segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Náutico e Santa empatam. Sport ri


Do alto de sua experiência o zagueiro tricolor Sandro resumiu bem a 7ª rodada, ontem, após o 2x2 no Clássico das Emoções. “Para o Náutico, foi horrível, para nós (o Santa), mais ou menos, e para o Sport, excelente”. O resultado, praticamente, excluiu o Timbu (4º, com 13) da luta pelo turno. Deixa o tricolor (2º, com 16) vivo, com chance remota, mas mais esperançoso no recém-montado time que empatou com um rival mais bem estruturado. E o líder Sport (com 21) festeja, afinal, pode ser campeão, domingo. Para lamentar, as cenas de violência que mais uma vez mancham o futebol. Ontem, um alvirrubro levou um tiro na coxa. No interior, destaque para o Vitória que bateu o Porto.

Santa até gostou do empate. Já o Náutico...

Resultado deixa o tricolor ainda na vice-liderança, mas a cinco pontos do Sport. O alvirrubro fica a oito do líder

Elias Roma Neto
eroma@jc.com.br
Rafael Carvalheira
rvieira@jc.com.br


Há sempre mais de uma forma de observar um mesmo fato. No caso do empate por 2x2 entre Náutico e Santa Cruz ontem à tarde, por exemplo, há pelo menos três pontos de vista diferentes. “Para o Náutico, foi horrível, para nós, mais ou menos, para o Sport, excelente”, resumiu o zagueiro e capitão coral, Sandro. A declaração está diretamente relacionada à classificação do primeiro turno do Pernambucano. A quatro rodadas do término da fase, os rubro-negros, que não estiveram diretamente envolvidos no emocionante jogo dos Aflitos, abriram cinco pontos de vantagem para os tricolores e oito para os alvirrubros.

Apesar das circunstâncias, o Náutico ainda não jogou a toalha na briga pelo título do turno. Está na quarta colocação, com 13 pontos. Perde uma posição para o Porto no número de vitórias (4 a 3). Os corais, por sua vez, passaram a não depender apenas de si para desbancar o Sport. Estão na vice-liderança, com 16 pontos. “Se quisermos ser campeões, precisamos vencer o Sport”, disse o atacante Marcelo Ramos. E ainda torcer por outra derrota do Leão no meio do caminho. “Mas não tem essa de jogar a toalha. Depois de domingo, conversamos de novo”, declarou Sandro, em referência ao Clássico das Multidões, no Arruda.

Antes de pegar o líder, entretanto, o Santa enfrenta o Serrano na próxima quarta-feira, no Arruda, às 19h. O Náutico joga diante da Acadêmica Vitória, no Estádio Carneirão, em Vitória de Santo Antão, às 20h30. A Cobra Coral chegou ao quinto jogo seguido de invencibilidade. Perdeu somente na segunda rodada da competição. São cinco vitórias e o empate de ontem. O Timbu, por outro lado, ainda não perdeu, contabilizando três vitórias e quatro empates.

Apesar de os treinadores terem feito mistério durante a semana de preparação para o confronto, o Clássico das Emoções não revelou surpresas, jogadas mirabolantes ou alguma invenção genial para revolucionar o esporte. Aconteceu o que todo mundo sabia que iria acontecer. O Náutico partiu para cima e pressionou com o objetivo de matar a partida no início. O Santa Cruz se retraiu e buscou os contra-ataques.

No começo, a estratégia alvirrubra até vinha se sobrepondo à tricolor. Até que, aos 18 minutos, a bola caiu nos pés do atacante Marcelo Ramos, dentro da área. Ou seja, nada mais previsível, bola na rede: 0x1. O Timbu seguiu obedecendo à risca os conselhos do técnico Roberto Fernandes. Com a pressão, naturalmente veio o empate, aos 41, com Gilmar.

No segundo tempo, mais do mesmo. O Náutico em cima e o Santa retraído. A virada veio aos quatro minutos, com Carlinhos Bala. Mas, aos 16, falta na entrada da área para os corais. “Ajeitei a bola, mas Sandro disse que ia mandar a cacetada. Falei: ‘beleza, mas faz o gol’”, revelou Marcelo Ramos. O pedido soou como ordem e o capitão obedeceu: 2x2. Até o fim, o Timbu atacou, a Cobra Coral teve Bilica expulso, os dois lados perderam pelo menos uma oportunidade clara, mas terminou tudo igual.

Tricolores eram só alívio e alegria

Não foi o resultado perfeito para o Santa Cruz. Mas a sensação de alívio e até de alegria com o empate nos Aflitos era fácil de se identificar a partir do gestual dos tricolores. Os jogadores se abraçaram dentro de campo, e a torcida cantou forte após o apito final do árbitro Wilson Souza de Mendonça. O sorriso de Sandro ainda no gramado, concedendo entrevistas, denunciava a felicidade por ter voltado a marcar um gol de falta após quase três anos de jejum.

O responsável direto pelo empate havia havia comemorado um gol de bola parada pela última vez em 2006, quando defendia o Guarani. “No Sport, no Botafogo e no Guarani, a ordem era para que eu batesse as faltas independentemente da distância. Em outras equipes, fiquei em desvantagem, porque só batia quando a falta era mais distante”, brincou o capitão. “Até me ligaram hoje cedo (ontem) para perguntar se eu faria um golzinho no clássico. Fiz um belo gol.”

Não fosse Pedro Henrique, entretanto, Sandro não teria tantos motivos assim para comemorar após o Clássico das Emoções. Foi ele quem arrancou da esquerda e sofreu a falta na entrada da área. “Pedro Henrique não está com 100% da sua condição, mas tem colocado fogo nos jogos quando entra”, disse o técnico Márcio Bittencourt. O atacante entrou aos 14 minutos do segundo tempo, no lugar do meia Leandro Gobatto.

SÉRIE D

O Santa abriu três pontos sobre o Porto e seis sobre a Cabense, dois concorrentes diretos na briga por uma das duas vagas de Pernambuco à primeira edição da Série D do Campeonato Brasileiro. O time de Caruaru perdeu por 1x0 para a Acadêmica Vitória, no Estádio Luiz Lacerda. O representante do Cabo de Santo Agostinho foi derrotado por 2x1 pelo Central, no Gileno de Carli. Outros seis clubes também lutam pelo acesso.

Lamentação é a rotina timbu

O discurso está ficando batido, mas os jogadores do Náutico voltaram a lamentar uma falta de melhor aproveitamento nos jogos em seus domínios. Ontem, os alvirrubros somaram o terceiro empate em quatro partidas disputadas nos Aflitos. Ainda assim, o time não jogou a toalha do primeiro turno, mesmo que suas chances tenham diminuído consideravelmente.

“Jogamos 90 minutos correndo, batalhando, mas o resultado não aconteceu. O clima fica um pouco ruim porque o primeiro turno está mais distante, mas, enquanto tivermos a possibilidade, vamos continuar tentando”, disse o zagueiro Galiardo.

O mesmo texto das lamentações foi pronunciado pelo lateral esquerdo Anderson Santana, com um pouco mais de frustração. “Fico p... com isso. Treinamos durante a semana. Mas na hora do jogo acontecem os erros. Temos de assumir nossas responsabilidades. É isso. Trabalhar para consertar”, declarou.

Para Carlinhos Bala, um dos poucos aplaudidos pela torcida ao fim do jogo, não houve falha da barreira ou do goleiro Eduardo no segundo gol sofrido. “Pensei que Marcelo Ramos iria bater. De repente veio o Sandro, com um chute forte e a bola acabou passando”, disse.

O atacante marcou o segundo gol do Náutico após cobrar falta com rapidez e tabelar com Santana, pelo lado esquerdo da área tricolor, e finalizar rasteiro. Bala também participou do primeiro tento – após chutar errado, ele viu Anderson Lessa brigar e a bola sobrar para Gilmar, que deu um toque para tirar o zagueiro Sandro da jogada e depois fulminou a meta de André Zuba.

Já Roberto Fernandes lamentou o resultado, mas exaltou uma melhora no futebol da equipe. “O time teve mais postura e pela primeira vez obteve mais posse de bola que o adversário. Houve uma evolução, infelizmente o resultado foi negativo”, avaliou.

JOHNNY

O médico Paulo Regueira afirmou que o volante Johnny é dúvida para o jogo de quarta-feira, contra o Vitória, no Carneirão. O jogador machucou o tornozelo esquerdo no segundo tempo, após chutar a sola do pé do atacante tricolor Pedro Henrique, e será reavaliado hoje.

O elenco se reapresenta à tarde, nos Aflitos. Amanhã, treina novamente à tarde no CT Wilson Campos, na Guabiraba e segue para Vitória apenas na quarta.

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