segunda-feira, 19 de maio de 2008

Mais um jogador deixa o Santa Cruz

Um dos poucos destaques da equipe do Santa Cruz no Campeonato Pernambucano deixou o Arruda nesta segunda-feira. O lateral-esquerdo Chiquinho não agüentou mais a situação de atrasos salariais no clube da avenida Beberibe e pediu dispensa.

Apesar de estar com os salários atrasados, outro motivo dado pelo jogador para pedir demissão foi o interesse de outros clubes no seu futebol. “"Não consegui entrar em um acordo com a diretoria e preferi sair. Vou torcer para o Santa fazer um bom campeonato na Série C e vou seguir a minha carreira. Quando chegar em casa hoje vou analisar a situação e começar a pensar o que vai ser de mim daqui para frente", falou ao site oficial do Santa Cruz.

Da Redação do PERNAMBUCO.COM

Sem conseguir contratar, diretoria do Santa vê êxodo aumentar

As semanas passam as as notícias boas, para o Santa Cruz, vão se tornando cada vez mais raras. Enquanto a torcida vai aguardando novas contratações para a disputa da Série C, a partir de julho, a diretoria segue anunciando dispensas e mais dispensas. Nesta segunda-feira (19), o lateral Chiquinho deixou o clube.

O jogador, cuja insatisfação com o atraso de salários era pública, entrou em acordo com a diretoria e foi liberado para procurar um clube. Apesar de estarmos em maio, ele – e todo o elenco tricolor – só recebeu um salário em todo o ano de 2009. “Tenho muito respeito pelo Santa Cruz, mas sou um profissional”, explicou.

No momento, há apenas 16 atletas treinando no Arruda. Por isso, a expectativa é de que as contratações sejam retomadas rapidamente. A diretoria reconhece as dificuldades para contratar, afirma que falta dinheiro, mas diz que o Santa já está apalavrado com alguns jogadores, como o atacante Joécio, do Porto.

A boa notícia do dia é que o Arruda, depois de vistoriado, conseguiu liberação para a disputa da Série C. Assim, o Santa vai poder mandar os jogos no seu estádio, inclusive utilizando o anel superior, que permaneceu interditado por alguns meses, em obras.

Da Redação do pe360graus.com

Alexandre diz sim para o Santa Cruz

Marcos Pastich/Arquivo Folha


Mesmo com salários atrasados, capitão coral optou por permanecer no Arruda
Jogador deu voto de confiança à diretoria do Tricolor
GUSTAVO LUCCHESI
Após temer a perda do seu capitão e atual ídolo coral por conta de salários atrasados e uma proposta feita pelo Gama, a diretoria do Santa Cruz conseguiu negociar e recebeu um “sim” do volante Alexandre Oliveira, garantindo a permanência do atleta para a disputa do Brasileirão da Série C. Em conversa rápida, o atleta e os dirigentes corais conseguiram chegar a um acordo para que as pendências salariais sejam resolvidas, fazendo com que Alexandre recusasse a proposta feita pelo Alviverde do Cerrado e optasse por continuar nas Repúblicas Independentes do Arruda.

Natural do município de Igarassu, o jogador sempre deixou claro que é torcedor coral desde pequeno e que um dos seus desejos como profissional era poder vestir a camisa do Mais Querido um dia, com o fator emocional pesando bastante na hora de decidir acreditar nos cartolas tricolores e continuar ajudando o seu time de coração. “Agradeci novamente ao empresário que queria me levar para o Gama, mas eu decidi continuar perto da minha família e ajudar o Santa Cruz, onde eu me sinto em casa”, declarou Oliveira, que disputou 16 jogos pelo Tricolor este ano, tendo marcado apenas um gol.

Homem de confiança do treinador Fito Neves e grande líder do elenco coral, a postura do volante agradou os dirigentes do clube. “O Alexandre é um cara experiente e que sabe sentar e conversar abertamente. Além de ser uma pessoa com um caráter extraordinário, ele é peça fundamental para o time”, comentou Jomar Rocha, diretor de futebol.

Pegando o caminho contrário ao do capitão tricolor, o lateral-esquerdo Chiquinho não deve mais vestir a camisa da Cobra Coral. Com uma proposta feita pelo Ceará, o atleta, em conversa com a diretoria do Mais Querido, não demonstrou muito interesse em continuar no Arruda, com o fato dos salários atrasados também servirem para a sua “desmotivação”. “Vamos ter uma conversa final com Chiquinho amanhã (hoje). Tentaremos mantê-lo, pois é um atleta de qualidade, porém, a vontade tem que partir dele”, disse Jomar. A situação dos laterais Rafael Mineiro e William também devem ser definidas hoje.

Arpe

Tendo conseguido a liberação de R$ 200 mil, desde a última sexta-feira, referentes à segunda das três parcelas do Pernambuco Dá Sorte, o Santa Cruz deve ter o valor depositado em sua conta hoje, no mais tardar amanhã, segundo o presidente coral, Édson Nogueira. A verba estava presa à Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) desde o ano passado e será utilizada, prioritariamente, para pagar uma parte do salários atrasados dos atletas e funcionários do clube.

Oposição tenta cartada final

Se não conseguir derrubar o atual presidente executivo do Santa Cruz, Édson Nogueira, esta semana, Fernando Veloso, conselheiro colaborador e um dos articuladores do principal movimento de oposição no momento, prometeu não mais esticar o caso. De acordo com o oposicionista, em entrevista concedida ao repórter da rádio JC/CBN Cabral Neto, a tentativa de destituição será feita via Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).

Na última terça-feira, o grupo tentou tirar o mandatário coral por intermédio de votação dos associados. Mas a Assembléia-Geral Extraordinária já havia sido suspensa pelo próprio TJPE quatro dias antes. “Quem levou a discussão para a Justiça foi Edinho. Então nós vamos tentar tirá-lo na Justiça. É lá onde será decidido. Com ele, não dá mais para o clube sobreviver”, argumentou Fernando Veloso

Independentemente da validade da Assembléia-Geral Extraordinária, o grupo não alcançou o número mínimo de um quinto dos associados exigido pelo estatuto do clube para destituir Édson Nogueira. “Diante das circunstâncias, a movimentação foi extremamente vitoriosa. Edinho e seus advogados coagiram ao dizer que os sócios enfrentariam até a cavalaria da polícia”, seguiu Veloso. Foram registrados 127 votos válidos na ata.

Ainda de acordo com o conselheiro coral, esticar a briga na Justiça perderia o sentido. “Não somos malucos de ficar levando a discussão mais para frente. Nosso grupo tem um planejamento que só poderia ser colocado em prática se Edinho saísse até o fim de maio. Assim, teríamos tempo para montar uma equipe e entrar com boas possibilidades de conquistar uma ascensão na Série C do Campeonato Brasileiro”, completou Veloso.

A rodada inicial da Terceira Divisão está marcada para o dia 6 de julho. O Santa Cruz, que está no Grupo 5, sai para enfrentar o Campinense-PB, em Campina Grande. O Central e o Potiguar de Mossoró-RN são os outros dois componentes da chave. No momento, a equipe não participa de torneios de preparação. Os 11 jogadores formados nas categorias de base, alguns ainda com idade de juniores, estão integrados ao elenco de juniores. Os outros profissionais limitam-se a realizar treinamentos físicos no período da manhã.

Com sérias dificuldades para honrar compromissos financeiros, o clube observa um movimento de insatisfação entre os jogadores. Vários deles, como o lateral-direito William, o lateral-esquerdo Chiquinho e o volante Alexandre, este titular absoluto e capitão durante a Série A1 do Campeonato Pernambucano, têm informado aos diretores uma série de propostas.

Até o momento, a diretoria anunciou quatro reforços: o lateral-esquerdo Adeíldo, o volante Gedeil e o atacante Edmundo, todos ex-jogadores do Ypiranga no Estadual, e o meia Jorge Henrique, integrante do elenco do Guaratinguetá-SP, time semifinalista do Campeonato Paulista. Com a crise financeira, o grupo só deve ser complementado mais próximo do primeiro confronto do Santa na Série C.

Santa vai brigar por Capixaba

Clube vai tentar cancelar a liminar de tutela antecipada que o atacante conseguiu

Esta deve ser uma semana repleta de novidades no Santa Cruz. Além de algumas contratações, o principal destaque do time no final do Campeonato Pernambucano, o atacante Thiago Capixaba, pode retornar ao Arruda. É que o diretor jurídico do clube, Eduardo Lopes entra, provavelmente, hoje com um recurso na 20ª Vara do Trabalho tentando derrubar a liminar que o jogador conseguiu concedendo a tutela antecipada dos seus direitos federativos.

"Reunimos todas as documentações internas e também de fora do clube e vamos pedir a reconsideração da liminar. As informações prestadas pelo advogado do atleta não são verdadeiras e nós estamos levando todas as provas para a Justiça analisar", comentou Eduardo Lopes.

Adriano Aquino, advogado de Thiago Capixaba, conquistou a liberação antecipada na sexta-feira (09), mas até então o Santa Cruz ainda não tinha sido notificado da decisão. A alegação do atacante para se livrar do clube tricolor se baseia no atraso de salários, FGTS, INSS e também a não assinatura da carteira de trabalho. O curioso é que, de acordo com a Lei Pelé, um jogador de futebol profissional só tem direito ao seu liberatório quando completar três meses de salários ou encargos atrasados.

Capixaba chegou no Arruda em 11 de março e, segundo o clube, tinha recebido 60% dos seus vencimentos antes mesmo de completar seu primeiro mês de trabalho. "Não assinamos a carteira porque ele, simplesmente, não trouxe para o clube. Sempre dizia uma desculpa. Isso, por si só não é motivo para rescisão de contrato, pois nós tínhamos seu contrato registrado na FPF, pagamos todas as taxas e temos todos os recibos e comprovantes para justificar tudo que o clube gastou. Ele não podia ser despejado, com alegou, se não tinha nem dois meses no clube quando entrou com o processo", completou o advogado coral.

Arruda liberado

CBF libera Arruda para Série C

Aos poucos, as boas notícias começam a acontecer para alívio da diretoria do Santa Cruz. Na última sexta-feira, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou o primeiro levantamento aprovando a liberação de 13 entre os 74 estádios onde serão disputadas partidas da Série C do Brasileiro. Apenas 20% da totalidade dos estádios já receberam o sinal verde, pois apresentaram os laudos da Polícia Militar, Vigilância Sanitária e do Corpo de Bombeiros. Entre eles está o José do Rego Maciel (Arruda), do Santa Cruz.

Veja aqui as lista dos estádios já aprovados

Estádio - Clube

Arena da Floresta - Rio Branco-AC

Arruda - Santa Cruz-PE

Brinco de Ouro - Guarani-SP

Correão - Bacabal-MA

Eco Estádio - J.Malucelli-PR

Floro de Mendonça - Fast Clube-AM

Glicério Marques - Cristal-AP

Lourival Batista - Confiança / Sergipe-SE

Nilton Santos - Palmas-TO

Nhozinho Santos - Sampaio Correira-MA

Rei Pelé - CSA-AL

Romeirão - Icasa-CE

14 de Dezembro - Toledo-PR

Russo vai acionar o Santa na Justiça

Desde que deixou o Santa Cruz em fevereiro deste ano, o lateral-direito Russo não jogou uma partida oficial. E não foi por falta de propostas dos clubes. O jogador foi procurado, mas optou por viajar a São Paulo para cuidar de uma tia que está doente. Nesse período longe dos gramados, o lateral decidiu acionar a Justiça contra o Santa Cruz já que, segundo ele, o clube lhe deve cinco meses de salários.

Russo chegou ao Santa Cruz no ano passado, após ser eleito o melhor lateral-direito do Campeonato Pernambucano, quando vestia a camisa do Central. No Tricolor, porém, não teve um mesmo desempenho. “Realmente não rendi o que deveria. O clube prometeu muitas coisas e não cumpriu. A gente acaba perdendo a motivação. Eu entrava em campo e tentava fazer o meu melhor por respeito à torcida do Santa Cruz”, declara Russo.

Como se não bastasse os salários atrasados e a má campanha do Santa Cruz na Série B, Russo ainda teve que lidar com a má fama de ser um atleta que não se cuida fora de campo, que exagera nas farras noturnas. “Eu não faço nem metade do que as pessoas falam. O problema é que, no Recife, se eu for visto num bar, apenas em uma noite, as pessoas inventam que eu estou saindo todos os dias”, declarou, em entrevista por telefone.

Russo reconhece, no entanto, que, quando era mais jovem, se empolgou demais com o mundo do futebol. Essa empolgação aumentou ainda mais quando foi convocado pelo técnico Zagallo para vestir a camisa da seleção brasileira em 98. “Naquela época, eu era solteiro. Se tivesse a cabeça que tenho hoje, ainda estaria defendendo a seleção brasileira”, afirma .

Russo foi revelado pelo Sport em 96. Depois, passou por Santos, Cruzeiro, Vasco da Gama e Vitória-BA. O lateral-direito não esconde que curte a noite e toma umas cervejas. Mas garante que nunca exagerou na dose. “A cada mil jogadores, um não bebe. Isso é normal. Agora, o atleta precisa saber sair na hora certa. As folgas servem para isso”, declara. “O jogador não tem condições de agüentar farras todos os dias. Ele não vai suportar os treinos. Mas, infelizmente, o torcedor e a imprensa gostam de falar mal sempre”, critica.

Para Russo, a imprensa e torcida deveriam se preocupar com o rendimento do jogador dentro de campo. “Se um dia for treinador, eu vou respeitar o atleta. Ele vai poder fazer o que quiser na sua folga. Porém, vou cobrar um bom rendimento no jogo”, afirma o lateral, que não tem planos para o futuro. “Por enquanto, estou pensando na minha família.”

Disputa dá mostra do acirramento político no Santa

Oposição mostra que deve formar chapa com apoio maciço para as eleições do dia 12 de dezembro. Presidente Édson Nogueira não se pronuncia sobre assunto

As duas últimas eleições do Santa Cruz foram marcadas por um clima de acirramento forte e troca de acusações entre os candidatos à presidência executiva do clube. A julgar pela movimentação das correntes políticas este ano – o pior da história esportiva do clube desde a fundação, em 1914 –, somente as peças devem ser alteradas no tabuleiro. Situação e oposição vivem às turras e já se enfrentam, inclusive, em ações judiciais. O próximo pleito, incluindo também o cargo de presidente do Conselho Deliberativo, será dia 12 de dezembro.

Na semana passada, com sete meses para as eleições, um grupo de mais de 400 sócios, cujo porta-voz vem sendo o conselheiro colaborador Fernando Veloso, tentou destituir o presidente Édson Nogueira via Assembléia Geral Extraordinária. O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) havia suspendido o encontro. Mesmo foi assim, a manifestação foi realizada e ofereceu sinais de que uma possível chapa oposicionista terá apoio maciço. Edinho não esteve no local, e a sede social do clube permaneceu fechada durante o dia inteiro.

O desempenho do time na Série C do Campeonato Brasileiro, marcado para iniciar no dia 6 de julho, pode ser o combustível de Edinho para pensar em reeleição. Até o momento, o dirigente não se pronunciou sobre o assunto. Mas, sem contar com o apoio dos antigos aliados políticos, cobra resposta daqueles que deixaram o clube no meio do caminho. Um deles é justamente o vice-presidente executivo coral, Fred Arruda, licenciado do cargo desde o final do ano passado e atualmente um dos mais ferrenhos críticos da gestão em andamento nos quadros da oposição.

Ainda fora da linha de fogo, mas ligados indiretamente, outros dois grupos independentes formados recentemente podem ser decisivos na distribuição dos apoios. Um deles, composto por 12 pessoas, vem formulando novos conceitos de “sobrevivência” para o Santa Cruz. Conta com ex-dirigentes e influência tanto na oposição quanto na situação. O segundo, cujos integrantes preferem manter o anonimato no momento, apareceu na semana passada e está tentando ajudar de forma direta na gestão do departamento de futebol.

RETROSPECTIVA

A seqüência mais recente de eleições tensas começou no final de 2004. O então presidente Zé Neves, atual mandatário da Futebol Brasil Associados (FBA), lançou como sucessor Romero Jatobá Filho, tendo Edinho como vice. Do outro lado estava Antônio Luiz Neto. Zé Neves e Antônio Luiz Neto haviam travado, meses antes, disputa por vagas do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) na Câmara Municipal do Recife. Em meio a troca de acusações, o primeiro elegeu o seu candidato à presidência coral, mas saiu derrotado para vereador. O outro, por sua vez, amargou a derrota dentro do tricolor, porém cumpre o último ano de mandato no legislativo.

Em dezembro de 2006, foi a vez de Romero Jatobá Filho, após uma ascensão à Série A do Brasileiro e em seguida uma queda à Série B, lançar Alberto Lisboa à sucessão. O próprio Edinho, que havia se afastado do Santa por incompatibilidade administrativa com Romerito, voltou nos braços da oposição como candidato. Tornou-se o primeiro oposicionista a sair vencedor nas urnas. A lua-de-mel não durou um ano sequer. Com os maus resultados na Série A1 do Campeonato Pernambucano e a queda à Série C, os mesmos que o apoiaram passaram a combatê-lo incessantemente. A briga desmedida promete se estender pelo menos até o dia 12 de dezembro.