Diego Nigro | Com direito a dois golaços, atacante foi fundamental na vitória por 3x1 do Santa |
No último tento, o “matador” se livrou do zagueiro antes de encobrir o goleiro | |
BRENNO COSTA |
Três vezes Marcelo Ramos, com direito a dois golaços. Em partida válida pela quarta rodada do Campeonato Pernambucano, o artilheiro coral, após um primeiro tempo sem oportunidades para marcar, decidiu a vitória, de virada, de 3x1 do Santa Cruz sobre o Ypiranga na segunda etapa e conduziu o time ao terceiro posto na tabela de classificação. Apesar de ter os mesmos 12 pontos do Porto, que ocupa a segunda posição, o Mais Querido perde no saldo de gols (1x11). Na próxima rodada, o Tricolor do Arruda enfrentará a Cabense, no estádio Gileno de Carli, no Cabo de Santo Agostinho.
Nos primeiros minutos, o Santa Cruz dominava as ações e explorava bem o lado direito do campo com as subidas de Parral. Márcio, Elder e Leandro Gobatto, que teve uma atuação apagada e ainda foi expulso no segundo tempo, eram as outras opções pelo setor. Do outro lado, a proposta do Ypiranga era jogar fechado, com todos os atletas voltando para marcar e saindo rápido para o contra-ataque.
Mesmo com o maior volume de jogo do Tricolor do Arruda, quem abriu o placar foi a Máquina de Costura, aos 14 minutos, em uma jogada de bola parada, na qual Lulinha cruzou na cabeça do zagueiro Santiago, que cabeceou sozinho. O gol abalou o Santa e deu combustível ao Ypiranga, que teve ainda duas boas chances com Lulinha e Júlio César, que chegou a acertar a trave.
Na volta do intervalo, os treinadores fizeram modificações táticas. Márcio Bittencourt tirou o zagueiro Sandro e promoveu a estreia do atacante Pedro Henrique. Do lado do Ypiranga, Pedro Manta sacou o centroavante Rodrigão e colocou o zagueiro Lima, já que o outro defensor Luís Eduardo havia sido expulso.
Quem se deu melhor foi o Tricolor. Pedro Henrique criou boas jogadas até que o Santa conseguiu empatar logo aos três minutos. Após batida de escanteio, a bola sobrou para Marcelo Ramos, que chutou para o fundo das redes. O assistente Roberto Oliveira assinalou impedimento, mas voltou atrás. Aos 18, veio primeiro golaço de Ramos chutando forte de fora da área no ângulo direito de Gedai. O último, aos 37 minutos, foi de placa. O atacante roubou a bola e deu um toque por cima do goleiro.
Artilheiro mostrou que realmente está de volta
O assunto após a partida não poderia ser outro: a volta dos gols de Marcelo Ramos, no Arruda. O atleta passou o primeiro tempo apagado, já que o meio-campo do Santa Cruz criou poucas jogadas. Mas, como muito boleiros afirmam, artilheiro não precisa jogar bem, precisa fazer gol. E foi isso que ele fez na segunda etapa. Depois de ter marcado o primeiro tento nesta edição do Pernambucano diante do Salgueiro, no Cornélio de Barros, na última quarta-feira, o camisa nove do Santa Cruz marcou logo três gols no duelo de ontem diante do Ypiranga e está apenas a um gol de assumir a artilharia da competição, que está com o meia do Porto Guego.
Logo após o término da partida, o centroavante demonstrou humildade e fez questão de dividir os méritos com os companheiros de clube. “Foram gols importantes, até porque sair atrás do placar é sempre complicado, e o Ypiranga ainda teve duas chances para matar a partida. Eu soube aproveitar as oportunidades que tive. É claro que porque eu fiz os gols as atenções se voltam para mim, mas o mérito é de todo o grupo”, afirmou. O atacante ainda elegeu o gol mais bonito. “O terceiro foi o mais bonito. Modéstia à parte, foi um gol de categoria”, disse.
Tão exaltado quanto os gols de Marcelo Ramos foi o grupo do Santa Cruz. Aos poucos, o elenco vai se entrosando dentro e fora campo, e isso é percebido no discurso dos atletas. Durante a entrevista coletiva, a palavra “família” foi citada diversas vezes. “Aqui dentro se formou uma família muito unida, que vai dar muita alegria para a torcida. Márcio (treinador) vem pedindo união. Ontem, a gente teve uma conversa, e eu falei que a gente estava formando uma família. Estamos começando uma nova era”, afirmou o zagueiro Thiago Matias.
O artilheiro da partida, Marcelo Ramos, também acredita que a família Santa Cruz é uma realidade. “Aqui dentro do Santa é diferente. A gente ainda carrega a responsabilidade das coisas erradas que foram feitas no passado. Foram três anos de tristeza para a torcida. Ninguém queria vir jogar aqui. Mas, hoje, o grupo está fechado”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário