sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Pressão faz Bagé perder a paciência em treino


O time do Santa Cruz está no limite. Não pode sequer empatar no domingo, contra o Campinense-PB, em casa, pela penúltima rodada do Grupo 19 da segunda fase, que perde qualquer possibilidade de chegar ao próximo quadrangular da Série C do Campeonato Brasileiro. Diante da pressão por resultados importantes, ontem, quem também chegou ao limite foi o técnico Ronaldo Bagé. Perdeu a paciência várias vezes durante o treinamento tático no Arruda e endureceu o tom de voz com algumas jogadas erradas, sobretudo a ineficiência nas finalizações. O time não marca há três rodadas e não vence uma partida desde 20 de julho.

Em um mês, foram quatro empates e duas derrotas. A última vitória foi por 2x0 contra o Potiguar de Mossoró-RN, no Arruda, pela quarta rodada do Grupo 5 da primeira fase da Terceira Divisão. “A partir de agora, ou o jogador presta atenção no que está fazendo, ou não trabalha mais comigo. A torcida pressiona a diretoria, a direção vem em cima de mim, e eu sem dúvida vou cobrar dos jogadores. Quem não quer pressão, vai trabalhar no meio do mato, cortando cana. Lá, não aparece ninguém. Só o dono das terras para saber como andam as coisas”, declarou o treinador tricolor, Ronaldo Bagé.

As “broncas” foram mais fortes com os componentes do meio-de-campo e do ataque. “Tem que fazer o gol quando chegar. No jogo, vocês vão na frente umas dez vezes e não conseguem fazer o gol. Os caras vêm uma vez, fazem o gol e ganham a partida”, esbravejou o comandante em um dos momentos do treinamento. Anteontem, Bagé disse que o time já estaria classificado se concluísse com competência todas as chances construídas. “Há momentos em que os atletas não entendem quando falamos mais calmos. Temos que mudar o tom de voz mesmo. Desclassificar o Santa Cruz é uma queda muito grande”, explicou o treinador, que está trabalhando no Arruda há pouco mais de um mês.

Após a derrota por 1x0 para o Icasa-CE, domingo passado, no Estádio Romeirão, em Juazeiro do Norte, pela terceira rodada deste quadrangular, o treinador já havia se queixado do rendimento de alguns atletas, mas não citou nomes. “Às vezes, não sei o que está acontecendo. Treinamos tudo certinho durante a semana, jogadas e posicionamento. Mas, na hora do jogo, parece que dá um branco”. A mão que bate é a mesma que afaga. “Esses meninos que estão trabalhando aqui são guerreiros. Todos têm vontade de acertar e estão correndo demais, se dedicando ao máximo nos treinamentos realizados”, elogiou o comandante coral.

Ronaldo Bagé também mostrou preocupação com a qualidade do próximo adversário. “Os dois melhores meias do nosso grupo estão no Campinense-PB. São Washington e Élvis. Eles jogam com uma linha de quatro atrás, dois volantes, dois meias e dois atacantes. Estão com o mesmo treinador (Freitas Nascimento) desde o Campeonato Paraibano e não vão mudar a forma de jogar nessa partida. Os meus jogadores estão bem orientados sobre como devem fazer a marcação. Claro que alguns contra-ataques vamos sofrer. Mas não podemos nos dar o luxo de esperá-los no nosso campo.”

ADVERSÁRIO

Uma boa notícia para o Santa Cruz diz respeito justamente ao setor de criação do Campinense-PB. O meia Élvis recebeu o terceiro cartão amarelo na vitória por 1x0 diante do Salgueiro, domingo passado, no Estádio Ernani Sátyro (O Amigão), e terá de cumprir a suspensão automática. Outro que não deve ser relacionado para a viagem ao Recife é o lateral-direito Fábio, entregue ao departamento médico dos rubro-negros. O zagueiro Maurício Gaúcho está na mesma situação do companheiro de clube. Com dois empates e uma vitória, a Raposa ocupa no momento a terceira colocação do Grupo 19. Uma vitória elástica pode deixá-la até na liderança da chave.

Otimismo pela condição de Jefferson

Mais uma vez, a regularização do meia Jefferson para estrear com a camisa do Santa Cruz ficou para o último dia. Até o fechamento do expediente de ontem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), às 19h, o nome do armador não havia sido publicado no Boletim Informativo Diário (BID). Dessa vez, entretanto, os dirigentes tricolores estão esperançosos e acreditam que finalmente o reforço ficará à disposição do técnico Ronaldo Bagé. Se estiver apto, ele ganhará a condição de titular.

Jefferson desembarcou antes do início da segunda fase da Série C do Brasileiro. Um documento de transferência da Federação Paraguaia de Futebol, porém, vem causando transtornos. Ontem, o clube enviou um representante à entidade do país vizinho para solucionar de vez o impasse. No Paraguai, o meia mantém vínculo com o desconhecido Club General Caballero. “Essa documentação já está na CBF. Não devemos ter mais problemas para regularizá-lo”, disse o superintendente tricolor, Luís Cláudio.

A idéia do treinador é utilizá-lo na ala esquerda. Ele ocupará a vaga deixada por Camilo, que não está no condicionamento físico ideal. Jefferson fez a mesma função no último clube em que trabalhou com Bagé, no São José-RS, em 2007. Na segunda metade do coletivo de ontem, o atleta cedeu lugar ao atacante Thomas Anderson. “Estou sentindo algumas dores, mas isso não será problema”, declarou Jefferson.

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