Robert Fabisak | Times ficaram no 2x2, ontem, nos Aflitos, e viram o Sport abrir vantagem na liderança |
Em uma cobrança de falta, zagueiro Sandro decretou a igualdade no placar | |
GUSTAVO LUCCHESI | |
No tão esperado retorno do Clássico das Emoções ao calendário do futebol estadual, o Náutico empatou com o Santa Cruz em 2x2, ontem, nos Aflitos. Apesar do placar, a emoção esteve presente durante todo o confronto, com o Timbu saindo atrás no marcador, conseguindo a virada logo no início do segundo tempo, mas sofrendo um gol de empate no meio da etapa final e não tendo mais forças para buscar a vitória, mesmo com um a mais em campo nos 15 minutos finais de jogo.
Aos alvirrubros restou apenas lamentar, já que o time ficou oito pontos atrás do líder Sport e praticamente não têm mais chances de conquistar o primeiro turno. Do outro lado, os tricolores viram a distância para os rubro-negros aumentar de três para cinco pontos, apesar de conseguirem permanecer na vice-liderança da competição, com 16.
Ciente de que apenas a vitória o manteria vivo no turno, o Náutico resolveu adotar um esquema mais ofensivo do que os jogos anteriores, optando por um 4-3-3, com o trio de ataque formado por Carlinhos Bala, Gilmar e Anderson Lessa, com os dois primeiros se revezando na função de meia armador. Com isso, o Timbu conseguiu impor uma pressão nos minutos iniciais, com Johhny, aos quatro minutos, e Gilmar, aos 12, experimentando dois belos chutes de fora da área para duas belas intervenções de André Zuba.
Esquecido na partida e parecendo anulado pelo sistema defensivo alvirrubro, Marcelo Ramos deu uma aula de como ser um matador implacável, aos 18 minutos, quando recebeu cruzamento curto e num de seus primeiros toques na bola, dominou com a direita e com categoria tocou de esquerda no canto esquerdo de Eduardo, abrindo o placar e jogando um balde de água fria nos mandantes. Perdido e desorganizado em campo, o Timbu conseguiu chegar ao empate ainda no primeiro tempo, com Gilmar pegando a sobra de um chute torto de Bala.
O Náutico voltou a mil por hora para a etapa final. Logo com 40 segundos de jogo, o zagueiro Vágner subiu de cabeça e mandou a bola na trave de Zuba. Com o gol amadurecendo, Carlinhos Bala, aos quatro minutos, usou a malandragem, bateu falta rápido, recebeu de volta na frente e chutou rasteiro para virar o jogo e incendiar os Aflitos.
Apesar da pressão alvirrubra, os visitantes se mostraram tranquilos e não demoraram para conseguir o gol de empate. Aos 16 minutos, o veterano Sandro bateu falta na entrada da área e mandou uma bomba para decretar o resultado final. Aos 29, a bola do jogo esteve na cabeça de Marcelo Ramos, mas Eduardo fez incrível defesa e evitou a vitória tricolor.
Náutico
Eduardo; Carlinhos (Dinda), Vágner, Galiardo e Anderson Santana; Nunes, Johnny (Derley) e Juliano (Adriano Magrão); Carlinhos Bala, Gilmar e Anderson Lessa
Técnico: Roberto Fernandes
Santa Cruz
André Zuba; Thiago Matias, Leandro Camilo (Memo) e Sandro; Parral, Bilica, Wágner, Leandro Gobatto (Pedro Henrique) e Juca; Marcelo Ramos (Anderson) e Márcio
Técnico: Márcio Bittencourt
Local: Aflitos
Árbitro: Wilson Souza
Assistentes: Jossemmar Diniz e Pedro Wanderley
Gols: Marcelo Ramos (aos 18 do 1°T), Gilmar (aos 41 do 1°T), Carlinhos Bala (aos 4 do 2°T) e Sandro (aos 16 do 2°T)
Cartões amarelos: Juliano (Náutico); Parral, Bilica e Leandro Camilo (Santa Cruz)
Cartão vermelho: Bilica (Santa Cruz)
Público: 15.305
Renda: 55.360
Preliminar: Náutico 5x3 Santa Cruz (juniores).
Alvirrubros já pensam no 2º turno
Marcos Pastich | Empate complicou bastante a vida do Náutico nessa primeira parte do Estadual |
Goleiro Eduardo: “Não temos mais chances nesse turno” | |
Gustavo Lucchesi | |
Já o treinador Roberto Fernandes não quis admitir com todas as letras que a sua equipe deixou a briga pelo primeiro turno, mas admitiu que utilizará os jogos restantes para testar algumas novas peças e possíveis formações a serem utilizadas futuramente. “Eu vou continuar entrando em campo para ganhar, mas a bem da verdade é que a situação é bastante delicada. Vamos aproveitar esses jogos para evoluirmos e entrarmos bem no segundo turno. Hoje (ontem), fizemos a nossa melhor partida na competição, mas não soubemos liquidar o jogo”, declarou Fernandes.
Sobre o “recesso” do Estadual, que após a última rodada do primeiro turno, no dia 15 deste mês, só retorna no dia 2 de março, o comandante alvirrubro comentou que poderá utilizar, nesta temporada, o mesmo método utilizado no ano passado, quando dividiu o elenco alvirrubro em G1 e G2, com os dois grupos tendo programações distintas. A intenção é colocar os atletas que estão melhores condicionados de um lado e do outro os que ainda não conseguiram atingir condições ideais de jogo. “Esses 15 dias servirão como nossa pré-temporada e os atletas vão ter que suar muito a camisa”, disse Roberto.
Bala foi um dos destaques da partida
Yuri de Lira
Especial para a Folha
Ontem, no Clássico das Emoções, o atacante Carlinhos Bala fez o seu primeiro gol contra o Santa Cruz vestindo a camisa de um arqui-rival. O atacante já havia marcado contra o Tricolor defendendo o Cruzeiro no Brasileirão de 2006, mas, em clássicos, nunca tinha balançado as redes do Mais Querido. Defendendo as cores do Sport, o Baixinho jogou contra o Santa Cruz por duas vezes, passando em branco em ambas. Após o gol, Bala preferiu evitar qualquer tipo de polêmica e não fez nenhuma comemoração diferente. “Quando marquei o gol, fiz uma homenagem a minha filha, comemorei de forma tranquila para não criar nenhum mal-estar”, disse ele, comedido.
Um dos melhores jogadores em campo por parte do Timbu, Bala lamentou o empate contra o Santa Cruz e disse que o Náutico não soube aproveitar a vantagem no placar. “Levamos o primeiro gol, empatamos e viramos. Depois, não soubemos tirar proveito dessa vantagem e acabamos cedendo o empate ao Santa’’, declarou o jogador.
Bala lembrou que no jogo de ontem o seu desempenho foi prejudicado após a entrada do volante Memo, que o marcou de forma implacável. ‘’Quando Memo entrou, eu já estava cansado e a marcação dele atrapalhou ainda mais a minha movimentação. Tentei levar essa marcação para as pontas para abrir espaço no meio, mas, infelizmente, não deu certo”, afirmou.
Apesar de já ter tido uma passagem pelo Náutico, o atacante disse que ainda está em fase de adaptação no Timbu, mas que com o tempo o seu desempenho tende a crescer. “Cheguei agora no Náutico e estou ainda me adaptando ao clube, mas com a sequência de jogos o meu rendimento vai melhorar ainda mais”, disse.
Sandro desencanta e faz o 1º gol com a camisa coral
Rômulo Alcoforado
Especial para a Folha
O último gol de falta dele havia sido no ano de 2006, quando ainda atuava no Guarani/SP. Não sabe de quem se trata? Pois bem, é o zagueiro Sandro, que no clássico de ontem finalmente desencantou e marcou seu primeiro tento com a camisa tricolor. “O Marcelo Ramos estava comigo na bola, então, eu falei: ‘Marcelo, deixa eu bater’. Ele disse: ‘pode chutar, mas tem que fazer o gol’. Eu respondi: ‘Deixa comigo que eu vou estourar o peito desse goleiro’”, contou sorrindo o capitão coral.
Além de explicar o que aconteceu nos momentos antes da falta, o experiente jogador fez, também, uma análise positiva do resultado da partida: “O Náutico era o favorito. Nós não queríamos dizer, mas eram, até pelo fato de estarem jogando em casa e pela questão do entrosamento. O importante foi que nós jogamos como time grande”.
O outro artilheiro do Santa Cruz na tarde, Marcelo Ramos, acredita que o placar foi justo e que, mesmo estando a cinco pontos do líder Sport, o time do Arruda ainda tem chance de conquistar o primeiro turno. “A gente está lutando. O empate não era o resultado ideal, mas aconteceu. A partir de agora, nós temos que vencer todos os jogos, principalmente o próximo clássico. Com certeza, ainda estamos na briga” sentenciou, recusando-se a jogar a toalha. O treinador Márcio Bittencourt, por sua vez, preferiu elogiar a raça do time. “O que me agradou bastante foi aquilo que a gente conhece da equipe: muito aguerrida, corre o jogo todo e não desiste de nenhuma bola”.
Jogadores elogiam o trabalho de Bittencourt
GUSTAVO PAES
Primeiro, o técnico Márcio Bittencourt escalou três zagueiros, que conseguiram segurar bem as investidas do ataque do Náutico, pelo menos até o momento do gol de empate. Depois, vendo que sua equipe estava desestabilizada, promoveu a entrada de Memo, que foi fundamental ao anular as ações de Carlinhos Bala. Por fim, colocou o atacante Pedro Henrique, que, além de criar boas oportunidades, ainda sofreu a falta que originou o gol de Sandro. Por tudo isso, Bittencourt foi destaque no Clássico das Emoções. “A nossa parte tática está sendo um grande diferencial nesse primeiro turno. Nós estamos no caminho certo. Nós confiamos muito no trabalho do Márcio Bittencourt”, declarou o atacante Marcelo Ramos.
O capitão Sandro também elogiou o comandante. “O Márcio está fazendo um grande trabalho. Está claro para todos que nós temos que nos ajudar dentro de campo, a preocupação tática é muito grande”, comentou. Ao saber dos elogios, Bittencourt brincou. “Tem certeza que eles elogiaram? Acho que não, eu só dou porrada neles”, disse. “Eu cobro bastante deles, porque sei o que eles podem oferecer”.
Times criticam atuação de Wilson
Robert Fabisak | Para Santa Cruz, árbitro intimidou seus jogadores. Náutico reclamou dois pênaltis |
Wilson distribuiu cinco cartões no clássico, sendo um vermelho para o tricolor Bilica | |
GUSTAVO PAES | |
Por outro lado, o técnico Márcio Bittencourt preferiu evitar polêmica e ainda elogiou o árbitro. “Não tenho nada para falar da arbitragem. Conheço o Wilson Souza faz tempo, ele teve uma boa atuação”, afirmou o treinador coral. Se o treinador do Santa Cruz não tinha queixas, o mesmo não se pôde dizer do técnico Roberto Fernandes, do Náutico. “Wilson Souza é o árbitro mais experiente que nós temos em Pernambuco. Não acredito em má intenção da parte dele, mas já soube que tivemos dois pênaltis ao nosso favor que não foram marcados, além de um contra-ataque nosso que ele matou, já que deveria ter aplicado a lei da vantagem, pois o Gilmar saiu na cara do gol. Mas todo mundo erra”, declarou Fernandes.
Os pênaltis reclamados pelo técnico alvirrubro aconteceram aos 26 minutos do primeiro tempo e aos três minutos da etapa final. Os dois lances, nas avaliações a olho nu, provocaram opiniões diversas entre os cronistas desportivos. No primeiro lance, o time timbu alçou uma bola na área, o zagueiro Galiardo disputou de cabeça e teria sido puxado por Vágner. No segundo, Anderson Lessa invadiu a área em velocidade, a zaga do Tricolor veio por baixo e o jogador acabou caindo na grande área.
Wilson Souza distribuiu três cartões amarelos para o Santa Cruz e um para o Náutico. Aos 37 minutos do segundo tempo, o árbitro deu o segundo amarelo a Bilica, quando a bola bateu na mão do jogador, outra decisão que gerou polêmica.
Folha flagra mais um ônibus sendo depredado
Marcos Pastich | |
Torcedor tricolor terminou levando a pior na confusão | |
GUSTAVO PAES | |
Amanhã, será realizada uma reunião na sede do Ministério Público para tentar cessar os atos de vandalismo. A ideia é criar um Juizado móvel, para julgar pessoalmente quem cometer o delito, assim como acontece dentro dos estádios.
Dentro de campo, o problema foi outro: vários torcedores do Santa Cruz compraram ingressos do programa Todos com a Nota, que é exclusivo para a torcida do time da casa. Como a entrada é única, muitos tricolores tiveram que ficar na arquibancada junto com os rivais. A polícia decidiu abrir o portão para que os corais pudessem se dirigir à arquibancada dos visitantes. Durante a transferência, mais tumulto e agressões.
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