Santa prata-da-casa

Renovado com garotada dos juniores, Tricolor deu reviravolta no quadrangular da morte e forma base para terceirona

Na partida diante do Porto, domingo passado, em que conseguiu exorcizar, definitivamente, o fantasma do rebaixamento a segunda divisão do Campeonato Pernambucano, o Santa Cruz tinha 13 jogadores com menos de 21 anos. Desses, apenas o goleiro Jaílson não era prata-da-casa. Todos os outros, inclusive, os sete que estavam no banco de reservas foram revelados pela categoria de base do clube. A garotada teve uma participação decisiva na reviravolta do Tricolor na competição. Hoje, a equipe coral vem de cinco partidas sem saber o que uma derrota.

É claro que sozinhos os jovens valores do Santa Cruz não poderiam fazer muita coisa. E também é bom o torcedor ter o bom senso que eles não serão a solução de todos os problemas do clube, que vai disputar uma Série C do Brasileiro a partir de julho próximo. Mas que, no quadrangular da morte, a meninada vem dando conta do recado isso é um fato. Para se ter uma idéia da força da juventude coral eles correspondem a mais de 50% do atual elenco profissional do clube. O grupo tricolor conta com 26 jogadores sendo 15 com menos de 21 anos (veja quadro ao lado).

Dos 18 jogadores que foram para a partida contra o Porto, por exemplo, 13 eram garotos. As exceções foram Chiquinho, Alexandre Aguiar e William (laterais); Alexandre Oliveira (volante), Thiago Capixaba (atacante). É claro que esses meninos entraram em uma verdadeiro fogueira para substituir alguns jogadores mais experientes e que não deram conta do recado. Porém, a dedicação e o respeito ao clube dentro de campo acabaram superando todas as adversidades e, alguns deles, já pintam com possibilidade de permanecer entre os titulares na Série C.

O bom exemplo é o futebol do atacante Thomas Anderson, 19 anos, que já marcou cinco gols neste Estadual, mesmo se firmando como titular apenas no início do hexagonal da morte. O técnico Fito Neves já deixou claro que a necessidade levou o clube a utilizar tanto a prata-da-casa. "O ideal seria ir lançando os garotos aos poucos e não jogá-los na fogueira. Mas a grande maioria está dando umgrande exemplo de amadurecimento e merece crédito sim", destacou o treinador.

Fito é um grande incentivador da garotada coral. Em 2006, quando pegou o barco afundando da Série A para a Série B lançou alguns destes atletas. O lateral-esquerdo Max, por exemplo, estreou entre os profissionais contra o Santos, na Vila Belmiro.

Garotos do Santa

Goleiros

Jaílson: 20 anos, 1m83, 77kg (contratado)

Rafael: 15 anos, 1m86, 78kg (prata da casa)

Zagueiros

Bruno: 19 anos, 1m84, 73kg (prata da casa)

Eneíldo: 17 anos, 1m80, 79kg (prata da casa)

Laterais

George: 19 anos, 1m78, 75kg (prata da casa)

Max: 20 anos, 1m73, 70kg (prata da casa)

Volantes

Allan Reuber: 20 anos, 1m73, 63kg (prata da casa)

Leandro Biton: 20 anos, 1m74, 66kg (prata da casa)

Memo: 20 anos, 1m79, 71kg (prata da casa)

Meias

Miller: 18 anos, 1m64, 57 kg (prata da casa)

Thiago Henrique: 19 anos, 1m80, 65kg (prata da casa)

Atacantes

Gilberto: 18 anos, 1m78, 70 kg (prata da casa)

Thomas Anderson: 19 anos, 1m72, 67kg (prata da casa)

Yuri Savaroni: 17 anos, 69kg (prata da casa)

Obs: Felipe (meia), 19 anos, vinha se firmando como titular, mas optou em jogar Futsal na Rússia e Paulo Vítor (zagueiro), contratado junto ao São Paulo, 19 anos, vem treinando entre os profissionais, mas atuando no Juniores.