terça-feira, 29 de julho de 2008

Na trilha da bola


Fazer turismo seguindo seu time preferido já é possível. Alguns torcedores não abrem mão de assistir aos jogos fora de casa e aproveitam a viagem para conhecer as cidades visitadas
Juliana Godoy
Especial para o Diario


No campo de futebol, a maior emoção de um brasileiro é o grito de gol do seu time do coração. A sensação de estar na torcida junto com os outros torcedores é uma alegria quase que inexplicável. Mas nem sempre isso é possível, já que a cada duas rodadas, uma é fora de casa. Para não ficar longe das arquibancadas, muitos torcedores fiéis seguem sua equipe preferida pelo país a fora. Pode ser de moto, carro de passeio, van ou avião, o que importa é gritar e torcer, mesmo perdendo. De olho nesse público, algumas empresas de turismo estão investindo em pacotes para o campeonato da série A.

Plínio Menezes não abre mão de estar ao lado do seu time de coração, o Naútico. Desde que se entende por gente, ele explica que viajar para assistir aos jogos fora de casa é quase uma obrigação de torcedor fiel. "É uma responsabilidade muito grande você representar seu escudo fora. A torcida é menor, a pressão é maior. A gente precisa estar lá", afirma o estudante de 22 anos. Hugo Víctor Moura, do Santa Cruz, advogado de 32 anos, concorda. "A gente tem que acompanhar nosso time sempre. Mesmo ele vivendo um ano difícil na terceira divisão", diz. Sem contar que nessas viagens os torcedores aproveitam para conhecer os lugares visitados. "Fui para o jogo do Naútico contra o Flamengo no Rio. Passei mais cinco dias para poder conhecer a cidade."

Mas antes de pegar a estrada para vibrar pelos jogadores é preciso tomar algumas decisões. Além da compra do ingresso, existe a questão de hospedagem, transporte e tantos outros fatores que podem transformar a diversão em uma dor de cabeça. Plínio sabe bem o que é isso. "Fui para um jogo em Caruaru escondido da família. Foi uma loucura, sai do colégio direto para o estádio do Central. Chegando lá eu e meus amigos fomos roubados", lembra Menezes, que teve que pedir socorro ao pai.


Hugo Victor e sua turma Foto: Hugo Moura/Divulgação
Pensando em evitar situações como a de Plínio, a Stella Barros Viagens criou pacotes para os torcedores mais apaixonados. "Montamos uma estrutura onde as pessoas podem ir ver os jogos sem ter que se preocupar com os detalhes", explica Ricardo Lidington, diretor da divisão on-line da empresa. O pacote das agências de viagens pode ser ainda mais cômodo por outros fatores, como a garantia do ingresso. "Os tickets de entrada, a hospedagem e o translado saindo da cidade natal do time que joga fora de casa estão inclusos", explica Lidington. Mas não vá comprando esses pacotes em qualquer agência.

É preciso saber se o estabelecimento honra com seus compromissos. Um mal exemplo foi o da final da libertadores. Algumas pessoas compraram os pacotes e ao chegarem no estádio descobriram que os bilhetes de entrada eram falsos. "O torcedor deve procurar uma agência tradicional e idônea", orienta Ricardo.

Outra vantagem de contratar uma empresa para organizar as viagens é o preço. Plínio conta que gasta em média R$ 1 mil, para acompanhar o timbu onde ele vá. "Cheguei a gastar até R$ 1.400 certa vez. Todo o dinheiro sai do nosso bolso. E para mim e meus amigos sai mais caro porque não vamos em caravanas", explica. Já se o serviço fosse feito por uma agência poderia sair por R$ 800 dependendo do local de jogo.

Para seguir o Santa Cruz, o preço não é tão salgado assim. "Como os jogos são sempre perto de casa dá para ir em todos gastando uma média de R$ 140, já com transporte", explica o advogado Hugo Moura, que não fez questão de viajar por 653 quilômetros para Juazeiro do Norte, no Ceará, para ver a cobra coral jogar.

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