segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Márcio Bittencourt enche a bola de Marcelo Ramos


O atacante Marcelo Ramos tem feito a diferença no time do Santa Cruz. Artilheiro do time na competição, com cinco gols (atrás apenas do rubro-negro Ciro na tabela geral), ele é dono de aproveitamento praticamente impecável neste início de temporada. No clássico contra o Náutico, aproveitou a única chance de gol. Na outra, fez tudo certo, mas o goleiro Eduardo operou verdadeiro milagre para defender com o pé a cabeçada.

O excelente desempenho e a velha categoria demonstrada têm rendido elogios até mesmo de adversários, como o goleiro Magrão, por exemplo. O técnico tricolor Márcio Bittencourt é outro admirador.

“O Marcelo é um jogador fantástico. Você manda um coco, ele arredonda a bola e devolve um chocolate”, afirmou. O treinador ainda citou a necessidade do apoio dos alas no esquema com três zagueiros. “Estamos no caminho certo, aprimorando a cada partida. Mas se os alas não funcionaram no esquema 3-5-2, o Marcelo e o Márcio ficam muito sacrificados”, disse.

Da Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

No Santa, volante Élder volta a treinar com bola


O volante Élder deve ficar à disposição do técnico Márcio Bittencourt para o clássico contra o Sport, domingo, no Arruda. Recuperado de uma lesão no joelho direito, o jogador volta a treinar com bola na tarde desta segunda-feira e pode inclusive ter condições de enfrentar o Serrano, quarta-feira. Quem está fora desta partida é o volante Bilica, expulso no Clássico das Emoções.

O empate com o Náutico, nos Aflitos, apesar de ter sido ruim em termos de classificação, teve saldo positivo na visão do atacante Marcelo Ramos. “Estamos melhorando a cada jogo, tanto o condicionamento físico quanto o entrosamento. Aos poucos, nosso grupo está se conhecendo”, afirmou.

Porém, o artilheiro do Santa na competição citou a importância de brigar pelo título. “É claro que o pensamento é ser campeão, mas temos de admitir que Sport e Náutico estão em outro patamar em relação a entrosamento”, disse Marcelo. Autor de cinco gols, o camisa 9 coral tem um a menos que o garoto Ciro, do Sport, artilheiro do Pernambucano.
Da Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

Magrão: Marcelo Ramos é um jogador diferenciado


Apesar do compromisso do Sport contra a Cabense, quarta-feira, o Clássico das Multidões do próximo domingo já é assunto na Ilha do Retiro. O goleiro Magrão, por exemplo, não esconde a preocupação com o centroavante tricolor Marcelo Ramos. A opinião do arqueiro rubro-negro é que trata-se de um jogador diferenciado.

“Acho o Marcelo diferenciado. E principalmente no Santa ele costuma se dar muito bem. Com certeza, precisaremos ter uma atenção especial. Não podemos lhe dar espaço”, alertou o camisa 1 leonino.

Até o momento, o saldo rubro-negro é de 100% de aproveitamento sobre os times intermediários. Precavido, Magrão acredita em maiores dificuldades nos clássicos. “Acho que serão jogos complicados. Teremos que ter ainda mais atenção. O empate entre Náutico e Santa foi bom pra gente, mas o principal é continuarmos fazendo a nossa parte”, afirmou.

Na manhã desta segunda-feira, o elenco leonino se reapresentou após a vitória sobre o Petrolina, no último sábado. Os jogadores trabalharam fisicamente numa academia. À tarde, o técnico Nelsinho Batista comanda treino com bola na Ilha do Retiro.

Da Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

Charge - Folha de Pernambuco



Empate? Bom para o Sport


Clássico das emoções // Resultado de 2 x 2 tirou do Náutico e do Santa Cruz o poder de decidir o próprio destino no primeiro turno

Cassio Zirpoli e Marcel Tito // Diario
cassiozirpoli.pe@diariosassociados.com.br
marceltito.pe@diariosassociados.com.br

O resultado justo era a vitória do Náutico. De goleada, possivelmente. Mas no futebol a razão existe para ser contrariada. E, não fosse uma defesa de Eduardo no segundo tempo, seria ela mais uma vez desmoralizada nos Aflitos. Melhor para o Santa Cruz? Nem tanto. O empate em 2 x 2 no Clássico das Emoções foi um bom resultado diante das circunstâncias, mas tira das mãos do clube o poder de decidir o próprio destino. Agora, para conquistar o turno, o Tricolor precisa de um tropeço do Sport, além de uma vitória do Clássico das Multidões do próximo domingo. Está difícil.

Difícil como também era imaginar que o Santa Cruz poderia abrir o placar no clássico de ontem. A equipe de Márcio Bittencourt entrou preocupada exclusivamente em marcar. Não conseguia. O Náutico era veloz e envolvia a defesa tricolor com facilidade. Faltava a precisão de um matador para balançar as redes. Alguém tipo Marcelo Ramos, que aproveita qualquer oportunidade como fosse a única, a última. Marcelo estava do outro lado. E aproveitou a única chance tricolor do primeiro tempo. Nos Aflitos, ele fez Santa Cruz 1 x 0 aos 18 minutos.

O golpe foi duro, principalmente para os torcedores. O time permaneceu equilibrado, continou dominando. Chegava na área adversária, mas não conseguia concluir com eficiência. Tanto que o empate aos 41 começou num erro. O chute de Carlinhos Bala da intermediária saiu fraco, rasteiro, sem direção. A bola acabou sendo disputada por Lessa e Thiago Matias. Acabou nos pés de Gilmar. Estava fácil e ele não decepcionou: 1 x 1.

Os primeiros minutos do segundo tempo só aumentaram a injustiça que seria o Náutico deixar o campo sem conquistar os três pontos. O minuto inicial nem havia sido completado e o Timbu já tinha mandado uma bola na trave. O gol saiu logo, aos quatro minutos. Carlinhos Bala marcou aproveitando o cochilo dos defensores corais.

O domínio da partida, a vantagem no placar e o apoio da torcida tornaram o momento perfeito para o Náutico consolidar a vitória. Parecia simples, mas os pecados ofensivos voltaram a artomentar. Não por qualidade, mas por omissão. Parecia faltar vontade aos alvirrubros de balançar as redes. Pensavam, talvez, que o adversário estava morto - como de fato parecia. O Santa Cruz estava em campo apenas. Não criava nada ofensivamente.

Até a entrada de Pedro Henrique. Aos 14 minutos, o meia substituiu o apagado Leandro Gobatto e aproveitou o desleixo da defesa timbu. Aos 16 conseguiu cavar uma falta na entrada da área. Marcelo Ramos iria cobrar. Sandro pediu e o atacante cedeu a oportunidade. Lembrou a responsabilidade da chance única. Sandro não decepcionou. Era o empate. O gol esfriou o Náutico. O Timbu queria ganhar, mas faltava ânimo e qualidade. O Santa Cruz também queria, mas Eduardo não permitiu. O empate estava sacramentado.

Palavra dos professores

"A minha preocupação era chegar bem no clássico, e conseguimos. É claro que tivemos alguns erros, mas o rendimento foi bom. Me agradou na equipe a postura aguerrida e bem posicionada no campo. Não me agradou perder algumas chances no primeiro tempo, quando vencíamos por 1 x 0, com lances com de um contra um no contra-ataque. Mas saí satisfeito".

Marcio Bittencourt

"Mesmo se for disputar campeonato de dominó, só entro para vencer. Sabemos das dificuldades para conquistar o primeiro turno, mas iremos fazer nosso melhor nas próximas partidas"

Roberto Fernandes

Náutico 2

Eduardo; Carlinhos (Adriano Magrão), Vágner, Galiardo e Anderson Santana; Nunes, Johnny (Derley), Juliano (Dinda) e Carlinhos Bala; Gilmar e Anderson Lessa. Técnico: Roberto Fernandes.

Santa Cruz 2

André Zuba; Thiago Matias, Sandro e Leandro Camilo (Memo); Parral, Bilica, Wágner, Leandro Gobatto (Pedro Henrique) e Juca; Marcelo Ramos (Anderson) e Márcio. Técnico: Márcio Bittencourt.

Local: Aflitos. Árbitro: Wilson Souza. Assistentes: Jossemmar Diniz e Pedro Wanderley. Gols: Gilmar e Carlinhos Bala (N); Marcelo Ramos e Sandro (S). Cartões amarelos: Juliano (N); Leandro Camilo, Parral e Bilica (S). Cartão vermelho: Bilica (S). Público: 15.305. Renda: R$ 55.360,00.

O diálogo, o míssil e a homenagem ao pai

Santa // Sandro pediu a Marcelo Ramos para cobrar a falta que resultou no gol de empate

-Eu vou bater essa falta, anunciou Marcelo Ramos.

-Deixa eu chutar essa de pertinho, Marcelo. Pô, toda vez só deixam eu bater do meio-campo, pediu Sandro.

-É... Deixa mesmo, porque ele vai mandar por cima, alfinetou Carlinhos Bala.

-Tá certo, Sandro. Mas você vai ter que fazer o gol, respondeu Marcelo Ramos.

-Pode deixar comigo. E vou mandar um bomba para estourar esse gol, finalizou a conversa Sandro

A conversa acima antecedeu o gol de empate do Tricolor, aos 17 minutos do segundo tempo. Um míssil indefensável do veterano zagueiro, que completará 36 anos no próximo dia 17. O seu primeiro gol de falta desde 2006, quando defendia o Guarani. Na comemoração, Sandro simulou estar dirigindo no gramado, em uma homenagem ao pai, seu João, que mesmo aos 82 anos ainda trabalha como taxista no Engenho do Meio. "Eu fiz essa promessa em 1999, e todos os gols que eu faço são assim. Ele está feliz hoje (ontem), porque é tricolor. É um guerreiro também que conseguiu criar 14 filhos", afirmou o capitão, que achou justo o empate.

O zagueiro admitiu a dificuldade para tentar conquistar o primeiro turno (devido à distância de cinco pontos em relação ao Sport), mas ressaltou a importância para o grupo de um jogo de "igual para igual" contra um time da Série A (Náutico). "Fomos guerreiros até o final do jogo. Estamos evoluindo, mesmo com essa tabela na qual jogamos apenas duas das sete partidas em casa. O turno ficou um pouco difícil, mas temos um confronto direto contra eles e o Sport ainda vai pegar o Náutico".

Apesar de ter sido elogiado pela atuação, o atacante Marcelo Ramos - que abriu o placar nos Aflitos e chegou a cinco gols no Estadual - lamentou mesmo foi o "quase gol", quando o centroavante cabeceou no contrapé do goleiro Eduardo, que conseguiu evitar a virada com os pés. "Aquela foi a bola do jogo. O Náutico teve mais volume de jogo, mas fomos bem e poderíamos ter saído com a vitória. O jogo mostrou a força do nosso grupo, e estamos felizes com isso", completou Marcelo. Para o atacante, o time ganhou ainda mais moral paraenfrentar o Sport, no próximo domingo. O grupo coral deverá se reapresentar hoje à noite, no Arruda, onde os jogadores farão um treino regenerativo.

O árbitro

Conhecido como um árbitro rigoroso, Wilson Souza optou demasiadamente pela conversa com os jogadores no Clássico das Emoções. Em alguns lances, o cartão amarelo poderia ter saído do

bolso do juiz. No final, o diretor de futebol do Santa, Antônio Ruas Capella, ainda disparou contra Wilson, dizendo o árbitro teria intimidado os jogadores do Tricolor. "Ele foi rigoroso demais na expulsão de Bilica. Foi uma atuação desastrosa".

Minuto a minuto

1º tempo

4 min - Johnny chuta da entrada da área, com efeito. Zuba espalma na direção de Carlinhos Bala. O atacante tenta cabecear a bola, quase rasteira, e desperdiça a chance nas mãos do goleiro tricolor.

6 min - Juliano arranca em velocidade da intermediária, tabela com Carlinhos Bala e recebe na área. Na hora do chute, é travado por Juca.

12 min - Carlinhos Bala arranca da defesa e toca para Gilmar, na direita. O atacante se livra da marcação e chuta forte. Zuba desvia para escanteio.

17 min - O lateral Carlinhos cruza da direita. Anderson Lessa cabeceia sem direção, por cima do gol de Zuba.

18 min - Gobatto recebe lançamento na esquerda e cruza. Vágner não consegue interceptar e a bola cai no pé esquerdo de Marcelo Ramos, que com categoria faz 1 x 0.

34 min - Parral ganha dividida para Anderson Santana na defesa e avança com liberdade. É indeciso ao chegar na entrada da área timbu e chuta sem força. Eduardo defende.

40 min - Parral cruza rasteiro, Eduardo defende com facilidade.

41 min - Carlinhos Bala chuta rasteiro. Anderson Lessa divide com Thiago Matias de carrinho e a bola sobra para Gilmar. O atacante vence Sandro na velocidade e chuta forte, sem defesa para Zuba. Náutico 1 x 1 Santa.

46 min - Boa jogada de Parral pela direita. O lateral se livra de dois marcadores e deixa Gobatto livre para finalizar da entrada da área. A bola passa por cima.

2º tempo

1 min - Carlinhos cruza da direita e Sandro corta. Na cobrança de escanteio, Carlinhos Bala manda na cabeça de Gilmar, que manda a bola na trave tricolor.

4 min - Bala sofre falta na esquerda. Cobra rápido e, na tabela com Anderson Santana, invade a área e chuta. André Zuba se estica e ainda toca na bola, mas não consegue evitar a virada do Náutico: 2 x 1.

8 min - Falta para o Náutico. Bala cobra, a bola desvia na barreira e sobra para Johnny. O volante chuta e a zaga corta mais uma vez.

16 min - Falta para o Santa Cruz na entrada da área. Sandro manda uma bomba. Eduardo tenta tirar, mas não consegue e o Tricolor empata o jogo: 2 x 2.

26min - Carlinhos Bala cruza da esquerda e Vágner, na segunda trave, cabeceia. André Zuba desvia para escanteio.

29 min - Pedro Henrique cruza da esquerda e Marcelo Ramos cabeceia. Eduardo realiza grande defesa com o pé direito.

42 min - Outra jogada individual de Parral pela direita. Mais uma vez, ele se atrapalha no momento de finalizar e Eduardo defende fácil.

47 min - Falta para o Náutico. Carlinhos Bala cruza da direita e Derley, na segunda trave, cabeceia para fora.

Atuação

Náutico

Eduardo - Fez uma defesa extraordinária aos 29 minutos do segundo tempo, a sua única intervenção real na partida. Não teve culpa nos gols. 6,5

Carlinhos - Estreia satisfatória. Caiu de rendimento na segunda etapa. 6

(Adriano Magrão - Apareceu em dois lances e não aproveitou. 4)

Vágner - Não conseguiu cortar a bola no primeiro gol tricolor. 5,5

Galiardo - Não acompanhou Marcelo Ramos no primeiro gol. Chegou atrasado em outros lances. 5

Anderson Santana - Bem no apoio, deixou brechas no sistema defensivo. 5,5

Nunes - Pecou na cobertura dos laterais apenas. 5,5

Johnny - Chegou várias vezes ao ataque com qualidade. 6

(Derley - Nos minutos que esteve em campo, atuou ainda mais avançado do que Johnny. Sem a mesma eficiência, porém. 5,5)

Juliano - Muito bem no início do jogo, criando os lances ofensivos com Carlinhos Bala. Sumiu do jogo e acabou substituído. 5,5

(Dinda - Teve duas oportunidades e não aproveitou. 5,5)

Bala - Participou do primeiro gol do Náutico e marcou o segundo. Se movimentou bastante. 7

Gilmar - Apareceu sempre com velocidade e marcou o primeiro gol. 7

Anderson Lessa - Sumido. Não conseguiu sair da marcação tricolor. 4

Santa Cruz

André Zuba - Isento de culpa nos gols alvirrubros. Fez pelo menos duas boas defesas. 6

Thiago Matias - Atuação regular. Esteve perdido no posicionamento em alguns lances. 5,5

Sandro - Perdeu o tempo na marcação de Gilmar no primeiro gol timbu. No mais, uma atuação precisa, coroada com um belo gol de falta. 7

Leandro Camilo - Deixou muitos espaços livres para o ataque alvirrubro. 4,5

(Memo - Entrou com a responsabilidade de anular Carlinhos Bala e cumpriu a sua missão. 6)

Parral - Puxou o time para o ataque, mas pecou quando preferiu finalizar 5,5

Bilica - Abusou das faltas. 4,5

Wágner - Se limitou a marcar. Deu liberdade aos meias alvirrubros. 5

Gobatto - Sua atuação fica restrita ao cruzamento para Marcelo no primeiro gol do Santa. 4

(Pedro - Melhorou - e muito! - a qualidade na saída de bola do Santa7)

Juca - Começou bem, mas se perdeu no posicionamento. 4

Marcelo Ramos - Teve duas chances. Fez na primeira e só não balançou as redes na outra por causa de Eduardo. 7

(Anderson - Entrou para reforçar a marcação no meio-campo. 5,5)

Márcio - Apagado. Nas vezes em que foi acionado, nada produziu. 4

Alvirrubros ficam abalados

Rodolfo Bourbon // Do Aqui Pe

"Por que não conseguimos ganhar?" O questionamento do zagueiro Galliardo, após o clássico, ressoou como uníssono entre os atletas alvirrubros, visivelmente abalados com o empate. Em função do resultado que praticamente eliminou as chances de conquista do primeiro turno do Estadual, o clima nos vestiários do Náutico beirou a melancolia e a busca por explicações. "Foi o melhor jogo do nosso time. Quando eu estava em campo, pensei que hoje seria o momento da reviravolta. Não dá para entender", lamentou o lateral-esquerdo Anderson Santana.

O atacante Carlinhos Bala disparou críticas ao recuo da equipe depois de marcar o gol da virada. "Deixei o time na frente, mas não soubemos cadenciar o placar. Faltaram calma e agressividade. Não podemos mais errar."

Sobre a motivação para a disputa das próximas rodadas, a opinião dos jogadores permaneceu divida. "Está um pouco distante, mas dá para sonhar", avaliou Galliardo. O goleiro Eduardo, em contrapartida, adotou discurso mais realista. "Perdemos o primeiro turno", enfatizou.

Já o treinador Roberto Fernandes deseja aproveitar o restante dos jogos da primeira fase para afinar o elenco. "No segundo turno, certamente estaremos mais preparados quanto a regularizações, entrosamento e aptidão física. Nesta partida fui forçado a realizar três alterações sem critério técnico ou tático. Juliano cansou, Bala pediu para sair e Johnny se lesionou", afirmou.

O lance que retirou o volante Johnny do duelo - chute no solado de um atleta do Santa Cruz - causou preocupação no jogador e na equipe médica do Timbu. "Ele achou que tinha quebrado o pé. Mas não constatamos a fratura. Fizemos a medicação e iremos esperar a evolução da contusão. É dúvida para o próximo jogo", frisou o médico alvirrubro Paulo Regueira.

Tricolores com ingresso do Todos com a Nota


Os tricolores não assistiam a um clássico há quase dois anos. Mesmo com a saudade de ver o time enfrentando os velhos rivais, os torcedores do Santa não ficaram muito dispostos para pagar R$ 40 por um ingressos de arquibancada ontem à tarde, nos Aflitos. Muitos deles (cerca de 1/3 do total) entraram no estádio com o ingresso da promoção Todos com a Nota, que foi exclusivo para a torcida do Náutico. Sendo assim, o acesso também foi pelo setor alvirrubro. O resultado disso? Muita confusão, com direito a 'corredor polonês', pancadaria e correria, em um episódio semelhante ao que aconteceu em 5 de feveiro de 2007, quando torcedores do Sport tiveram a mesma "ideia", também em um clássico nos Aflitos.

Ontem, porém, policiais militares do Batalhão de Choque, já esperavam a ação de parte da torcida coral (principalmente de integrantes da organizada Inferno Coral). Como seria difícil a identificação - já que todos os torcedores do Santa entraram sem a camisa do time na arquibancada timbu -, o jeito foi reunir todos ostorcedores e liberar o acesso. Para a revolta da torcida do Náutico, diga-se. Certamente, um motivo para explicar a renda bem abaixo do esperado (apenas R$ 55.360).

Empate ruim para Náutico e Santa Cruz

Robert Fabisak




Times ficaram no 2x2, ontem, nos Aflitos, e viram o Sport abrir vantagem na liderança
Em uma cobrança de falta, zagueiro Sandro decretou a igualdade no placar
GUSTAVO LUCCHESI


No tão esperado retorno do Clássico das Emoções ao calendário do futebol estadual, o Náutico empatou com o Santa Cruz em 2x2, ontem, nos Aflitos. Apesar do placar, a emoção esteve presente durante todo o confronto, com o Timbu saindo atrás no marcador, conseguindo a virada logo no início do segundo tempo, mas sofrendo um gol de empate no meio da etapa final e não tendo mais forças para buscar a vitória, mesmo com um a mais em campo nos 15 minutos finais de jogo.

Aos alvirrubros restou apenas lamentar, já que o time ficou oito pontos atrás do líder Sport e praticamente não têm mais chances de conquistar o primeiro turno. Do outro lado, os tricolores viram a distância para os rubro-negros aumentar de três para cinco pontos, apesar de conseguirem permanecer na vice-liderança da competição, com 16.

Ciente de que apenas a vitória o manteria vivo no turno, o Náutico resolveu adotar um esquema mais ofensivo do que os jogos anteriores, optando por um 4-3-3, com o trio de ataque formado por Carlinhos Bala, Gilmar e Anderson Lessa, com os dois primeiros se revezando na função de meia armador. Com isso, o Timbu conseguiu impor uma pressão nos minutos iniciais, com Johhny, aos quatro minutos, e Gilmar, aos 12, experimentando dois belos chutes de fora da área para duas belas intervenções de André Zuba.

Esquecido na partida e parecendo anulado pelo sistema defensivo alvirrubro, Marcelo Ramos deu uma aula de como ser um matador implacável, aos 18 minutos, quando recebeu cruzamento curto e num de seus primeiros toques na bola, dominou com a direita e com categoria tocou de esquerda no canto esquerdo de Eduardo, abrindo o placar e jogando um balde de água fria nos mandantes. Perdido e desorganizado em campo, o Timbu conseguiu chegar ao empate ainda no primeiro tempo, com Gilmar pegando a sobra de um chute torto de Bala.

O Náutico voltou a mil por hora para a etapa final. Logo com 40 segundos de jogo, o zagueiro Vágner subiu de cabeça e mandou a bola na trave de Zuba. Com o gol amadurecendo, Carlinhos Bala, aos quatro minutos, usou a malandragem, bateu falta rápido, recebeu de volta na frente e chutou rasteiro para virar o jogo e incendiar os Aflitos.

Apesar da pressão alvirrubra, os visitantes se mostraram tranquilos e não demoraram para conseguir o gol de empate. Aos 16 minutos, o veterano Sandro bateu falta na entrada da área e mandou uma bomba para decretar o resultado final. Aos 29, a bola do jogo esteve na cabeça de Marcelo Ramos, mas Eduardo fez incrível defesa e evitou a vitória tricolor.

Náutico

Eduardo; Carlinhos (Dinda), Vágner, Galiardo e Anderson Santana; Nunes, Johnny (Derley) e Juliano (Adriano Magrão); Carlinhos Bala, Gilmar e Anderson Lessa
Técnico: Roberto Fernandes

Santa Cruz

André Zuba; Thiago Matias, Leandro Camilo (Memo) e Sandro; Parral, Bilica, Wágner, Leandro Gobatto (Pedro Henrique) e Juca; Marcelo Ramos (Anderson) e Márcio
Técnico: Márcio Bittencourt

Local: Aflitos
Árbitro: Wilson Souza
Assistentes: Jossemmar Diniz e Pedro Wanderley
Gols: Marcelo Ramos (aos 18 do 1°T), Gilmar (aos 41 do 1°T), Carlinhos Bala (aos 4 do 2°T) e Sandro (aos 16 do 2°T)
Cartões amarelos: Juliano (Náutico); Parral, Bilica e Leandro Camilo (Santa Cruz)
Cartão vermelho: Bilica (Santa Cruz)
Público: 15.305
Renda: 55.360
Preliminar: Náutico 5x3 Santa Cruz (juniores).

Alvirrubros já pensam no 2º turno

Marcos Pastich


Empate complicou bastante a vida do Náutico nessa primeira parte do Estadual
Goleiro Eduardo: “Não temos mais chances nesse turno”
Gustavo Lucchesi

Sabendo que apenas uma vitória no Clássico das Emoções de ontem os manteriam na briga pelo título do primeiro turno, os alvirrubros eram só lamentações após o empate diante do Santa Cruz. Vendo a diferença para o líder Sport aumentar de seis para oito pontos, boa parte dos atletas já jogaram a toalha nesta primeira metade do Estadual e já admitem utilizar as quatro partidas restantes como “treinos de luxo” para conseguir entrar com força total para a disputa do segundo turno. “Acabou. Com esse empate de hoje (ontem) não temos mais chances nesse turno, mas nem por isso vamos relaxar ou deixar a seriedade de lado nesses jogos, pelo contrário, temos que continuar evoluindo, ganhando entrosamento e condicionamento físico. Essas partidas são fundamentais para nos preparamos, já que não tivemos tempo para pré-temporada”, comentou o goleiro Eduardo.

Já o treinador Roberto Fernandes não quis admitir com todas as letras que a sua equipe deixou a briga pelo primeiro turno, mas admitiu que utilizará os jogos restantes para testar algumas novas peças e possíveis formações a serem utilizadas futuramente. “Eu vou continuar entrando em campo para ganhar, mas a bem da verdade é que a situação é bastante delicada. Vamos aproveitar esses jogos para evoluirmos e entrarmos bem no segundo turno. Hoje (ontem), fizemos a nossa melhor partida na competição, mas não soubemos liquidar o jogo”, declarou Fernandes.

Sobre o “recesso” do Estadual, que após a última rodada do primeiro turno, no dia 15 deste mês, só retorna no dia 2 de março, o comandante alvirrubro comentou que poderá utilizar, nesta temporada, o mesmo método utilizado no ano passado, quando dividiu o elenco alvirrubro em G1 e G2, com os dois grupos tendo programações distintas. A intenção é colocar os atletas que estão melhores condicionados de um lado e do outro os que ainda não conseguiram atingir condições ideais de jogo. “Esses 15 dias servirão como nossa pré-temporada e os atletas vão ter que suar muito a camisa”, disse Roberto.

Bala foi um dos destaques da partida

Yuri de Lira
Especial para a Folha


Ontem, no Clássico das Emoções, o atacante Carlinhos Bala fez o seu primeiro gol contra o Santa Cruz vestindo a camisa de um arqui-rival. O atacante já havia marcado contra o Tricolor defendendo o Cruzeiro no Brasileirão de 2006, mas, em clássicos, nunca tinha balançado as redes do Mais Querido. Defendendo as cores do Sport, o Baixinho jogou contra o Santa Cruz por duas vezes, passando em branco em ambas. Após o gol, Bala preferiu evitar qualquer tipo de polêmica e não fez nenhuma comemoração diferente. “Quando marquei o gol, fiz uma homenagem a minha filha, comemorei de forma tranquila para não criar nenhum mal-estar”, disse ele, comedido.

Um dos melhores jogadores em campo por parte do Timbu, Bala lamentou o empate contra o Santa Cruz e disse que o Náutico não soube aproveitar a vantagem no placar. “Levamos o primeiro gol, empatamos e viramos. Depois, não soubemos tirar proveito dessa vantagem e acabamos cedendo o empate ao Santa’’, declarou o jogador.

Bala lembrou que no jogo de ontem o seu desempenho foi prejudicado após a entrada do volante Memo, que o marcou de forma implacável. ‘’Quando Memo entrou, eu já estava cansado e a marcação dele atrapalhou ainda mais a minha movimentação. Tentei levar essa marcação para as pontas para abrir espaço no meio, mas, infelizmente, não deu certo”, afirmou.

Apesar de já ter tido uma passagem pelo Náutico, o atacante disse que ainda está em fase de adaptação no Timbu, mas que com o tempo o seu desempenho tende a crescer. “Cheguei agora no Náutico e estou ainda me adaptando ao clube, mas com a sequência de jogos o meu rendimento vai melhorar ainda mais”, disse.

Sandro desencanta e faz o 1º gol com a camisa coral

Rômulo Alcoforado
Especial para a Folha


O último gol de falta dele havia sido no ano de 2006, quando ainda atuava no Guarani/SP. Não sabe de quem se trata? Pois bem, é o zagueiro Sandro, que no clássico de ontem finalmente desencantou e marcou seu primeiro tento com a camisa tricolor. “O Marcelo Ramos estava comigo na bola, então, eu falei: ‘Marcelo, deixa eu bater’. Ele disse: ‘pode chutar, mas tem que fazer o gol’. Eu respondi: ‘Deixa comigo que eu vou estourar o peito desse goleiro’”, contou sorrindo o capitão coral.

Além de explicar o que aconteceu nos momentos antes da falta, o experiente jogador fez, também, uma análise positiva do resultado da partida: “O Náutico era o favorito. Nós não queríamos dizer, mas eram, até pelo fato de estarem jogando em casa e pela questão do entrosamento. O importante foi que nós jogamos como time grande”.

O outro artilheiro do Santa Cruz na tarde, Marcelo Ramos, acredita que o placar foi justo e que, mesmo estando a cinco pontos do líder Sport, o time do Arruda ainda tem chance de conquistar o primeiro turno. “A gente está lutando. O empate não era o resultado ideal, mas aconteceu. A partir de agora, nós temos que vencer todos os jogos, principalmente o próximo clássico. Com certeza, ainda estamos na briga” sentenciou, recusando-se a jogar a toalha. O treinador Márcio Bittencourt, por sua vez, preferiu elogiar a raça do time. “O que me agradou bastante foi aquilo que a gente conhece da equipe: muito aguerrida, corre o jogo todo e não desiste de nenhuma bola”.

Jogadores elogiam o trabalho de Bittencourt

GUSTAVO PAES


Primeiro, o técnico Márcio Bittencourt escalou três zagueiros, que conseguiram segurar bem as investidas do ataque do Náutico, pelo menos até o momento do gol de empate. Depois, vendo que sua equipe estava desestabilizada, promoveu a entrada de Memo, que foi fundamental ao anular as ações de Carlinhos Bala. Por fim, colocou o atacante Pedro Henrique, que, além de criar boas oportunidades, ainda sofreu a falta que originou o gol de Sandro. Por tudo isso, Bittencourt foi destaque no Clássico das Emoções. “A nossa parte tática está sendo um grande diferencial nesse primeiro turno. Nós estamos no caminho certo. Nós confiamos muito no trabalho do Márcio Bittencourt”, declarou o atacante Marcelo Ramos.

O capitão Sandro também elogiou o comandante. “O Márcio está fazendo um grande trabalho. Está claro para todos que nós temos que nos ajudar dentro de campo, a preocupação tática é muito grande”, comentou. Ao saber dos elogios, Bittencourt brincou. “Tem certeza que eles elogiaram? Acho que não, eu só dou porrada neles”, disse. “Eu cobro bastante deles, porque sei o que eles podem oferecer”.

Times criticam atuação de Wilson

Robert Fabisak


Para Santa Cruz, árbitro intimidou seus jogadores. Náutico reclamou dois pênaltis
Wilson distribuiu cinco cartões no clássico, sendo um vermelho para o tricolor Bilica
GUSTAVO PAES
No Clássico das Emoções, o árbitro Wilson Souza de Mendonça conseguiu desagradar gregos e troianos. Durante as entrevistas coletivas, integrantes de ambas as equipes reclamaram do desempenho do juiz, que, segundo a visão dos entrevistados, apresentou deficiências tanto na parte disciplinar quanto na técnica. Pelo lado do Santa Cruz, quem fez duras críticas a Wilson foi o diretor de futebol do clube, Antônio Ruas Capella, que chegou a dizer que seus jogadores foram intimidados. “Nos últimos jogos, Wilson Souza tem deixado a desejar. O tempo todo ele ficou ameaçando os nossos jogadores e deixou Carlinhos Bala dominar a arbitragem. Foi uma atuação no mínimo desastrosa”, disse Capella.

Por outro lado, o técnico Márcio Bittencourt preferiu evitar polêmica e ainda elogiou o árbitro. “Não tenho nada para falar da arbitragem. Conheço o Wilson Souza faz tempo, ele teve uma boa atuação”, afirmou o treinador coral. Se o treinador do Santa Cruz não tinha queixas, o mesmo não se pôde dizer do técnico Roberto Fernandes, do Náutico. “Wilson Souza é o árbitro mais experiente que nós temos em Pernambuco. Não acredito em má intenção da parte dele, mas já soube que tivemos dois pênaltis ao nosso favor que não foram marcados, além de um contra-ataque nosso que ele matou, já que deveria ter aplicado a lei da vantagem, pois o Gilmar saiu na cara do gol. Mas todo mundo erra”, declarou Fernandes.

Os pênaltis reclamados pelo técnico alvirrubro aconteceram aos 26 minutos do primeiro tempo e aos três minutos da etapa final. Os dois lances, nas avaliações a olho nu, provocaram opiniões diversas entre os cronistas desportivos. No primeiro lance, o time timbu alçou uma bola na área, o zagueiro Galiardo disputou de cabeça e teria sido puxado por Vágner. No segundo, Anderson Lessa invadiu a área em velocidade, a zaga do Tricolor veio por baixo e o jogador acabou caindo na grande área.

Wilson Souza distribuiu três cartões amarelos para o Santa Cruz e um para o Náutico. Aos 37 minutos do segundo tempo, o árbitro deu o segundo amarelo a Bilica, quando a bola bateu na mão do jogador, outra decisão que gerou polêmica.

Folha flagra mais um ônibus sendo depredado

Marcos Pastich


Torcedor tricolor terminou levando a pior na confusão
GUSTAVO PAES
Na última terça-feira, a Folha de Pernambuco publicou, com exclusividade, uma reportagem sobre os prejuízos contabilizados pelo Grande Recife Consórcio, antiga EMTU, que divulgou a informação de que 225 ônibus foram danificados em apenas oito jogos realizados na Capital. Ontem, minutos antes do apito inicial para o Clássico das Emoções, a reportagem da Folha flagrou o momento em que mais um coletivo era depredado. Um torcedor do Santa Cruz, que estava dentro do veículo, trocou agressões com integrantes de uma torcida organizada do Náutico, que estavam a pé na avenida Rosa e Silva. Um “torcedor” alvirrubro quebrou o vidro do transporte com um soco e a polícia chegou logo depois para impedir que o tumulto prosseguisse, apesar de não ter conseguido capturar o culpado.

Amanhã, será realizada uma reunião na sede do Ministério Público para tentar cessar os atos de vandalismo. A ideia é criar um Juizado móvel, para julgar pessoalmente quem cometer o delito, assim como acontece dentro dos estádios.

Dentro de campo, o problema foi outro: vários torcedores do Santa Cruz compraram ingressos do programa Todos com a Nota, que é exclusivo para a torcida do time da casa. Como a entrada é única, muitos tricolores tiveram que ficar na arquibancada junto com os rivais. A polícia decidiu abrir o portão para que os corais pudessem se dirigir à arquibancada dos visitantes. Durante a transferência, mais tumulto e agressões.

Náutico e Santa empatam. Sport ri


Do alto de sua experiência o zagueiro tricolor Sandro resumiu bem a 7ª rodada, ontem, após o 2x2 no Clássico das Emoções. “Para o Náutico, foi horrível, para nós (o Santa), mais ou menos, e para o Sport, excelente”. O resultado, praticamente, excluiu o Timbu (4º, com 13) da luta pelo turno. Deixa o tricolor (2º, com 16) vivo, com chance remota, mas mais esperançoso no recém-montado time que empatou com um rival mais bem estruturado. E o líder Sport (com 21) festeja, afinal, pode ser campeão, domingo. Para lamentar, as cenas de violência que mais uma vez mancham o futebol. Ontem, um alvirrubro levou um tiro na coxa. No interior, destaque para o Vitória que bateu o Porto.

Santa até gostou do empate. Já o Náutico...

Resultado deixa o tricolor ainda na vice-liderança, mas a cinco pontos do Sport. O alvirrubro fica a oito do líder

Elias Roma Neto
eroma@jc.com.br
Rafael Carvalheira
rvieira@jc.com.br


Há sempre mais de uma forma de observar um mesmo fato. No caso do empate por 2x2 entre Náutico e Santa Cruz ontem à tarde, por exemplo, há pelo menos três pontos de vista diferentes. “Para o Náutico, foi horrível, para nós, mais ou menos, para o Sport, excelente”, resumiu o zagueiro e capitão coral, Sandro. A declaração está diretamente relacionada à classificação do primeiro turno do Pernambucano. A quatro rodadas do término da fase, os rubro-negros, que não estiveram diretamente envolvidos no emocionante jogo dos Aflitos, abriram cinco pontos de vantagem para os tricolores e oito para os alvirrubros.

Apesar das circunstâncias, o Náutico ainda não jogou a toalha na briga pelo título do turno. Está na quarta colocação, com 13 pontos. Perde uma posição para o Porto no número de vitórias (4 a 3). Os corais, por sua vez, passaram a não depender apenas de si para desbancar o Sport. Estão na vice-liderança, com 16 pontos. “Se quisermos ser campeões, precisamos vencer o Sport”, disse o atacante Marcelo Ramos. E ainda torcer por outra derrota do Leão no meio do caminho. “Mas não tem essa de jogar a toalha. Depois de domingo, conversamos de novo”, declarou Sandro, em referência ao Clássico das Multidões, no Arruda.

Antes de pegar o líder, entretanto, o Santa enfrenta o Serrano na próxima quarta-feira, no Arruda, às 19h. O Náutico joga diante da Acadêmica Vitória, no Estádio Carneirão, em Vitória de Santo Antão, às 20h30. A Cobra Coral chegou ao quinto jogo seguido de invencibilidade. Perdeu somente na segunda rodada da competição. São cinco vitórias e o empate de ontem. O Timbu, por outro lado, ainda não perdeu, contabilizando três vitórias e quatro empates.

Apesar de os treinadores terem feito mistério durante a semana de preparação para o confronto, o Clássico das Emoções não revelou surpresas, jogadas mirabolantes ou alguma invenção genial para revolucionar o esporte. Aconteceu o que todo mundo sabia que iria acontecer. O Náutico partiu para cima e pressionou com o objetivo de matar a partida no início. O Santa Cruz se retraiu e buscou os contra-ataques.

No começo, a estratégia alvirrubra até vinha se sobrepondo à tricolor. Até que, aos 18 minutos, a bola caiu nos pés do atacante Marcelo Ramos, dentro da área. Ou seja, nada mais previsível, bola na rede: 0x1. O Timbu seguiu obedecendo à risca os conselhos do técnico Roberto Fernandes. Com a pressão, naturalmente veio o empate, aos 41, com Gilmar.

No segundo tempo, mais do mesmo. O Náutico em cima e o Santa retraído. A virada veio aos quatro minutos, com Carlinhos Bala. Mas, aos 16, falta na entrada da área para os corais. “Ajeitei a bola, mas Sandro disse que ia mandar a cacetada. Falei: ‘beleza, mas faz o gol’”, revelou Marcelo Ramos. O pedido soou como ordem e o capitão obedeceu: 2x2. Até o fim, o Timbu atacou, a Cobra Coral teve Bilica expulso, os dois lados perderam pelo menos uma oportunidade clara, mas terminou tudo igual.

Tricolores eram só alívio e alegria

Não foi o resultado perfeito para o Santa Cruz. Mas a sensação de alívio e até de alegria com o empate nos Aflitos era fácil de se identificar a partir do gestual dos tricolores. Os jogadores se abraçaram dentro de campo, e a torcida cantou forte após o apito final do árbitro Wilson Souza de Mendonça. O sorriso de Sandro ainda no gramado, concedendo entrevistas, denunciava a felicidade por ter voltado a marcar um gol de falta após quase três anos de jejum.

O responsável direto pelo empate havia havia comemorado um gol de bola parada pela última vez em 2006, quando defendia o Guarani. “No Sport, no Botafogo e no Guarani, a ordem era para que eu batesse as faltas independentemente da distância. Em outras equipes, fiquei em desvantagem, porque só batia quando a falta era mais distante”, brincou o capitão. “Até me ligaram hoje cedo (ontem) para perguntar se eu faria um golzinho no clássico. Fiz um belo gol.”

Não fosse Pedro Henrique, entretanto, Sandro não teria tantos motivos assim para comemorar após o Clássico das Emoções. Foi ele quem arrancou da esquerda e sofreu a falta na entrada da área. “Pedro Henrique não está com 100% da sua condição, mas tem colocado fogo nos jogos quando entra”, disse o técnico Márcio Bittencourt. O atacante entrou aos 14 minutos do segundo tempo, no lugar do meia Leandro Gobatto.

SÉRIE D

O Santa abriu três pontos sobre o Porto e seis sobre a Cabense, dois concorrentes diretos na briga por uma das duas vagas de Pernambuco à primeira edição da Série D do Campeonato Brasileiro. O time de Caruaru perdeu por 1x0 para a Acadêmica Vitória, no Estádio Luiz Lacerda. O representante do Cabo de Santo Agostinho foi derrotado por 2x1 pelo Central, no Gileno de Carli. Outros seis clubes também lutam pelo acesso.

Lamentação é a rotina timbu

O discurso está ficando batido, mas os jogadores do Náutico voltaram a lamentar uma falta de melhor aproveitamento nos jogos em seus domínios. Ontem, os alvirrubros somaram o terceiro empate em quatro partidas disputadas nos Aflitos. Ainda assim, o time não jogou a toalha do primeiro turno, mesmo que suas chances tenham diminuído consideravelmente.

“Jogamos 90 minutos correndo, batalhando, mas o resultado não aconteceu. O clima fica um pouco ruim porque o primeiro turno está mais distante, mas, enquanto tivermos a possibilidade, vamos continuar tentando”, disse o zagueiro Galiardo.

O mesmo texto das lamentações foi pronunciado pelo lateral esquerdo Anderson Santana, com um pouco mais de frustração. “Fico p... com isso. Treinamos durante a semana. Mas na hora do jogo acontecem os erros. Temos de assumir nossas responsabilidades. É isso. Trabalhar para consertar”, declarou.

Para Carlinhos Bala, um dos poucos aplaudidos pela torcida ao fim do jogo, não houve falha da barreira ou do goleiro Eduardo no segundo gol sofrido. “Pensei que Marcelo Ramos iria bater. De repente veio o Sandro, com um chute forte e a bola acabou passando”, disse.

O atacante marcou o segundo gol do Náutico após cobrar falta com rapidez e tabelar com Santana, pelo lado esquerdo da área tricolor, e finalizar rasteiro. Bala também participou do primeiro tento – após chutar errado, ele viu Anderson Lessa brigar e a bola sobrar para Gilmar, que deu um toque para tirar o zagueiro Sandro da jogada e depois fulminou a meta de André Zuba.

Já Roberto Fernandes lamentou o resultado, mas exaltou uma melhora no futebol da equipe. “O time teve mais postura e pela primeira vez obteve mais posse de bola que o adversário. Houve uma evolução, infelizmente o resultado foi negativo”, avaliou.

JOHNNY

O médico Paulo Regueira afirmou que o volante Johnny é dúvida para o jogo de quarta-feira, contra o Vitória, no Carneirão. O jogador machucou o tornozelo esquerdo no segundo tempo, após chutar a sola do pé do atacante tricolor Pedro Henrique, e será reavaliado hoje.

O elenco se reapresenta à tarde, nos Aflitos. Amanhã, treina novamente à tarde no CT Wilson Campos, na Guabiraba e segue para Vitória apenas na quarta.