Santa festeja empate e vai para o tudo ou nada contra o Campinense, domingo, no Arruda para avançar à 2ª fase
Cassio Zirpoli
Enviado Especial
Caruaru - Foi um segundo tempo eletrizante, até os instantes finais, com várias chances de gol para os dois times, inclusive um pênalti perdido pelo atacante centralino Marco Antônio. No final, mesmo com o empate sem gols diante do Central, o Santa Cruz fez a festa ontem à noite, no Lacerdão. A vibração da torcida tricolor foi justa, já que os corais chegaram aos 7 pontos, e com a vitória do Campinense sobre o Potiguar por 6 x 2, basta agora uma vitória sobre o mesmo Campinense, no domingo, no Arruda, para avançar à segunda fase da Série C. "Não tem nada garantido ainda, e precisamos vencer o próximo jogo, com a mesma raça de hoje (ontem)", disse o capitão Alexandre Oliveira já convocando o povão para a última rodada, como se ainda precisasse. Esse foi o terceiro 0 x 0 do Central em casa.
O jogo começou muito truncado em Caruaru. Mas após o anúncio de que o Campinense já vencia o Potiguar por 2 x 0 com apenas 9 minutos de jogo no Amigão, os dois times passaram a pressionar commais contundência. Os 12, após um tremendo vacilo de Jamesson, Juninho avançou em velocidade pela esquerda e cruzou rasteiro. A zaga alvinegra afastou mal e o próprio Juninho chutou de bico no rebote, para fora. O Tricolou passou a dominar o jogo.
Tentando aumentar o poder ofensivo do Santa, Bagé acabou sacando Memo aos 26, colocando Cléo. E o baixinho Cléo entrou colocando fogo no jogo, ao finalizar no cantinho de Davi, que espalmou para escanteio. Após a cobrança, aos 34, Edmundo perdeu um gol feito na pequena área. No entanto, a situação complicou para o Tricolor quatro minutos depois, quando Wescley foi expulso após mais uma falta na meia-lua, deixando o Santa muito exposto.
Mesmo com um a menos, o Santa Cruz voltou melhor no segundo tempo, marcando o Central no campo do adversário. Aos 3, Juninho bateu cruzado e Edmundo finalizou errado. Mas o lance levantou de vez a torcida coral, no tobogã do Lacerdão. Tanto que foram três boas chances em dois minutos. Necessitando da vitória, o técnico Marcelo Villarcolocou o atacante João Neto improvisado na lateral-esquerda. Aos 16, Marco Antônio foi derrubado na área por Parick. Mas o atacante, que já cansou de perder de gols no Sport, no Náutico e no próprio Santa, bateu muito mal, isolando a bola por cima da meta de Gleson. Na raça, 'deu' Tricolor.
Central 0
Davi; Jamesson (Toni), William Paraná, Bebeto e Gaspar (João Neto); Neto, Márcio, Doda e Ailton; Cláudio e Marco Antônio (Gil). Técnico: Marcelo Villar
Santa Cruz 0
Gledson; Rafael Mineiro, Gonçalves, Wescley e Marcos Vinícius; Alexandre Oliveira, Gedeil, Memo (Cléo) e Juninho; Edmundo (Gilerto) e Patrick (Bruno). Técnico: Bagé
Local: Estádio Luiz Lacerda (Caruaru). Árbitro: Arilson Bispo da Anunciação (BA). Assistentes: Pedro Jorge Santos (AL) e Ivaney Alves (SE). Cartões vermelhos: Márcio (C); Wescley (SC). Cartões amarelos: Cláudio, João Neto e William Paraná (C); Marco Vinícius e Gedeil (SC). Público: 10.941 torcedores. Renda: R$ 58.940.
Dia típico de clássico em caruaru
Ruas interditadas desde as 14 horas. Amplo policiamento no entorno do estádio, separando as entradas das torcidas rivais, que chegaram em um fluxo enorme, devidamente uniformizadas e com bandeiras e, é claro, fazendo buzinaço - no limite da cordialidade. Essa poderia ser a descrição de mais um clássico no Recife, mas dessa vez o cenário foi na fria noite de Caruaru, onde Central e Santa Cruz viveram mesmo um dia típico de clássico, por causa da decisiva partida de ontem, válida pela Terceirona.
"É muito bonito ver essa movimentação toda aqui. São jogos assim que a gente espera ver sempre no Lacerdão", afirmou o aposentado Jecino Francisco, de 73 anos, com a propriedade de ter trabalhado durante 30 anos como porteiro do Lacerdão (até mesmo na época em que o estádio se chamava 'Pedro Victor de Albuquerque'). "Em 1986, quando o Flamengo veio jogar aqui, tive que brigar para fechar o portão da arquibancada. Não dava mais ninguém", se recorda seu Jecino. Nessa partida, que terminou com vitória centralina por 2 x 1, foi estabelecido o recorde de público do estádio: 24.450 pessoas.
Os cerca de 15 ônibus que saíram do Recife ficaram nas ruas próximas ao estádio, e as torcidas organizadas só entraram com escolta policial. A PM, aliás, teve reforço de batalhões do Recife, pois o esquema de segurança foi o mesmo do jogo do Central contra o Palmeiras, neste ano, pela Copa do Brasil. Na rua de acesso aos corais (Rua José Leão), o grito mais ouvido, como não poderia deixar de ser, foi o novo hit coral " E eu não paro, não paro não...". "Moro no Recife, mas como estava em Gravatá, trouxe a família toda para torcer pelo Santinha. Pode ver a quantidade de gente que tem aqui, que prova a nossa paixão", afirmou o funcionário público Ginaldo Bezerra.
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