sábado, 31 de maio de 2008

Rescisão pode custar R$ 300 mil

O Santa Cruz corre risco de pagar multa de R$ 300 mil por quebra de contrato com a atual fornecedora de material esportivo da equipe de futebol profissional. Na manhã de ontem, o presidente Édson Nogueira fechou acordo com a Champs, mas a parceria com a Finta só terminaria no final desta temporada. Por isso, a empresa deve acionar o clube na Justiça.

Edinho vinha tentando antecipar a renovação de contrato desde o início do ano, sobretudo para adiantar as cotas e aumentar o poder de fogo na formação do elenco para a disputa da Série C do Campeonato Brasileiro. A Finta, por sua vez, não cedeu à pressão do dirigente tricolor, exercendo o direito estabelecido.

O Santa Cruz já antecipou toda a verba do contrato atual. Em agosto de 2005, quando o presidente era Romero Jatobá Filho, as duas partes firmaram parceria até dezembro do ano seguinte por R$ 40 mil. Um mês antes do final do prazo, entretanto, foi assinado adendo por mais duas temporadas, no valor de R$ 50 mil.

A relação entre o Santa Cruz e a Finta iniciou em 1998. Na época, as negociações também foram conturbadas. Os corais romperam com a Rhummel e igualmente foram acionados na Justiça. O litígio custou aos cofres tricolores uma multa no valor de R$ 120 mil.

“Ele (Édson Nogueira) disse que estava precisando de dinheiro e, se não mudássemos o contrato, procuraria outro fornecedor. Fiz ver a ele que para liberar dinheiro em espécie de uma empresa não é tão fácil assim. E que se quebrasse o contrato dessa forma poderia render uma ação judicial contra o clube. Ele respondeu que isso seria problema do próximo presidente”, pontuou Marco Possa, um dos dois sócios majoritários da Finta.

Edinho ainda não se pronunciou oficialmente sobre as condições com o novo fornecedor. Segunda-feira vai conceder entrevista coletiva para falar sobre o assunto. Mas especula-se que a Champs tenha oferecido R$ 200 mil pela concessão. O valor é 33,3% menor do que a multa de rescisão com a Finta.

A nova parceira pode viabilizar a contratação de jogadores ligados à sua marca. A lista de possíveis reforços já foi repassada ao Santa Cruz. O presidente tricolor espera anunciar pelo menos dois atletas na própria segunda-feira, com possibilidade de divulgar até um terceiro nome. A identidade dos jogadores é mantida em segredo.

JORGE HENRIQUE

A diretoria do Santa Cruz demonstrou irritação com a atitude do meia Jorge Henrique, que acertou com os corais em março, mas resolveu não ficar no Arruda. De acordo com os dirigentes, o clube acabou tendo um prejuízo no valor de R$ 6 mil com o pagamento de passagens e hospedagem. O destino do jogador será o Atlético-GO.

Novo impasse jurídico no Santa Cruz

A decisão do presidente Edson Nogueira, do Santa Cruz, de quebrar o contrato com a Finta - fornecedora de material esportivo do Tricolor - pode parar na Justiça. O departamento jurídico da empresa já estuda essa possibilidade. A confirmação foi dada ao Diario por um dos sócios da Finta, Marcos Possa. "Os cancelamentos de pedidos já começaram com o anúncio desta notícia e nosso prejuízo está sendo calculado em cerca de R$ 200 mil em material, que seria enviado para abastecer o clube e o mercado durante a Série C", disse o empresário.

Marcos Possa adiantou ainda que existe uma multa rescisória em torno de R$ 400 mil, em caso de destrato unilateral. Mesmo assim, segundo o empresário, não existe interesse de levar o destrato até às últimas conseqüências. "Se o clube pagar parte deste prejuízo (R$ 100 mil) nós encerramos toda esta discussão amigavelmente", adiantou. O contrato entre Santa Cruz e a Finta, oficialmente, encerraria em dezembro. A empresa fornece material esportivo ao clube há dez anos.

Questionadopelo Diario como teria sido feito a última renovação de contrato com o Santa Cruz, Possa esclareceu que tudo se deu no final da gestão passada do ex-presidente Romerito Jatobá. "Fizemos um pagamento à vista de uma certa quantia - não soube precisar se R$ 100 mil ou R$ 150 mil - ao presidente anterior. Quando Edson Nogueira assumiu fomos pessoalmente ao Recife e ele soube de tudo, inclusive, aprovou a nova coleção de uniformes", explicou.

Na segunda-feira, o presidente Edson Nogueira prometeu dar uma coletiva junto com o diretor jurídico, Eduardo Lopes, para explicar todos os passos que motivaram a quebra de contrato com a Finta.

Arruda ainda não está liberado para a Série C

GUSTAVO LUCCHESI

Não bastasse a dificuldade em reforçar o elenco coral que irá disputar o Brasileirão da Série C, os dirigentes corais vão ter que se apressar para conseguir liberar o estádio do Arruda para receber os jogos da disputa. Ontem, através da sua diretoria de competições, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou a tabela atualizada dos laudos técnicos de todos os estádios da Terceirona. Segundo o documento da entidade, o José do Rêgo Maciel, ou Arruda, ainda não foi liberado pela Vigilância Sanitária, faltando apenas a aprovação do órgão para que o Mundão esteja autorizado para sediar as partidas do Tricolor na competição, já que os laudos da Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros já foram aprovados.

Apesar dessa pendência, os corais se mostraram tranqüilos e confiantes quanto à liberação do seu estádio para a Série C. “Estamos realizando os reajustes que faltam. Entregaremos o Arruda totalmente pronto no dia 20 de junho”, disse João Braga, diretor patrimonial do Mais Querido.

Dos três clubes que compõem a chave do Tricolor, apenas o Potiguar/RN está com o seu campo liberado. O Central ainda espera por um “ok” do Corpo de Bombeiros, assim como o Campinense/PB. Já o Salgueiro, ainda não obteve a aprovação de nenhum dos três órgãos. O outro pernambucano na Terceirona, o Petrolina, ainda passará por vistorias, já que entrou na disputa nesta semana, após a desistência de Ypiranga e Serrano.

Esquecendo a parte estrutural de seu estádio, o Santa Cruz entra em campo amanhã, às 15h, contra o Atlético Pernambucano, no estádio Municipal de Carpina, em jogo válido pela Copa Pernambuco. Na partida de ida, no Arruda, a Cobra Coral perdeu por 1x0.

POLÊMICA

Após surgir uma polêmica envolvendo o Santa Cruz e o seu atual fornecedor de material esportivo, a Finta, onde a empresa acusa o Tricolor de ignorar o contrato, que vai até o fim deste ano, sem querer pagar nenhum multa rescisória, o presidente coral, Édson Nogueira, convocou uma coletiva para segunda-feira, com a presença do advogado do clube, Eduardo Lopes, para esclarecer os fatos.