Auditores apontam falta de informação

Empresa contratada para fazer auditoria independente na demonstração financeira do clube, publicada ontem, se diz impedida de emitir opinião por deficiência de registros e controles

Pelo segundo ano consecutivo, a empresa de auditoria contratada pelo Santa Cruz para conferir as demonstrações financeiras da administração se abstém de estabelecer qualquer conceito sobre os números apresentados. A Baker Tilly Recife - Auditores Independentes argumenta a impossibilidade de aplicação dos procedimentos adequados de auditoria por causa da deficiência de informações de registros e controles.

O balanço foi publicado ontem em um jornal do Recife, de acordo com as exigências impostas pela Lei 10.672/2003, que alterou a Lei Pelé (9.615/1998). “Não há como identificar quando as informações de registros e controles se perderam. A análise de passivos e ativos vai sendo feita de forma cumulativa. Pode ter sido com Edinho (Édson Nogueira, atual presidente executivo do Santa) ou antes”, disse Cláudio Menezes, um dos responsáveis pela auditoria independente.

As contas foram apresentadas pelo presidente Édson Nogueira no último encontro do Conselho Deliberativo, dia 31 de março, no auditório da sede coral. A reunião, que contou com a assinatura de 54 conselheiros na ata, foi comandada pelo presidente do órgão, Alexandre Ferrer. A votação para aprovar a demonstração financeira não durou mais do que três minutos. O Conselho Fiscal, composto pelo presidente Fred Carvalho e os membros Newton Cesar e Rosemberg Rafael, também não fez objeções.

Segundo os números fornecidos publicamente via balanço, o Santa Cruz obteve um déficit líquido de R$ 2,4 milhões em 2007. O acumulado dos passivos a longo prazo e circulante, ou seja, toda a quantia que a instituição deve, atingiu a marca de pouco mais que R$ 66,6 milhões. Em nota que antecede a apresentação do balanço, entretanto, Edinho cita ações, como a adesão à loteria Timemania, “como medida que tornará o clube saneado na sua questão tributária”.

Pelo menos para este ano, o clube pode embolsar até R$ 1,6 milhão do programa governamental Todos com a Nota, caso siga até a última fase da Série C do Campeonato Brasileiro. Também tenta a liberação de aproximadamente R$ 500 mil junto à Agência de Regulação de Pernambuco, referentes às cotas de patrocínio do extinto bingo eletrônico Pernambuco Dá Sorte.

Fito Neves dá aval para lateral Adeíldo

Depois de falar com o técnico Fito Neves, que está em São Paulo, os diretores do Santa Cruz anunciaram a contratação de Adeíldo. O lateral-esquerdo é o terceiro jogador trazido pelos dirigentes para a disputa da Série C do Campeonato Brasileiro e estava defendendo o Ypiranga durante a Série A1 do Campeonato Pernambucano.

Para conseguir a liberação do jogador sem precisar desembolsar qualquer valor, o clube coral concedeu ao Ypiranga 20% dos direitos econômicos em uma futura negociação. O intermediário entre o Santa Cruz e o clube de Santa Cruz do Capibaribe foi o agente Helton Barbosa. Adeíldo deve se apresentar na próxima segunda-feira, data do retorno aos trabalhos.

As outras duas caras novas até o momento são o volante Gedeil, que também disputou o Estadual pelo Ypiranga, e o meia Jorge Henrique, ex-jogador do Guaratinguetá-SP, time eliminado nas semifinais do Campeonato Paulista.

ADIOU

O comandante coral adiou em dois dias o seu retorno ao Recife para reiniciar os trabalhos de preparação para a Terceira Divisão. Fito Neves tem participado ativamente da busca de jogadores.

Do interior de São Paulo, o clube espera trazer as peças que oferecerão qualidade ao elenco, inclusive com salários maiores.