sexta-feira, 4 de abril de 2008

Jailson quer fazer história no Arruda

Se o Arruda estivesse totalmente liberado, a população inteira do pequeno município piauiense de Piripiri caberia no estádio do Santa Cruz. Dos cerca de 63 mil moradores da cidade, um deles pretende fazer história com a camisa tricolor. Jaílson, de 19 anos, passou rapidamente de roupeiro do time local 4 de Julho a titular coral para enfrentar o Porto, domingo, no Estádio Antônio Inácio, em Caruaru, pela sétima rodada do hexagonal da morte da Série A1 do Campeonato Pernambucano.

“Quando me dei conta, as coisas já estavam acontecendo”. Esta foi a frase mais usada por Jaílson Cardoso de Araújo na conversa sobre a sua trajetória com a reportagem do Jornal do Commercio. Foi assim, de supetão, que o jovem goleiro se viu defendendo o gol coral domingo passado, contra o Sete de Setembro, no Arruda, quando o então titular Paulo Musse machucou a musculatura da coxa esquerda.

“Na minha vida, tudo sempre veio muito rápido”. Estudante, Jaílson começou a trabalhar como roupeiro aos 12 anos. “Um dia, faltou um goleiro para o treino e me colocaram na barra. Me disseram que levava jeito. Resolvi investir”, contou. Aos 18, era titular dos profissionais da equipe, que disputa a primeira divisão do Piauiense. “Queria fazer vestibular para o curso de direito, mas o caminho mudou”.

Mudou, inclusive, na vida afetiva. Ano passado, o jogador coral deixou a casa que morava com os pais e três irmãos para se casar. “Passei por momentos difíceis em Piripiri porque fiquei sete meses sem receber do 4 de Julho. Foi quando surgiu a oportunidade de defender o time do Piauí contra o Barras, na partida que definiu uma das vagas do Estado à Copa do Brasil desta temporada.”

Nas arquibancadas do Albertão, havia representantes da diretoria coral, que aprovaram a atuação do garoto. “Recebi propostas do Criciúma e da Ponte Preta, mas não saí por conta do meu contrato com o 4 de Julho. Não queria colocar o clube na Justiça. Mas, quando veio o Santa Cruz, não teve jeito. Fiz a escolha certa. Encontrei um ambiente excelente. Falta apenas me acostumar à agitação da capital.”

No Recife, mora com a esposa no bairro da Encruzilhada, na Zona Norte. “É bom ter a praia tão perto de casa. São muitos lugares bonitos”, declarou. As saudades da cidade natal, mata por intermédio de telefonemas semanais para os pais ou pela internet.

Tão rápido quanto começou a trabalhar, virou goleiro, casou e se tornou titular no Santa Cruz, pelo menos momentaneamente, Jaílson espera conquistar a torcida do novo clube. “Não é todo mundo que tem a oportunidade de trabalhar ao lado de um Paulo Musse ou um Jean. Quero aprender mais e continuar crescendo.”

Marcelo Heleno não joga contra o Porto

O zagueiro Marcelo Heleno junta-se a Rosembrik e também não enfrenta o Porto. O defensor foi julgado pelo Tribunal de Justiça Desportiva de Pernambuco (TJD-PE), ontem à noite, e pegou gancho de duas rodadas. Ele já cumpriu uma. O mesmo vale para o meio-campista, punido na última segunda-feira.

O técnico deve definir o substituto de Marcelo Heleno durante o treinamento desta tarde. Fito Neves tem como opção para o setor o lateral-esquerdo Chiquinho, que já jogou improvisado na posição duas vezes este Pernambucano, ou manter a dupla formada pelos volantes deslocados Memo e Leandro.

CAMPANHA

O Santa Cruz vai relançar a parceria com a Celpe no dia 16. O lançamento da campanha está marcado para a Assembléia Legislativa. O projeto coral permite ao torcedor conceder todos os meses na sua conta de energia R$ 1 a mais, que será destinado aos cofres do clube. A direção espera a adesão de, no mínimo, 20 mil pessoas.

A diretoria, aliás, contou com a integração de novos tricolores com o intuito de montar o planejamento para a Série C do Campeonato Brasileiro, que inicia em julho. A primeira reunião de trabalho do grupo será terça-feira que vem, no auditório da sede coral.

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