sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Eliminado e rebaixado para a Série D, Santa cumpre tabela contra o Salgueiro


Tricolor do Arruda encara uma pedreira no Sertão Pernambucano

GLOBOESPORTE.COM
Recife

Rebaixado para a Quarta Divisão do futebol brasileiro, porém sem estar garantido na disputa em 2008 – vai depender de seu desempenho no Campeonato Estadual – o Santa Cruz viaja até o Sertão Pernambucano para encarar o Salgueiro, neste sábado, às 16h (horário de Brasília), pela segunda fase da Série C apenas para cumprir tabela.

A delegação viajou na manhã desta sexta-feira. O treinador Charles Muniz já confirmou o titular que terá: Jaílson, George, Gonçalves, Stanley e Max; Leandro, Alexandre Oliveira, Vagner Rosa e Miller; Rosembrik e Thomas Anderson, mas perdeu o volante Gedeil, que se torna mais um jogador a deixar o clube.

Nos bastidores, o conselho deliberativo do time tricolor chegou a um acordo e marcou a eleição coral para o dia 30 de setembro. A definição de uma chapa de consenso, encabeçada pelo secretário estadual Fernando Bezerra Coelho, ainda não está definida.

Líder do Grupo 19 com oito pontos, o Salgueiro está próximo da classificação para a terceira fase. Na última rodada, o Carcará do Sertão empatou em 1 a 1 com o Icasa, em Fortaleza.

A candidatura Fernando Bezerra Coelho


Por Márcio Markman*

Desde que surgiu a notícia de que Fernando Bezerra Coelho seria o candidato de consenso à Presidência do Santa Cruz, vários amigos da imprensa esportiva me ligaram. O sempre antenado titular deste blog foi um deles.

Como fiz parte da equipe de Bezerra Coelho na Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, por mais de um ano, os colegas queriam saber o que eu achava do fato novo no processo eleitoral do Arruda.

Quando vi a notícia, ainda pela manhã, liguei para o secretário. Ele me garantiu que havia gente colocando a carroça na frente dos bois e que ele só será candidato se contar com o aval do governador Eduardo Campos.

FBC me lembrou que nunca teve ligação com o futebol e me perguntou o que eu achava daquilo tudo. “O senhor vai precisar de tempo”, respondi. E isso é justamente o que falta ao secretário todos os dias. Com a agenda cheia por causa do trabalho na Secretaria e na Presidência do Complexo de Suape, ele já precisaria que o dia tivesse mais que 24 horas. Imagine como será se estiver à frente do Santa Cruz.

Fernando Bezerra Coelho é um dos homens mais inteligentes, trabalhadores e habilidosos que eu já conheci. É o que chamamos de um sujeito preparado. Tem todas as condições de assumir o Santa Cruz e transformá-lo em uma potência. É pragmático, sabe trabalhar em grupo, delegar poderes e cobrar resultados. Ou seja, tem um perfil completamente diferente dos dirigentes centralizadores e desvairados que passaram pelo Arruda nos últimos anos.

Só enxergo um grande risco na candidatura de FBC. Sem tempo para se dedicar integralmente ao clube e sem um grande número de colaboradores de confiança, o que teve na Prefeitura de Petrolina e tem na atual gestão no Estado, a quem o futuro presidente delegaria poderes?

Aí basta lembrar o que aconteceu na gestão do deputado federal José Mendonça à frente do Santa Cruz, da qual passei um período como assessor de imprensa. Com o seu prestígio, Mendonça captou uma fortuna para o clube. Mas a (má) gestão do futebol, entregue aos dirigentes de sempre, não conseguiu traduzir os recursos em bom desempenho. E o final todo mundo sabe qual foi.

Também vejo outro ponto a ser analisado na postulação de Fernando Bezerra Coelho. Como tratá-la como candidatura de consenso? Aliás, como tratar qualquer candidatura como de consenso no Santa Cruz? Quem será capaz de juntar Romerito e Fred Arruda, Edinho e Fernando Veloso, José Neves e Rodolfo Aguiar?

Tenho uma posição diferente do discurso fácil que grande parte da imprensa pernambucana tem adotado. Não acho que o momento do Santa Cruz é de consenso. Muito pelo contrário. É hora de se opor idéias e projetos e, a partir daí, se tirar o direcionamento sobre o que deve ser posto em prática nos próximos anos.

Os últimos gestores que passaram pelo clube devem abrir espaço para uma renovação. Se realmente são tricolores de coração, devem dar todas as condições necessárias para um novo grupo assumir o comando do clube. Já passaram por lá e, se ganharam títulos ou não, todos eles colaboraram com a bancarrota que vimos hoje.

Se quiserem, já que são tricolores acima de tudo, podem colaborar de inúmeras formas, como todo torcedor do Santa Cruz deve fazer. Não na liderança do processo.

Os próximos dias vão mostrar se a candidatura de Fernando Bezerra Coelho é mesmo para valer. Se for, é torcer para que ele tenha tempo e equipe para fazer pelo Tricolor, o mesmo trabalho irreparável que tem feito por Pernambuco.

* Márcio Markman é correspondente do UOL Esporte em Pernambuco e é ex-coordenador de comunicação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado.

Jorge Henrique se solidariza com o torcedor do Santa Cruz


Atacante do Botafogo mantém a distância em relação ao ex-clube e não esconde que más administrações causaram triplo rebaixamento

Cahê Mota
Rio de Janeiro

Jorge Henrique deixou o Santa Cruz e já tem mais de 100 jogos pelo Botafogo

Último dos moicanos com a camisa do Santa Cruz, Jorge Henrique deixou o Arruda no início de 2007, logo após a queda do time coral para a segunda divisão e, contrariando os críticos, deu a volta por cima com a camisa do Botafogo. O clube pernambucano, no entanto, não conseguiu mostrar a mesma força. Em queda livre, o Santa foi parar na Série C e, por incrível que pareça, nesta temporada acumulou seu terceiro rebaixamento consecutivo e será a atração na 'debutante' Série D.

- Lamento pela torcida, que é apaixonada pelo clube. Hoje não tenho mais nenhuma ligação com o Santa Cruz e nem sequer possuo amigos por lá - diz Jorge Henrique, que em Pernambuco também defendeu as cores do Náutico.

Longe do Recife, o atacante procura esquece o ex-clube e pensa exclusivamente no Glorioso, mas não sem antes dar sua opinião sobre o que causou tamanha decadência.

- Só quero pensar no futuro com a camisa do Botafogo. O Santa Cruz é passado em minha vida. Tomara que o clube encontre as pessoas certas para iniciar vida nova, pois foi justamente uma administração ruim que levou o Santa à decadência.

Com a camisa do Botafogo, Jorge Henrique entra em campo nesta sábado, às 18h20m, para enfrentar o Coritiba, no Couto Pereira.

Fernando Bezerra Coelho só deve responder se aceita se candidatar à presidencia na segunda


O secretário de desenvolvimento do Governo do Estado, Fernando Bezerra Coelho, declarou nesta sexta-feira que só poderá se reunir novamente com o grupo que está articulando sua candidatura à presidência do Santa Cruz na próxima segunda-feira. Isso porque ele está ao lado do governador Eduardo Campos cumprindo a agenda do presidente Lula.


“Ainda não tive tempo de conversar com o governador sobre isso. Preciso falar com ele ainda. Devo fazer isso apenas no final de semana. Por isso só deverei me reunir com o pessoal na segunda-feira”, declarou.


“Quando sentei para conversar pensamos em duas frentes. A primeira foi a de reconstrução do clube. Um trabalho sólido e com objetivos claros. O segundo foi saber se poderia conciliar as tarefas de secretário com as de presidente. Ainda tenho meu trabalho no Porto de Suape, que está crescendo cada vez mais. Por isso preciso da conversa com o governador”, finalizou.

Da Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

Tricolor parou no tempo


Marcelo Cavalcante

mcavalcante@jc.com.br

João de Andrade Neto

jneto@jc.com.br

Poucos clubes têm a palavra futebol em seu nome. E pouquíssimos levaram tão ao pé da letra essa nomenclatura quanto o Santa Cruz. Levando em conta os últimos 21 anos da história do clube, o futebol é encarado como única fonte de renda. O termômetro de uma gestão. Nesse mesmo período foram apenas quatro títulos estaduais. A conquista de uma taça, por sinal, é o suficiente para qualquer dirigente encher o peito de orgulho como se fosse algo de outro mundo. Mas foram raras as vezes em que um presidente conseguiu dar continuidade à gestão administrativa do seu antecessor. Todas, aliás, marcadas por empréstimos bancários e pessoais, que culminaram em uma dívida total acumulada de cerca de R$ 60 milhões.

“Na hora em que se assume a presidência do clube e diz-se que o time precisa ser campeão, ele deixa de planejar. Vai agir com a emoção e não com a razão. Ele pode até conseguir o título, mas é algo sazonal. Por isso, o clube precisa ser planejado”, diz Alexandre Mirinda, que presidiu o Santa Cruz no biênio 93/94. Nesse período, o Santa conquistou o título estadual de 93.

Mirinda veste a carapuça. Para ele, todos os presidentes do clube nas duas últimas décadas cometeram erros administrativos que culminaram na crise que o Santa está vivendo. Em 1987, quando houve um enxugamento do Campeonato Brasileiro com a criação da Copa União, o tricolor presidido por José Neves Filho mostrou poder político para ser um dos três convidados do Clube dos 13 para disputar a competição.

No entanto, Zé Neves tropeçou nas próprias pernas e, a partir daí, o clube acumulou dívidas como nunca antes. Em 1988, o Santa foi um dos quatro primeiros rebaixados da história do Brasileirão – ao lado de Bangu, América-RJ e Criciúma. Era o primeiro dos quatro rebaixamentos que se seguiriam nos anos posteriores. Da A para a B em 2001 e 2006, da B para a C em 2007 e eliminação da C – só se fizer um bom Pernambucano 2009 disputará a D. Vale lembrar que nos anos em que não houve rebaixamento, em 1987 e em 2000, os corais também terminaram entre os últimos.

Mesmo assim, Zé Neves discorda de quem pensa que a atual situação do Santa é fruto do acúmulo de erros de gestões anteriores. Ele defende a tese de que o clube depende exclusivamente da renda do futebol para sobreviver. “No Brasil, principalmente no Nordeste, a renda é a principal receita.”

Seu sucessor, Romerito Jatobá, tinha filosofia semelhante, em que o futebol é a mola mestre do clube. “Deu tão certo que o clube conquistou o título Estadual de 2005 e voltou à Série A”, recorda Romerito.

Mas as conquistas do time em campo não se transformaram em alicerces administrativos sólidos. Em 2006, na busca desesperada para evitar o rebaixamento à Série B, Romerito antecipou as cotas de patrocínio e de televisionamento. O rebaixamento veio e o clube endividou-se, com atrasos de salários de jogadores e funcionários e um crescimento nas causas trabalhistas.

Mesmo assim, Romerito acredita que a salvação do Santa está apenas no futebol. “Só para abrir o clube, é preciso ter em caixa, no mínimo, R$ 2 mil por dia. É muito complicado vender uma cota de patrocínio, um prisma publicitário. Por isso, é preciso centrar forças no futebol”, diz.

Nesses últimos 21 anos, raros foram os momentos em que os dirigentes procuraram fontes alternativas de renda. Na gestão de Luís Arnaldo Pessoa de Melo (95/96), o Santa conseguiu algo que parecia ser um divisor de águas. O clube, por meio de influência política, fechou parceria com a multinacional Parmalat, que injetou dinheiro no Arruda. Mas o máximo que conseguiu foi ser campeão estadual em 95. Além disso, adquiriu um terreno em Beberibe, que seria utilizado como um Centro de Treinamento e, hoje, está abandonado.

Em 99, Jonas Alvarenga causou uma revolução ao aumentar o quadro social dos parcos 464 sócios em dia para inéditos 27 mil. “Criamos a categoria sócio-cooperador-fiel, no qual o torcedor pagava uma mensalidade de R$ 5. Nesse caso, havia promoções especiais de ingressos dos jogos. Havia também a opção da mensalidade de R$ 10, que dava direito à assistência médica”, lembra. Com o passar das gestões, nenhuma dessas idéias ganhou prosseguimento. Hoje são cerca de 3,1 mil sócios em dia. Uma pequeníssima fonte de receita.

Tratamento drástico para salvar o clube

Tratar de um paciente com câncer apenas usando xarope. Esta é a analogia feita pelo publicitário José Nivaldo Júnior ao avaliar as medidas utilizadas ao longo dos anos para tentar sanar a crise do Santa Cruz. Polêmico e defensor da idéia de que o Recife não comporta três grandes clubes de futebol, José Nivaldo sugere medidas radicais para o renascimento tricolor. Entre elas, o fechamento da sede social e do estádio do Arruda e o arrendamento de toda a administração do futebol coral para uma empresa.

De acordo com o publicitário, torcedor declarado do Santa, o clube precisa urgentemente se desfazer de parte do seu ocioso patrimônio. Por dia, são necessários cerca de R$ 1.150 apenas para abrir o clube, devido a gastos com óleo para o gerador que produz a energia utilizada, alimentação de atletas, material de limpeza, passagem dos funcionários, entre outros.

“Tudo isso é muito oneroso para o clube, que não possui qualquer recurso. É preciso arrumar uma empresa interessada em investir no local para tirar o custo da manutenção das costas do clube. Se for o caso, comprar o terreno. Até lá, a sede e o Arruda permaneceriam fechados. A administração do Santa precisa se transferir para uma sala, de preferência na Federação Pernambucana de Futebol, para não precisar nem pagar o aluguel”, sugere José Nivaldo.

A idéia de cancelar a atividade do Santa se estende a todas as modalidades esportivas, entre elas, o futebol. “Não adianta tentar manter um time sem condições. A solução seria arrendar o departamento de futebol a uma empresa, que seria responsável por contratar e pagar os salários de todos os jogadores e comissão técnica. O Santa entraria apenas com a marca e os padrões. Até essa parceria não ser fechada, o ideal seria ficar fora das competições”, completa.

“Estou cansado de discurso colocando panos mornos. Ou se toma uma atitude drástica ou o clube fechará definitivamente as portas em pouco tempo. Se essas medidas tivessem sido tomadas há alguns anos, a situação hoje seria outra. Com o time na Série D, tudo fica mais difícil.”

No entanto, as idéias de José Nivaldo Júnior não são bem aceitas pela atual cúpula coral. “Não concordo com fechar a sede e a parte social. O clube perde a identidade. Isso não se aplica a nenhum time grande. Já a questão de privatizar o futebol pode ser viável, desde que a empresa faça um estudo e tenha muito dinheiro para investir”, analisou o superintendente do Santa, Luís Cláudio, homem de confiança do atual presidente Edinho.

Bezerra Coelho evita falar em candidatura


O surgimento do nome do secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco, Fernando Bezerra Coelho, como possível candidato de consenso à presidência do Santa Cruz para o biênio 2009/10 repercutiu bastante entre todos os grupos políticos envolvidos no pleito. Ontem, acompanhando a comitiva do presidente Luís Inácio Lula da Silva, em Petrolina, o secretário sorriu e disse que falava sobre o assunto depois, ao ser abordado pela reportagem do JC. Ele ficou de conversar com o governador Eduardo Campos para viabilizar sua entrada na disputa.

Ontem à noite, na reunião do Conselho Deliberativo, Tonico Araújo, vice-presidente na gestão de José Mendonça (2001/02) e um dos articuladores do consenso em torno de Bezerra, já falava em marcar uma grande reunião com todos os grupos envolvidos na eleição.

Mas não será tão fácil assim. “Não vou ficar falando em cima de especulação. Nossa candidatura está na rua e vamos continuar fazendo articulações. A partir do momento em que Fernando Bezerra se lançar como candidato, pois até agora ele só se colocou à disposição, vamos sentar para conversar”, disse o ex-presidente Romero Jatobá Filho, Romerito, que é candidato a vice na chapa União de Verdade, com Antônio Luiz Neto como postulante ao executivo.

Pré-candidato dos grupos Aliança Coral, Veneno Coral e Confraria Ninho das Cobras, o jornalista Fernando Veloso declarou que vai conversar com outras lideranças. “O secretário é um nome de respeito, mas não tem como eu falar em retirar ou não uma candidatura que não foi lançada. Represento um segmento que clama por mudanças. Como surgiu um fato novo, vamos conversar para saber a realidade antes de tomar a decisão”, comentou Veloso. Já Felipe Rego Barros, do movimento Reconstrução, assim como pessoas do grupo Nova Geração, adiantou que apóia Bezerra Coelho, caso ele seja candidato.

ELEIÇÃO

O Conselho Deliberativo do Santa Cruz aprovou, ontem, por unanimidade, a antecipação das eleições presidenciais para o biênio 2009/10 de 12 de dezembro para 30 de setembro. Porém, a Assembléia vai ter que referendar a decisão do Conselho de ter antecipado o pleito e de ter reduzido os prazos de publicação dos três editais de convocação.

Segundo o estatuto do clube, o primeiro edital teria que ser publicado 45 dias antes do dia da eleição, o que levaria o pleito para a segunda quinzena de outubro. “Com a Assembléia homologando a decisão do Conselho, a legalidade do processo é sacramentada”, disse João Caixero, secretário-geral da Federação Pernambucana de Futebol e autor da idéia. O receio é de que em caso de um bate-chapa, o grupo perdedor tentasse impugnar a eleição via Justiça.

Os editais de convocação serão publicados nos dias 6, 11 e 17 de setembro. Com isso, o prazo limite para inscrição das chapas é dia 22.

Dentro de campo, os zagueiros Sandro e Wescquisley rescindiram seus contratos. O Santa se despede da Série C amanhã, contra o Salgueiro.

Indiscutível


Nome de Fernando Bezerra Coelho ganhou mais força entre as várias facções do processo eleitoral no Arruda
Um dia depois de o Diario ter antecipado, com exclusividade, a candidatura de Fernando Bezerra Coelho à presidência do Santa Cruz seu nome ganhou ainda mais força. Não houve outro assunto entre os tricolores. Como um verdadeiro turbilhão, o Secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, se prontifica em unir o clube. Sua candidatura passa a ser quase irreversível tal aceitação dentro do Tricolor. Alguns insatisfeitos até tentaram rebater, mas acabaram recuando um pouco - ao não encontrar eco - e devem se agregar até o final de semana onde mais algumas costuras devem acontecer.

A força do nome de Bezerra Coelho pode ser resumida na frase dita por um dos principais líderes dos oposicionistas corais: "Quem for contra Fernando Bezerra Coelho que dê a solução para o Santa Cruz", disse Fred Arruda, da Aliança Coral, que deu total apoio ao novo candidato. Por sinal, Fred deve compor a nova chapa. Seu nome está sendo articulado para compor a vice-presidência Executiva.

Muito se falou que dois outros candidatos -Fernando Veloso e Antônio Luiz Neto - teriam sido contrários. O Diario procurou os dois. "Simpatizo bastante com a idéia do nome dele. É uma situação nova para o clube com um candidato que tem um livre trânsito e é bastante articulado", resumiu Veloso, que deve assumir a presidência do Conselho Deliberativo.

Já Antônio Luiz Neto deixou claro que está aberto ao entendimento. "Sou candidato de um grupo e o que eles decidirem acatarei", resumiu. Por sinal, ele confirmou que que tinha conhecimento da reunião na casa de Tonico Araújo, na quarta à noite, para apresentar o nome de Bezerra Coelho.

Quatro tricolores contribuíram efetivamente para a consolidação da candidatura única: Yuri Maia Leite, André Gink, Henrique Figueira e Tonico Araújo.

Frases de ex-presidentes

Rodolfo Aguiar

"Acho que depois da tempestade vem a bonança. Se Bezerra Coelho se juntar à comunidade do Santa Cruz será um verdadeiro milagre para o clube."

Alexandre Mirinda

"Será um extraordinário nome e prova que Deus é realmente tricolor. Ele é um dos homens mais bem articulados de Pernambuco. Farei o possível e impossível para que isso aconteça."

Jonas Alvarenga

"Tem meu total apoio. É o nome mais indicado pela sua capacidade e também visão empreendedora. Para livrar o Santa da atual situação, o candidato teria que ter o perfil de Bezerra Coelho mesmo."

João Caixero - Ex-presidente

"Ele sendo mesmo candidato é a melhor oportunidade para unir o clube. Será o momento para todos darem às mãos. É um nome forte e estaremos do lado dele."

José Neves Filho

"É um grande nome e um secretário de Estado de ponta. Acho muito bom, mas temos que escutar também as outras lideranças."

Eleição tricolor será no dia 30


Ivve Rodrigues




Decisão foi tomada ontem à noite, após reunião do Conselho Deliberativo do Santa
“Voltamos à estaca zero”, afirmou Zé Neves sobre a possibilidade de uma chapa única no pleito coral
GUSTAVO LUCCHESI

O resultado da tão aguardada reunião extraordinária do Conselho Deliberativo do Santa Cruz foi o esperado. No encontro realizado ontem à noite, na sede do Mais Querido, os cerca de 60 conselheiros, dos mais de 300 que o clube possui, votaram, por unanimidade, a favor da proposta feita pelo atual presidente Édson Nogueira, confirmando a eleição coral para o dia 30 de setembro. Com um número de presentes bem abaixo do esperado, com algumas ausências sendo sentidas, como as dos candidatos ao cargo maior do executivo Antônio Luiz Neto e Felipe Rêgo, a reunião comandada pelo primeiro secretário do conselho, Antônio Torres, já que Alexandre Férrer não esteve presente para comandar a sessão, também definiu algumas datas importantes para que o pleito seja realizado.

Ficou decidido que a tão polêmica lista de sócios do Tricolor - que já foi motivo de confusão na eleição anterior - será publicada na quinta-feira da próxima semana. Para fazer parte dos nomes aptos a votar, o sócio tem que estar com sua mensalidade em dia, possuir mais de 18 anos e ter mais de um ano de associado ao clube.

Já a tão discutida data de publicação dos três editais de convocação para a eleição, prevista no estatuto para acontecer 45 dias antes da votação, foram alteradas e serão feitas nos dias 6, 11 e 17 deste mês. Para os interessados em participar da disputa, o prazo de inscrição das chapas será entre os dias 6 e 22 deste mês.

Outro assunto bastante comentado na noite de ontem foi a possibilidade de haver um consenso entre os blocos políticos, para o nome do secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Fernando Bezerra Coelho, ser lançado como candidato único ao cargo deixado por Edinho. A idéia causou um mal-estar entre alguns grupos, porém recebeu o apoio de outros, dividindo as opiniões dos tricolores. Antes mesmo da aprovação ou não do nome, o assunto já gerava polêmica. “Era apenas o início de uma articulação que poderia acontecer, não tinha nada de certo, mas teve gente que acabou metendo os pés pelas mãos e já deu como certo sem ser. Perdi um dia inteiro (ontem) me explicando aos que conversaríamos para fazer essa aliança, quando já podia estar articulando a ação. Voltamos à estaca zero”, disse Zé Neves, não querendo apontar nomes.

Despedida digna é o objetivo

Buscar motivação para se despedir com dignidade. Essa é a meta do Santa Cruz para a partida de amanhã, diante do Salgueiro, às 16h, no Cornélio de Barros, em Salgueiro. Fora da Terceirona do próximo ano e tendo que lutar no Estadual para garantir uma vaga na Série D 2009, os 23 atletas que ainda continuam no elenco coral tentam honrar o nome do Tricolor e driblar o clima de despedida para lavar a alma diante do Carcará.

Trabalhando toda a semana apenas pela manhã, devido ao corte de luz motivado por uma dívida de R$ 16 mil com a empresa que fornece o gerador de energia ao Mais Querido, o preparador físico Charles Muniz irá mesclar os atletas da base tricolor com os mais experientes. Ontem, o técnico interino ainda recebeu a notícia de que não irá poder contar com os zagueiros Sandro, lesionado, e Wecquisley, suspenso na última quarta-feira, pelo SJTD, devido a uma expulsão contra o Campinense/PB. Os dois jogadores já rescindiram seus contratos. A delegação coral decidiu antecipar a viagem ao Sertão pernambucano e embarca rumo a Salgueiro hoje de manhã.