vitória por 3x1 do Santa
No último tento, o “matador” se livrou do zagueiro antes de encobrir o goleiro
BRENNO COSTA

Três vezes Marcelo Ramos, com direito a dois golaços. Em partida válida pela quarta rodada do Campeonato Pernambucano, o artilheiro coral, após um primeiro tempo sem oportunidades para marcar, decidiu a vitória, de virada, de 3x1 do Santa Cruz sobre o Ypiranga na segunda etapa e conduziu o time ao terceiro posto na tabela de classificação. Apesar de ter os mesmos 12 pontos do Porto, que ocupa a segunda posição, o Mais Querido perde no saldo de gols (1x11). Na próxima rodada, o Tricolor do Arruda enfrentará a Cabense, no estádio Gileno de Carli, no Cabo de Santo Agostinho.

Nos primeiros minutos, o Santa Cruz dominava as ações e explorava bem o lado direito do campo com as subidas de Parral. Márcio, Elder e Leandro Gobatto, que teve uma atuação apagada e ainda foi expulso no segundo tempo, eram as outras opções pelo setor. Do outro lado, a proposta do Ypiranga era jogar fechado, com todos os atletas voltando para marcar e saindo rápido para o contra-ataque.

Mesmo com o maior volume de jogo do Tricolor do Arruda, quem abriu o placar foi a Máquina de Costura, aos 14 minutos, em uma jogada de bola parada, na qual Lulinha cruzou na cabeça do zagueiro Santiago, que cabeceou sozinho. O gol abalou o Santa e deu combustível ao Ypiranga, que teve ainda duas boas chances com Lulinha e Júlio César, que chegou a acertar a trave.

Na volta do intervalo, os treinadores fizeram modificações táticas. Márcio Bittencourt tirou o zagueiro Sandro e promoveu a estreia do atacante Pedro Henrique. Do lado do Ypiranga, Pedro Manta sacou o centroavante Rodrigão e colocou o zagueiro Lima, já que o outro defensor Luís Eduardo havia sido expulso.

Quem se deu melhor foi o Tricolor. Pedro Henrique criou boas jogadas até que o Santa conseguiu empatar logo aos três minutos. Após batida de escanteio, a bola sobrou para Marcelo Ramos, que chutou para o fundo das redes. O assistente Roberto Oliveira assinalou impedimento, mas voltou atrás. Aos 18, veio primeiro golaço de Ramos chutando forte de fora da área no ângulo direito de Gedai. O último, aos 37 minutos, foi de placa. O atacante roubou a bola e deu um toque por cima do goleiro.

Artilheiro mostrou que realmente está de volta

O assunto após a partida não poderia ser outro: a volta dos gols de Marcelo Ramos, no Arruda. O atleta passou o primeiro tempo apagado, já que o meio-campo do Santa Cruz criou poucas jogadas. Mas, como muito boleiros afirmam, artilheiro não precisa jogar bem, precisa fazer gol. E foi isso que ele fez na segunda etapa. Depois de ter marcado o primeiro tento nesta edição do Pernambucano diante do Salgueiro, no Cornélio de Barros, na última quarta-feira, o camisa nove do Santa Cruz marcou logo três gols no duelo de ontem diante do Ypiranga e está apenas a um gol de assumir a artilharia da competição, que está com o meia do Porto Guego.

Logo após o término da partida, o centroavante demonstrou humildade e fez questão de dividir os méritos com os companheiros de clube. “Foram gols importantes, até porque sair atrás do placar é sempre complicado, e o Ypiranga ainda teve duas chances para matar a partida. Eu soube aproveitar as oportunidades que tive. É claro que porque eu fiz os gols as atenções se voltam para mim, mas o mérito é de todo o grupo”, afirmou. O atacante ainda elegeu o gol mais bonito. “O terceiro foi o mais bonito. Modéstia à parte, foi um gol de categoria”, disse.

Tão exaltado quanto os gols de Marcelo Ramos foi o grupo do Santa Cruz. Aos poucos, o elenco vai se entrosando dentro e fora campo, e isso é percebido no discurso dos atletas. Durante a entrevista coletiva, a palavra “família” foi citada diversas vezes. “Aqui dentro se formou uma família muito unida, que vai dar muita alegria para a torcida. Márcio (treinador) vem pedindo união. Ontem, a gente teve uma conversa, e eu falei que a gente estava formando uma família. Estamos começando uma nova era”, afirmou o zagueiro Thiago Matias.

O artilheiro da partida, Marcelo Ramos, também acredita que a família Santa Cruz é uma realidade. “Aqui dentro do Santa é diferente. A gente ainda carrega a responsabilidade das coisas erradas que foram feitas no passado. Foram três anos de tristeza para a torcida. Ninguém queria vir jogar aqui. Mas, hoje, o grupo está fechado”.

Ramos comanda virada e ida do Santa ao 3º lugar


Atacante tricolor faz os três gols da vitória sobre o Ypiranga, por 3x1, e já é o vice-artilheiro do Estadual, com quatro

Carlyle Paes Barreto
carlyle@jc.com.br


Bastaram 45 minutos de inspiração do atacante Marcelo Ramos para o Santa Cruz virar o jogo para cima do Ypiranga e deixar o Arruda com a terceira vitória seguida no primeiro turno do Campeonato Pernambucano. Os três belos gols do artilheiro, na vitória de ontem à tarde por 3x1, deixaram o tricolor na terceira colocação. E com chances de brigar pelo título.

Com o resultado, o Santa passou a somar 12 pontos, atrás apenas do líder Sport e do Porto, que só está na frente pelo saldo de gols (11x1). Já o Ypiranga se mantém em sexto, com seis pontos.

Incentivado pelos quase 25 mil torcedores que estiveram presentes no Arruda, o Santa começou o jogo pressionando um acuado Ypiranga. Foi assim até os oito minutos, com pelos menos duas chances pelo lado direito e diversos cruzamentos na área.

Mas aí surgiu um baixinho que por pouco não estraga a festa coral. O atacante Lulinha esteve perto de abrir o placar, aos nove, quando aproveitou erro na saída de bola de André Zuba e quase marca. Cinco minutos depois, ele sofreu falta na entrada da área, pela lateral. Ele mesmo cobrou e Santiago desviou de cabeça: 1x0.

Aos 21, Lulinha, em impedimento, entrou livre na área, mas não teve tranquilidade para superar o arqueiro tricolor.

O Santa sentiu o baque. Até tinha mais posse de bola, mas não a criatividade suficiente para municiar seus atacantes. Marcelo Ramos estava anulado, enquanto Márcio só fazia trombar com a linha de três zagueiros do adversário.

Aos 37, Júlio César ainda mandou uma bola na trave. Foi quando o zagueiro Luís Eduardo cometeu falta dura e boba no meio-de-campo. Já tinha cartão amarelo e foi expulso.

Na segunda etapa, com um homem a mais, o técnico Márcio Bittencourt ousou. Tirou o zagueiro Sandro e colocou o atacante estreante Pedro Henrique, fazendo com que o volante Bilica recuasse. E já no segundo minuto, Marcelo Ramos deixava tudo igual, ao pegar rebote de escanteio e tocar para o gol. O assistente Roberto Oliveira ainda anulou o lance, mas retrocedeu e confirmou o 1x1.

Com a mudança tática e com o gol, o Santa cresceu. Passou a dominar a partida. Teve chances com Pedro Henrique, mas foi Marcelo Ramos quem voltou a brilhar, acertando um bomba no ângulo, aos 18: 2x0.

O meia Gobatto, que fazia partida regular, no entanto, foi expulso aos 19. Aí o Ypiranga reagiu e voltou a pressionar.

Mas o artilheiro do dia voltou a mostrar sua classe. Após trombada de Márcio com o zagueiro Santiago, Marcelo Ramos pegou a sobra, invadiu a área e tocou suavemente, por cima do goleiro Geday, fechando o placar. No final, o atacante foi o último homem a descer para o vestiário. E a torcida o esperou, aplaudindo o artilheiro do Estadual 2008 e esperando mais festa daqui por diante.

Artilheiro divide louros com time

Após a vitória diante do Ypiranga, todos os olhos estavam voltados para o craque do jogo. Autor dos três gols, o atacante Marcelo Ramos, no entanto, preferiu dividir os louros com toda a equipe do Santa Cruz. Para ele, o mérito não pode ser individual.

“Os gols foram muito importantes, mas a vitória é de todo o grupo”, ressaltou humilde, lembrando do espírito de grupo de todo o time, que não se entregou um minuto sequer.

Para Marcelo Ramos, prevaleceu ainda a experiência do time tricolor, que soube romper a retranca do time de Santa Cruz do Capibaribe. “Os gols foram importantes. Até porque sair atrás é sempre complicado. O Ypiranga teve ainda duas chances e não definiu. Então soubemos trabalhar a bola e aproveitar as oportunidades”, destacou, ainda no gramado.

A pedidos, o agora vice-artilheiro do Estadual – com quatro gols, como Ciro do Sport, e um atrás de Guego do Porto –, lembrou dos gols. “O primeiro foi um lance duvidoso, mas depois o assistente confirmou, pois tinha um zagueiro na linha. O segundo foi um belo chute (no ângulo). E o terceiro foi um toquinho por cima do goleiro.”

Quem também festejou os gols de Marcelo Ramos foi o zagueiro Tiago Matias. “Marcelo hoje foi abençoado. O segundo foi um belo chute e o terceiro foi lindo”, elogiou.

Mas o defensor procurou ressaltar mais o lado coletivo. “A equipe toda está de parabéns. Aqui somos uma família. Há uma união muito feliz, com jogadores que se gostam. O Santa vive uma nova era. Estamos formando uma grande família aqui.”

Tiago ainda deu créditos ao técnico Márcio Bittencourt, que sacou o capitão Sandro no intervalo para colocar o atacante Pedro Henrique. “O professor arriscou. Ele tirou um zagueiro e colocou um atacante. Foi muito feliz”, lembrou.

Em relação à terceira vitória seguida, o zagueiro preferiu manter os pés no chão. “O time não ganhou nada. Mas estamos na terceira posição e vamos buscar o primeiro lugar”, justificou.

Bittencourt prevê mais evolução

Com a terceira vitória seguida, a quarta em cinco jogos do Campeonato Pernambucano, o técnico Márcio Bittencourt viu qualidade no Santa Cruz, após a vitória de ontem, sobre o Ypiranga. Mas também apontou erros e disse que a equipe ainda tem muito a evoluir

“O time está ganhando corpo. Está se equilibrando. Mas ainda falta muito”, apontou.

O treinador ainda lamentou mais um gol tomado em cruzamento na área. “Tivemos chances de sair na frente, mas tivemos erros na marcação. Levamos o gol numa bola parada. Depois Zuba salvou outra vez”, destacou.

Sobre as mudanças, Bittencourt explicou. “No segundo tempo, o time mudou. Mesmo com risco, teve que sair. O meio-de-campo não estava trabalhando bem, por isso coloquei três atacantes”.

Em relação à expulsão do meia Leandro Gobatto, num lance bobo, outra reclamação. “Temos que ter tranquilidade. Mas (ele) está errado. Vou cobrar”, prometeu.

Já o meia explicou o lance. “Tentei dar um carrinho lateral. Não sei se pegou no jogador. Mas acho que foi excesso de vontade”, justificou.

Gobatto credenciou a falta de criatividade no primeiro tempo à marcação do Ypiranga. “Eles marcaram muito forte. Eu tive marcação individual. Mas o time mostrou que consegue sobressair nas dificuldades.”

YPIRANGA

Já o técnico da equipe de Santa Cruz do Capibaribe, Pedro Manta, era só bronca com a arbitragem. Para ele, o trio teve influência direta no placar. “Foi uma arbitragem lastimável. Jogar no Arruda com menos um fica difícil. Não foi falta para expulsão. Aí ele me tira um jogador. Depois aquela lambança no segundo gol (do Santa Cruz)”, reclamou. “O time estava encaixado, jogando bem. Fez 1x0 e depois perdeu um gol na cara do goleiro. Mas futebol é detalhe”, acrescentou.

O Ypiranga volta a jogar na quarta-feira, novamente diante de um grande do Recife. Após derrotas para Náutico e Santa, encara o Sport, em Santa Cruz do Capibaribe.