terça-feira, 23 de setembro de 2008

Santa festeja volta da energia elétrica


Religamento da Celpe, ontem à tarde, serviu como ato político, marcando a primeira benfeitoria da gestão Fernando Bezerra Coelho, que ainda nem foi eleito. Pleito é no dia 30

A eliminação da Série C do Campeonato Brasileiro e a ameaça de não disputar sequer a Quarta Divisão em 2009 mostrou que o Santa Cruz havia chegado no fundo do poço. E esse poço se apresentava, literalmente, cada vez mais escuro. O clube chegou a ficar uma semana às escuras após a quebra de uma peça do gerador. Para “iluminar” sua trajetória à frente do tricolor, cuja posse será no dia 7 de outubro, o futuro presidente Fernando Bezerra Coelho negociou com a Celpe para que a companhia voltasse a fornecer energia ao Santa após quase três anos – desde o fim de 2005, na gestão de Romero Jatobá, a luz do Arruda era provida por geradores.

Ontem, após uma cerimônia no auditório do clube, que contou com a presença do presidente da Celpe, José Humberto Castro, a sirene no Arruda foi acionada, simbolizando a volta da energia da Celpe ao estádio José do Rego Maciel. Os refletores foram acesos na presença de FBC, do vice-executivo Sidnei Aires, do futuro presidente do Conselho Deliberativo, Bartolomeu Bueno, e do restante da nova equipe de trabalho.

“Não podemos enganar o torcedor. A nossa missão de recuperar o Santa será difícil. Mas trabalho não vai faltar. E nada melhor do que começar devolvendo a luz ao Arruda”, disse Bezerra Coelho, aplaudido de pé por sócios, conselheiros, funcionários e lideranças que compareceram à solenidade.

O Santa Cruz parcelou sua dívida com a Celpe (R$ 560 mil) para ser paga em 10 anos. De acordo com José Humberto Castro, o valor de cada parcela ainda vai ser acertado. “O mais importante é que essa nova administração está se comprometendo a colocar a conta de energia dentro do orçamento do clube”, afirmou o presidente da Celpe.

Uma fonte de receita para o pagamento do débito atrasado é a campanha com os torcedores, que autorizam a doação de R$ 1, R$ 5 e R$ 10 na conta de luz. No entanto, como a adesão não está sendo satisfatória, existe a possibilidade de a campanha sofrer alguns retoques. “Em Belo Horizonte, o Atlético-MG arrecada cerca de R$ 150 mil por mês com doações dos seus torcedores via conta de luz. Só que lá, os valores são mais altos, R$ 50, R$ 100. Em troca, os contribuintes recebem um tipo de certificado”, destacou Castro. Membros da nova equipe de trabalho do Santa vão conferir de perto a experiência.

PADRÃO NOVO

No seu discurso, FBC citou que pretende promover uma discussão com estilistas e fabricantes de material esportivo para a criação de um novo uniforme para o Santa em 2009. O problema é que o contrato com a Champs, que no ato da assinatura, repassou R$ 300 mil ao Santa, tem duração de três anos.

“Estamos estudando uma forma jurídica de zerar todos esses contratos, já que foram firmados quando o clube precisava de dinheiro a todo o custo e não tinha como negociar melhores preços com as empresas em termos de patrocínio”, disse Bezerra Coelho.

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