terça-feira, 1 de julho de 2008

Santa quer fugir de um hábito nordestino

Em 12 edições da Terceirona, somente cinco times da Região conseguiram subir para a Série B

A história da Série C do Campeonato Brasileiro não costuma ser generosa com os representantes do Nordeste. Nas 12 edições do torneio em que o sistema de acesso à Segunda Divisão foi respeitado, poucos nordestinos conquistaram o objetivo. Das 28 vagas distribuídas até agora, somente cinco ficaram com clubes da Região: Sampaio Corrêa-MA (1997), América-RN (2005), Vitória-BA (2006), Bahia (2007) e ABC-RN (2007). O Santa Cruz promete não se assustar diante da ordem estabelecida desde 1994 e tenta entrar para este grupo seleto.

Além do Santa Cruz, outros 20 participantes são nordestinos, somando um terço dos 63 integrantes da competição deste ano. De Pernambuco, também estão na disputa o Central, o Salgueiro e o Petrolina, que herdou a vaga do Ypiranga.

Apesar do número pequeno de acessos, o Nordeste possui na verdade o segundo melhor índice entre as regiões do Brasil. O Centro-Oeste obteve quatro, o Sul, dois, e o Norte, somente um. A hegemonia avassaladora é do Sudeste, especificamente do Estado de São Paulo. Equipes paulistas subiram 14 vezes da Terceira para a Segunda Divisão, rigorosamente 50% da totalidade. Os outros dois times que chegaram lá foram um de Minas Gerais e outro do Rio de Janeiro. A força econômica local favorece os clubes do interior. O Campeonato Paulista possui quatro divisões (Séries A1, A2, A3 e Segunda Divisão), com 105 filiados.

Nas 12 edições em que houve acesso, somente em 2005 um paulista não entrou. Na ocasião, quando somente dois times tinham o direito de subir, o Remo-PA sagrou-se campeão, enquanto o América-RN ficou com o vice-campeonato. No ano seguinte, os paraenses foram novamente rebaixados. A equipe potiguar ainda conseguiu chegar à Série A do Brasileiro em 2007, mas, na atual temporada, está disputando a Série B. Em 1988, 90 e 99, a Série C previa ascensão, mas, ao término das competições, o sistema foi alterado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

As Terceironas de 1981 e 1992 valiam apenas o título. Na primeira edição, o pernambucano Santo Amaro, já extinto, chegou muito próximo de levantar a taça de campeão. Perdeu a final, disputada em dois jogos, para o carioca Olaria.

Outro pernambucano que teve chance de se tornar o primeiro representante do Estado e se sagrar campeão do torneio foi o Náutico, em 1999. Os alvirrubros conseguiram a classificação ao quadrangular final da Série C mais divulgada da história, por conta da participação do Fluminense, hoje finalista da Libertadores da América. Os cariocas também estavam na última etapa e terminaram na primeira colocação. O São Raimundo-AM foi o vice, enquanto o Serra-ES ficou em terceiro. Só os dois primeiros subiriam. Mesmo com a quarta colocação, a criação da Copa João Havelange em 2000 repôs o Timbu na Série B, e o Flu na A.

Juninho se machuca e é dúvida para a estréia

O receio do técnico Fito Neves virou preocupação esta manhã. O meia Juninho, o único do elenco em que o treinador coral confia para a disputa da Série C do Campeonato Brasileiro, está com um estiramento na musculatura posterior da coxa esquerda e tem pouca chance de enfrentar o Campinense-PB na estréia, domingo, no Estádio Amigão, em Campina Grande.

A contusão ocorreu justamente na primeira partida da final da Copa Pernambuco contra o Atlético Pernambucano, domingo passado, em Carpina. O treinador era contrário à idéia de utilizar os titulares na decisão. Queria ter uma semana livre para trabalhar. Mas o clube cedeu à pressão dos dirigentes da Federação Pernambucana de Futebol (FPF).

Juninho já está vetado do confronto da volta contra o Atlético Pernambucano, amanhã à tarde, no Arruda. Permanecerá em tratamento até a próxima sexta-feira. “Como o jogo é no domingo, não podemos descartar a participação de Juninho. Ele vai ficar em tratamento intensivo, mas de fato as chances de jogar são reduzidas”, avaliou o médico tricolor Ivo Melo.

No momento, o outro meia que vem sendo utilizado nos treinamentos é o jovem Miller, de 18 anos. Mas, em conversas informais com a imprensa, Fito Neves deixou claro que não seria adequado jogar a responsabilidade de armação da equipe em cima deste jogador. Para a estréia, porém, a possibilidade de contratar e regularizar um meia experiente é quase nula.

Ainda mais grave é o caso do atacante Cléo, que se recupera de lesão em um dos ligamentos do joelho esquerdo. Ontem, foi liberado para correr e fazer musculação. “Mesmo assim, ainda sente a região quando faz alguns movimentos, como mudar de direção na corrida. Acredito que a situação dos dois jogadores é complicada, porém Cléo precisa de mais cuidados”, disse Ivo.

Embora Cléo seja considerado titular desde que desembarcou, contratado junto ao Treze-PB, Thomas Anderson é quem vem trabalhando no ataque ao lado de Edmundo. A dupla já ganhou entrosamento. Edmundo, contudo, ainda aguarda a regularização para atuar (ler matéria ao lado).

Outras opções para o setor são o prata da casa Gilberto e o recém-contratado Patrick, também esperando liberação. Este último entrou no segundo tempo do amistoso diante do Centro Sportivo Paraibano, quinta-feira passada, no Arruda, e marcou o segundo gol tricolor no empate por 3x3.

Dois titulares do time aguardam a regularização

A seis dias da estréia na Série C do Brasileiro, o Santa Cruz ainda aguarda a regularização de dois jogadores que treinam entre os titulares. Os registros de contrato do meia Juninho e do atacante Edmundo ainda não foram publicados no Boletim Informativo Diário (BID) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o que pode acontecer até 19h da próxima sexta-feira.

De acordo com o superintendente do departamento de futebol coral, Luís Cláudio, as regularizações estão dentro do previsto. Os dois jogadores vieram de clubes pequenos de Pernambuco. “Acontece que os termos de empréstimo demoraram a ser enviados pelos clubes de origem. Mas a documentação já foi enviada.”

O lateral Marcos Vinícius, o atacante Patrick e os zagueiros Wecquisley e Sidraílson, componentes do elenco mas sem vaga no time, vivem a mesma expectativa. Os três primeiros vieram recentemente. O outro estava na China. Como se trata de transferência internacional, a regularização para a Série C pode demorar até 30 dias.

Até agora, o Santa desembolsou cerca de R$ 30 mil com o processo. As taxas são estabelecidas de acordo com o salário declarado. A regularização do atacante Cléo, por exemplo, ficou em R$ 3,9 mil. “Tivemos a sorte de a Federação Pernambucana de Futebol (FPF) nos liberar das taxas locais.”

Um terço da verba foi arrecadado com a renda de dois jogos da Copa Pernambuco e um amistoso. O restante veio de encontros de adesão organizados por tricolores e doação de alguns empresários.

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