segunda-feira, 7 de abril de 2008

Santa vence Porto por 2x1 e não pode mais cair

Vitória veio com dois gols de pênalti do atacante Thiago, que já tem seis com a camisa tricolor

Marcelo Sá Barreto

CARUARU – Em encontro marcado por chuva torrencial no Estádio Antônio Inácio, em Caruaru, ontem à tarde, e três pênaltis, brilhou a estrela do atacante Thiago, que converteu dois. Os lances foram capitais na vitória do Santa Cruz sobre o Porto, por 2x1 – pelos donos da casa, Joélson deixou sua marca. O resultado foi importante para os tricolores. Além de garantir permanência na Série A1 do Pernambucano em 2009, consolidaram a liderança do hexagonal da morte com cinco pontos à frente do Gavião, vice-líder. O time coral soma 27 pontos e volta a campo domingo, contra o Vera Cruz, no Arruda.

Bastante equilibrados no início, Santa Cruz e Porto eram distintos quanto à maneira de atuar. Os recifenses, com sete dos 11 titulares com menos de 21 anos, abusavam da velocidade e triangulações na entrada da área adversária. Seguros, os caruaruenses eram mais cautelosos e tocavam a bola de um lado para o outro, a fim de abrir espaços na sólida defesa tricolor.

A impetuosidade do Santa logo rendeu alegrias à torcida presente. Depois de uma jogada bem trabalhada, Thiago recebeu na área, mas foi barrado com falta pela defensiva do Porto. Pênalti cobrado e convertido pelo atacante, com direito a “paradinha”. Capixaba e William, pelo lado direito, continuaram a explorar os espaços deixados por Arlindo, mas o último passe a saía torto, prejudicando as ações.

Aos 20 minutos, um temporal começou a cair no estádio, ameaçando a parte técnica do espetáculo. Os erros surgiram em demasia, como esperado, e as equipes passaram a se arriscar em lançamentos longos e cruzamentos. Num desses, o árbitro Sebastião Rufino Filho observou falta duvidosa em Gonçalves, dentro da área. Aos 35, Joélson, que pouco antes havia testado para fora uma ótima oportunidade, deslocou Jaílson e empatou o encontro.

A chuva deu uma trégua no intervalo, mas deixou o campo encharcado. Talvez pelo fato de a partida não ter sido transmitida pela televisão, o juiz deu continuidade. A cancha estava semelhante à do jogo do Náutico x Salgueiro, suspenso pelo árbitro Antônio André, aos nove minutos do segundo tempo, no Estádio Cornélio de Barros, semana retrasada. Os jogadores acataram a decisão, mas o que se viu foi um show de horrores, com lances bisonhos.

O Santa deu mais sorte, mesmo “prejudicado” na virada de lado. A parte defensiva do Porto – a de ataque dos tricolores – era a mais alagada. A alegria coral começou a se estabelecer plenamente aos 13 minutos. Arlindo deu um carrinho na área, William também estava no lance, e a arbitragem marcou mais um pênalti duvidoso.

Aos 15 minutos, Thiago marcou seu segundo gol, afastando as chances de o tricolor ser rebaixado à Série A2. Em seguida, sem condições de partida, ficou a expectativa de que o árbitro pudesse encerrar o encontro. Não aconteceu. O jogo seguiu até os 48 minutos da etapa final.

FICHA DE JOGO

PORTO 1
Danilo, Val, Gonçalves, Stanley e Arlindo, Cosme (Mauro), Rômulo, Márcio (Marquinhos Paraná) e Guêgo (Juninho), Joélson e Marlos.
Técnico: Erasmo Forte.

SANTA CRUZ 2 Jaílson, Leandro Biton, Memo e Chiquinho, William, Bruno, Alexandre, Miller (George) e Max (Alexandre Aguiar), Thomas Anderson e Thiago (Allan).
Técnico: Adílson Davi (Interino).

Local: Estádio Antônio Inácio, em Caruaru. Árbitro: Sebastião Rufino Filho. Assistentes: Pedro Wanderley e Ricardo Menezes. Gols: Thiago, aos 9 minutos do 1º tempo e aos 15 do 2º, e Joélson, aos 36 do 1º. Cartões amarelos: Max, Leandro Biton, Thiago, Chiquinho, Alexandre Aguiar, Cosme, Val, Arlindo e Stanley. Expulsão: Marcos Paraná e Lenadro Biton. Juniores: Porto 2x1 Santa.

Fito comemora vitória e retorno

O pulo de felicidade do técnico Fito Neves, ao fim do jogo contra o Porto, no setor de arquibancada localizado atrás do banco de reservas onde estavam os tricolores, tinha motivo duplo: o triunfo e o fim da pena de 30 dias imposta pelo STJD. A partir da próxima semana, o treinador, que ficou o tempo todo embaixo de forte chuva, poderá voltar a comandar seus jogadores de perto. Sua “reestréia” é contra o Vera Cruz, domingo, no Arruda.

O técnico perdeu opções, mas ganhou o retorno de Marcelo Heleno e Rosembrik, peças importantes no seu esquema. No campo dos desfalques, Fito terá de descartar seu principal jogador de ataque: Thiago – com seis gols no Estadual –, por ter tomado o terceiro cartão amarelo. Ele foi melhor no encontro de ontem, em Caruaru.

Mesmo lamentando a ausência no confronto, o atleta estava feliz por sua boa atuação. “Não sou de driblar, mas parto para cima com velocidade. Quando estava indo para o jogo, comentei sobre a possibilidade de ter pênaltis na partida. Vieram logo dois, e pude convertê-los”, comemorou.

Sobre as faltas capitais cobradas sempre com “paradinhas”, essa é uma maneira antiga de desconcertar o goleiro, utilizada por grandes atacantes do Brasil. Caso de Romário, que recentemente comemorou a marca de mil gols na carreira.

“O goleiro geralmente escolhe um canto. Faço a parada antes de chutar, vejo para que lado ele estava se programando para pular e dou no contrapé”, explicou, sem esconder a alegria por ter vencido o Porto pela primeira vez no campeonato.

Debaixo de chuva forte, o volante Alexandre teria encerrado a partida se fosse o árbitro do confronto. Ele observou, no entanto, que a vitória sobre o Porto nas condições precárias do campo mostrou a real vontade dos tricolores. “Foi na chuva, na lama, mas foi bom. Mostrou que temos determinação para conquistar outros bons resultados”, finalizou.


Fala, técnico!

Faltou sorte

“O jogo teve muito de sorte. O campo estava ruim e qualquer um dos times poderia ganhar. Quando estava empate, buscamos a vitória. Quando estávamos perdendo, procuramos o empate”, disse Erasmo Forte, do Porto.

Aplicação

“Nosso time foi aplicado nos 90 minutos. Soube jogar com inteligência. Quando era necessário dar chutões, deu. Da mesma maneira, quando se mostrou necessário tocar e lançar, também fez”, disse Adílson Davi, do Santa.

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