segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Ramos comanda virada e ida do Santa ao 3º lugar
Atacante tricolor faz os três gols da vitória sobre o Ypiranga, por 3x1, e já é o vice-artilheiro do Estadual, com quatro
Carlyle Paes Barreto
carlyle@jc.com.br
Bastaram 45 minutos de inspiração do atacante Marcelo Ramos para o Santa Cruz virar o jogo para cima do Ypiranga e deixar o Arruda com a terceira vitória seguida no primeiro turno do Campeonato Pernambucano. Os três belos gols do artilheiro, na vitória de ontem à tarde por 3x1, deixaram o tricolor na terceira colocação. E com chances de brigar pelo título.
Com o resultado, o Santa passou a somar 12 pontos, atrás apenas do líder Sport e do Porto, que só está na frente pelo saldo de gols (11x1). Já o Ypiranga se mantém em sexto, com seis pontos.
Incentivado pelos quase 25 mil torcedores que estiveram presentes no Arruda, o Santa começou o jogo pressionando um acuado Ypiranga. Foi assim até os oito minutos, com pelos menos duas chances pelo lado direito e diversos cruzamentos na área.
Mas aí surgiu um baixinho que por pouco não estraga a festa coral. O atacante Lulinha esteve perto de abrir o placar, aos nove, quando aproveitou erro na saída de bola de André Zuba e quase marca. Cinco minutos depois, ele sofreu falta na entrada da área, pela lateral. Ele mesmo cobrou e Santiago desviou de cabeça: 1x0.
Aos 21, Lulinha, em impedimento, entrou livre na área, mas não teve tranquilidade para superar o arqueiro tricolor.
O Santa sentiu o baque. Até tinha mais posse de bola, mas não a criatividade suficiente para municiar seus atacantes. Marcelo Ramos estava anulado, enquanto Márcio só fazia trombar com a linha de três zagueiros do adversário.
Aos 37, Júlio César ainda mandou uma bola na trave. Foi quando o zagueiro Luís Eduardo cometeu falta dura e boba no meio-de-campo. Já tinha cartão amarelo e foi expulso.
Na segunda etapa, com um homem a mais, o técnico Márcio Bittencourt ousou. Tirou o zagueiro Sandro e colocou o atacante estreante Pedro Henrique, fazendo com que o volante Bilica recuasse. E já no segundo minuto, Marcelo Ramos deixava tudo igual, ao pegar rebote de escanteio e tocar para o gol. O assistente Roberto Oliveira ainda anulou o lance, mas retrocedeu e confirmou o 1x1.
Com a mudança tática e com o gol, o Santa cresceu. Passou a dominar a partida. Teve chances com Pedro Henrique, mas foi Marcelo Ramos quem voltou a brilhar, acertando um bomba no ângulo, aos 18: 2x0.
O meia Gobatto, que fazia partida regular, no entanto, foi expulso aos 19. Aí o Ypiranga reagiu e voltou a pressionar.
Mas o artilheiro do dia voltou a mostrar sua classe. Após trombada de Márcio com o zagueiro Santiago, Marcelo Ramos pegou a sobra, invadiu a área e tocou suavemente, por cima do goleiro Geday, fechando o placar. No final, o atacante foi o último homem a descer para o vestiário. E a torcida o esperou, aplaudindo o artilheiro do Estadual 2008 e esperando mais festa daqui por diante.
Artilheiro divide louros com time
Após a vitória diante do Ypiranga, todos os olhos estavam voltados para o craque do jogo. Autor dos três gols, o atacante Marcelo Ramos, no entanto, preferiu dividir os louros com toda a equipe do Santa Cruz. Para ele, o mérito não pode ser individual.
“Os gols foram muito importantes, mas a vitória é de todo o grupo”, ressaltou humilde, lembrando do espírito de grupo de todo o time, que não se entregou um minuto sequer.
Para Marcelo Ramos, prevaleceu ainda a experiência do time tricolor, que soube romper a retranca do time de Santa Cruz do Capibaribe. “Os gols foram importantes. Até porque sair atrás é sempre complicado. O Ypiranga teve ainda duas chances e não definiu. Então soubemos trabalhar a bola e aproveitar as oportunidades”, destacou, ainda no gramado.
A pedidos, o agora vice-artilheiro do Estadual – com quatro gols, como Ciro do Sport, e um atrás de Guego do Porto –, lembrou dos gols. “O primeiro foi um lance duvidoso, mas depois o assistente confirmou, pois tinha um zagueiro na linha. O segundo foi um belo chute (no ângulo). E o terceiro foi um toquinho por cima do goleiro.”
Quem também festejou os gols de Marcelo Ramos foi o zagueiro Tiago Matias. “Marcelo hoje foi abençoado. O segundo foi um belo chute e o terceiro foi lindo”, elogiou.
Mas o defensor procurou ressaltar mais o lado coletivo. “A equipe toda está de parabéns. Aqui somos uma família. Há uma união muito feliz, com jogadores que se gostam. O Santa vive uma nova era. Estamos formando uma grande família aqui.”
Tiago ainda deu créditos ao técnico Márcio Bittencourt, que sacou o capitão Sandro no intervalo para colocar o atacante Pedro Henrique. “O professor arriscou. Ele tirou um zagueiro e colocou um atacante. Foi muito feliz”, lembrou.
Em relação à terceira vitória seguida, o zagueiro preferiu manter os pés no chão. “O time não ganhou nada. Mas estamos na terceira posição e vamos buscar o primeiro lugar”, justificou.
Bittencourt prevê mais evolução
Com a terceira vitória seguida, a quarta em cinco jogos do Campeonato Pernambucano, o técnico Márcio Bittencourt viu qualidade no Santa Cruz, após a vitória de ontem, sobre o Ypiranga. Mas também apontou erros e disse que a equipe ainda tem muito a evoluir
“O time está ganhando corpo. Está se equilibrando. Mas ainda falta muito”, apontou.
O treinador ainda lamentou mais um gol tomado em cruzamento na área. “Tivemos chances de sair na frente, mas tivemos erros na marcação. Levamos o gol numa bola parada. Depois Zuba salvou outra vez”, destacou.
Sobre as mudanças, Bittencourt explicou. “No segundo tempo, o time mudou. Mesmo com risco, teve que sair. O meio-de-campo não estava trabalhando bem, por isso coloquei três atacantes”.
Em relação à expulsão do meia Leandro Gobatto, num lance bobo, outra reclamação. “Temos que ter tranquilidade. Mas (ele) está errado. Vou cobrar”, prometeu.
Já o meia explicou o lance. “Tentei dar um carrinho lateral. Não sei se pegou no jogador. Mas acho que foi excesso de vontade”, justificou.
Gobatto credenciou a falta de criatividade no primeiro tempo à marcação do Ypiranga. “Eles marcaram muito forte. Eu tive marcação individual. Mas o time mostrou que consegue sobressair nas dificuldades.”
YPIRANGA
Já o técnico da equipe de Santa Cruz do Capibaribe, Pedro Manta, era só bronca com a arbitragem. Para ele, o trio teve influência direta no placar. “Foi uma arbitragem lastimável. Jogar no Arruda com menos um fica difícil. Não foi falta para expulsão. Aí ele me tira um jogador. Depois aquela lambança no segundo gol (do Santa Cruz)”, reclamou. “O time estava encaixado, jogando bem. Fez 1x0 e depois perdeu um gol na cara do goleiro. Mas futebol é detalhe”, acrescentou.
O Ypiranga volta a jogar na quarta-feira, novamente diante de um grande do Recife. Após derrotas para Náutico e Santa, encara o Sport, em Santa Cruz do Capibaribe.
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