quinta-feira, 24 de julho de 2008

Santa passa sufoco, mas segura 0x0

Aguinaldo Lima



Agora, Tricolor tem sete pontos e só depende de si para avançar na Série C
Pênalti cobrado por Marco Antônio passou por cima
Alexandre Barbosa

Não foi à toa que a torcida do Santa Cruz comemorou o empate em 0x0 com o Central, ontem, no Luiz Lacerda, em Caruaru, como se fosse uma vitória. Além das circunstâncias da partida - a Patativa desperdiçou um pênalti no segundo tempo -, com esse resultado, o Tricolor só depende de suas próprias forças para passar à fase seguinte do Brasileiro da Série C. Com sete pontos, em segundo lugar no Grupo 5, a equipe coral joga seu destino na competição em casa, domingo, contra o Campinense/PB, precisando da vitória. O detalhe é que o time paraibano, com dez pontos, garantiu-se na etapa seguinte com uma vitória de 6x2 sobre o Potiguar, lanterna com quatro. A Patativa tem seis.

Como se esperava, Santa Cruz e Central fizeram um primeiro tempo bastante nervoso, com muitas faltas e poucas oportunidades de gol. O Tricolor assustava principalmente com o atacante Edmundo, responsável pelas duas principais chances da etapa inicial. A primeira aos 17 minutos e a segunda aos 34. A Patativa chegava perigosamente através das bolas paradas.

O técnico coral Bagé optou por uma formação mais cautelosa, com três volantes, mas, aos 31, resolveu mudar. Tirou Memo para colocar o atacante Cléo. De cara, a alteração levou o Santa Cruz para frente, porém, tudo foi por água abaixo quando o zagueiro Wequisley, aos 38, fez falta dura em Cláudio e acabou expulso.

O Santa Cruz até que tentou voltar com tudo no segundo tempo, esquecendo a vantagem numérica do adversário. Foi para cima e pelo menos conseguiu deixar o jogo parelho. Aos 18, a tensão tomou conta da torcida coral. Gonçalves fez pênalti em Marco Antônio. O próprio atacante, ex-Náutico, Santa Cruz e Sport, partiu para a cobrança, mas mandou para fora de maneira bisonha.

E o lá e cá continuou. Aos 21, Edmundo acertou a trave de Davi. Três minutos depois, veio o troco. Marco Antônio tabelou com Márcio e finalizou com força no travessão de Glédson. Aos 27, os times voltaram a ficar em igualdade numérica. Márcio fez falta forte e como já tinha amarelo foi expulso.

Se já encarava a partida com bastante determinação, agora o Tricolor foi com tudo em busca da vitória. Com isso, a equipe coral ficou exposta aos contra-ataques do Central, que também chegava perigosamente. Os avanços, porém, passaram a ser feitos de maneira desordenada, e o empate persistiu até o apito final.

Central
Davi; Jamesson (Tony), William Paraná, Bebeto e Gaspar (João Neto); Neto, Doda, Márcio e Aílton; Cláudio e Marco Antônio (Gil)
Técnico: Marcelo Vilar

Santa Cruz
Glédson; Rafael Mineiro, Wequisley, Gonçalves e Marcos Vinícius; Alexandre Oliveira, Gedeíl, Memo (Cléo) e Juninho; Patrick (Bruno) e Edmundo (Gilberto)
Técnico: Bagé

Local: Lacerdão
Árbitro: Arílson Bispo (BA)
Assistentes: Pedro Jorge dos Santos (AL) e Ivaney Alves de Lima (SE)
Cartões amarelos: Cláudio, João Neto (C) e Marcos Vinícius (SC)
Cartões Vermelhos: Wequisley (SC) e Márcio (C)
Público: 10.941
Renda: R$ 58.940,00

Mais um encontro entre Capixaba e o Tricolor

GUSTAVO LUCCHESI

Após o pedido de adiamento na primeira ocasião, foi realizada ontem, na 20ª Vara do Trabalho, a segunda audiência envolvendo o Santa Cruz e o atacante Thiago Capixaba. Estiveram presentes no encontro Thiago e seu advogado, Adriano Aquino, e o presidente coral, Édson Nogueira, o Edinho, e o advogado do clube, Eduardo Lopes. O atleta deixou o clube logo após o fim do Pernambucano deste ano e acionou a Justiça para obter os seus direitos federativos, alegando falta de pagamento de salários e benefícios nos dois meses em que esteve lá.

Porém, antes reclamado, o Santa Cruz aproveitou o encontro judicial de ontem para também se tornar reclamante, exigindo o pagamento da multa contratual, em torno de R$ 600 mil. O argumento utilizado pelos tricolores é que, de acordo com a Lei Pelé, Thiago teria de ficar, no mínimo, com três meses de salários atrasados, coisa impossível de acontecer, pois o atacante permaneceu apenas dois meses no Arruda. Uma nova audiência foi marcada para o dia 27 de agosto.

Com Thiago se recusando a falar com a reportagem da Folha, o advogado Adriano Aquino argumentou que “ele poderia expressar com mais clareza os pensamentos do atleta” e ficou responsável por se pronunciar em nome do jogador. Em relação ao processo com o Santa Cruz, Aquino não se mostrou surpreso com a atitude do Tricolor, porém, ressaltou que a Justiça já cedeu uma liminar, desvinculando o atacante da Cobra Coral. Baseado nesse documento, Thiago assinou contrato com o Iraty/PR, até dezembro de 2012.

Sobre a matéria publicada na Folha, na edição do dia 27 de maio de 2008, quando foi levantada a hipótese de Thiago ter atuado no Guarani/SP, em 2006, com outra identidade, a de Fabinho dos Santos, o advogado deu a seguinte versão. “Isso foi um mal entendido. Na verdade, é um irmão dele que também é jogador, que atuou no Guarani. Thiago fez teste lá também, por isso que na foto publicada por vocês, ele aparece com camisa de treino, porque ele não foi contratado. Eu nunca vi uma pessoa adulterar a idade para ser mais velho”, declarou Aquino. Ao ser informado que há fotos do atleta atuando com a camisa de jogo do Bugre e que na verdade ele teria alterado o documento para ser dois anos mais novo, o advogado se esquivou. “É, não entendo muito dessas coisas de futebol. Minha área é jurídica”.

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