terça-feira, 22 de julho de 2008

Mal-estar entre Central e Santa Cruz

Costa Neto/Arquivo Folha



Patativa pede árbitro de fora do Estado, FPF atende, e tricolores reclamam
Centralinos alegam que a arbitragem errou bastante no primeiro confronto entre os dois times na Série C
GUSTAVO LUCCHESI
O jogo que pode selar o destino de Santa Cruz e Central, no Brasileirão da Série C, está marcado para acontecer apenas amanhã, no Lacerdão, porém o clima de decisão já está rolando a todo vapor nos bastidores. A prova disso foi o pedido da Patativa para que um árbitro de fora de Pernambuco apitasse o confronto. A solicitação acabou gerando um mal-estar entre as duas equipes, pois a comissão de arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), normalmente, opta por juízes locais, quando a partida é disputada entre dois times do mesmo estado. O motivo alegado pelos dirigentes do Alvinegro foi a atuação de Emerson Sobral na goleada sofrida pelos caruaruenses, no Arruda, por 3x0, pela segunda rodada da Terceirona. Na ocasião, o juiz pernambucano teria tido um papel fundamental para a vitória do Tricolor.

Com isso, a diretoria da Patativa resolveu enviar um ofício à Federação Pernambucana de Futebol (FPF), que repassou o documento à CBF, onde foi sorteado, ontem, o nome do baiano Arílson Bispo para comandar a “decisão”. Ele foi o juiz da goleada sofrida pela Cobra Coral diante do Potiguar/RN, por 3x0, em Mossoró. Os seus assistentes serão o alagoano Pedro Jorge Santos e o sergipano Ivaney Alves de Lima. “O Central pediu, e nós fizemos o nosso papel. É melhor fazer o que eles pedem, pois se der algo errado, a culpa não será nossa, como sempre fazem. Não quero nem saber se eles (Central) estão mais tranqüilos agora. O pedido foi atendido e pronto”, declarou Carlos Alberto Oliveira, presidente da FPF.

A notícia também não foi nem um pouco bem recebida no Arruda. Segundo o presidente coral, Édson Nogueira, o Edinho, o Santa Cruz também já foi prejudicado em alguns jogos, inclusive contra o próprio Central, no Estadual deste ano, na partida que selou a ida dos tricolores para o Hexagonal da Morte. De acordo com o dirigente, essa atitude acaba desprestigiando o quadro de arbitragem de Pernambuco. “Não entendi esse pedido. Temos juízes apitando jogo de Série A, então, não é possível que não possuímos um para comandar um jogo de Série C. Na partida do Pernambucano, o árbitro deixou de dar uma falta clara para nós e, logo em seguida, o Central fez um gol, nem por isso deixei de acreditar na nossa arbitragem”, disse Edinho.

Já o diretor de futebol, Constantino Júnior, foi mais além. “Essa atitude insinua que a Federação iria colaborar para nossa classificação. É uma pena que haja esse tipo de pensamento da parte deles, pois futebol se ganha no campo, não fora dele”, comentou.

REFORÇO

O novo reforço coral, o volante que também atua como meia, Marcos Mendes, assinou contrato ontem e já realizou trabalhos físicos no Arruda. O atleta tem boas chances de ser regularizado para a partida de amanhã, em Caruaru, já que sua documentação foi enviada à CBF ontem mesmo. Um lateral-esquerdo deve ser anunciado ainda hoje.

Caruaruenses se acham prejudicados

Paulo Fazio

“Se vocês assistirem à fita da outra partida contra o Santa Cruz, vão saber o porquê de nós pedirmos uma arbitragem de fora”. Foi com essas palavras que o superintendente de futebol do Central, Alexandre Costa, justificou o pedido da Patativa para a escalação de um juiz de fora do Estado para a partida de amanhã, contra o Tricolor, no Luiz Lacerda, em Caruaru.

Segundo Costa, o pênalti que resultou no primeiro gol tricolor é um retrato fiel da atuação de Emerson Sobral naquela ocasião. O lance também acarretou em um cartão amarelo para o zagueiro Bebeto, expulso minutos depois por receber o segundo em outra falta cometida. O dirigente ressaltou que não é uma desconfiança com os árbitros pernambucanos e sim apenas para evitar possíveis sustos. “Não é que nós não tenhamos profissionais competentes em nosso Estado, apenas não queremos que aconteça o mesmo que naquele jogo”, explicou.

Quanto às declarações do presidente do Santa Cruz, de que o pedido seria um desprestígio com os profissionais pernambucanos, Alexandre Costa disse que são os tricolores que não confiam no quadro nacional. “Eles não gostaram da idéia simplesmente porque não têm confiança no quadro”.

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