terça-feira, 18 de março de 2008

Santa amarga o seu maior jejum no Estadual

Ameaçado de queda, tricolor completa 10 jogos sem vencer, marca recorde em seus 94 anos

O empate por 1x1 contra o Vera Cruz no último domingo, no Estádio Carneirão, em Vitória de Santo Antão, pela terceira rodada do hexagonal da morte da Série A1 do Campeonato Pernambucano, não foi ruim apenas por se tratar de algo que não contribuiu muito para a tentativa do Santa Cruz de fugir do rebaixamento à Série A2. O resultado também causou um impacto histórico negativo. Os tricolores chegaram a dez partidas seguidas sem vitória no Estadual, um número recorde para o clube desde a primeira edição do torneio, em 1915.

Os índices atuais só servem para agravar a crise de uma equipe que vem de dois rebaixamentos em Campeonatos Brasileiros e uma péssima campanha no Pernambucano do ano passado, quando terminou na sexta colocação. Atualmente, os comandados de Fito Neves estão na segunda posição do hexagonal da morte, mas apenas três pontos separam os corais da zona de rebaixamento. Ainda há sete rodadas a serem disputadas, o equivalente a 21 pontos em jogo até o final.

E o próximo compromisso, domingo que vem, no Estádio José Vareda, em Limoeiro, será justamente contra a equipe que ocupa o primeiro posto da zona de rebaixamento. O Centro Limoeirense tem 14 pontos, contra 17 do Santa Cruz, e vem de derrota por 4x2 para o lanterna Sete de Setembro, em casa. Ou seja, será um confronto direto para se afastar da faixa de degola. Assim como na rodada passada, o nervosismo deve permear os 90 minutos regulamentares e os acréscimos.

Embora as dez partidas consecutivas desta temporada – seis empates e quatro derrotas – sejam recorde do clube em 94 edições do Estadual, os corais passaram por apertos parecidos em outras épocas. A começar pela competição de 1928, ano em que os tricolores ficaram nove jogos sem comemorar um triunfo. Na seqüência, foram seis empates e três derrotas, incluindo uma goleada por 4x1 para o Sport. A mesma marca foi registrada em 1981, com cinco empates e quatro derrotas.

Em 1930, 1942 e 1963, a Cobra Coral ficou sete confrontos seguidos sem bater um adversário. Equipes extintas e outras desconhecidas, como Great Western, Flamengo, Íris, Encruzilhada e Torre, foram algumas das pedras no sapato. Os rivais mais tradicionais e adversários recentes, como Sport, Náutico, América e Central, também cruzaram o caminho dos santa-cruzenses nesses períodos de “seca”. Atualmente os carrascos são Porto, Ypiranga, Vera Cruz, Sete de Setembro e o próprio Central.

A seqüência negativa do momento começou no dia 30 de janeiro, quando o Santa Cruz foi derrotado pelo Ypiranga por 2x0, no Estádio Otávio Limeira Alves, em Santa Cruz do Capibaribe. A partida valia ainda pela última rodada da primeira fase do primeiro turno do Pernambucano. Já se passaram toda a segunda fase do primeiro turno e mais três compromissos do segundo. “Falta um pouco de entrosamento, mas o elenco é bom e tem condições de mudar essa situação”, declarou o lateral-direito Rafael Mineiro, que entrou no time há dois jogos.

No decorrer deste período, o Santa está em seu segundo treinador. Iniciou com Zé do Carmo, que comandou nos três primeiros jogos do jejum. Quando foi demitido, o assistente Pedro Nepomuceno fez número em uma partida. Os últimos seis compromissos já foram com Fito Neves. A única vitória foi na Copa do Brasil. O time venceu o Fast-AM por 1x0, dia 27 de fevereiro, na Ilha do Retiro, pela volta da primeira fase, mas foi eliminado.

Conselheiros querem tirar o presidente


As investidas para tentar tirar o atual presidente do cargo continuam. Desta vez, o conselheiro Fernando Veloso, membro de um grupo de oposição a Édson Nogueira, foi às rádios para afirmar que integrantes do Conselho Deliberativo vão formalizar um pedido de impeachment contra o mandatário. O documento deve ser entregue no próximo dia 31, quando ocorrerá a 12ª reunião ordinária convocada pelo presidente do órgão, Alexandre Ferrer.

A intenção de Ferrer é tratar sobre a prestação de contas de 2007 e homenagear os participantes do título do supercampeonato estadual de 1957, que fez 50 anos no domingo passado. Fernando Veloso, por outro lado, alega que o impeachment de Edinho deva fazer parte da pauta. “A gestão de Edinho é a que mais prejudicou o Santa Cruz na história. O clube está sendo desmoralizado e ninguém vai fazer nada?”, disparou o conselheiro.

Fernando Veloso fez parte do movimento de apoio à vitoriosa campanha de Edinho nas últimas eleições, em dezembro de 2006. Na época, ele representava a oposição, enquanto Alberto Lisboa gozava do suporte do então presidente executivo, Romero Jatobá Filho. Pouco tempo depois, porém, Veloso passou a engrossar novamente as vozes contrárias à gestão do clube. O atual vice-presidente, Fred Arruda, não participa das decisões desde o ano passado.

Inúmeras vezes, Édson Nogueira fez questão de reforçar que não tem a intenção de renunciar, apesar da pressão sofrida após a queda para a Série C do Campeonato Brasileiro. Pretende permanecer à frente do posto até 31 de dezembro.

MOVIMENTO

Além da ação dos conselheiros, torcedores anônimos e sócios marcaram reunião para esta noite, na sede social do Santa Cruz, a partir das 19h. O movimento teve início na seção de comentários do Blog do Santinha e se espalhou por outras páginas de relacionamento na internet, como o Orkut.

Nenhum comentário: