segunda-feira, 21 de julho de 2008

Torcida leva Santa à vitória


Com o apoio das arquibancadas, o tricolor bate o Potiguar por 2x0, apesar do futebol deficiente, e assume a vice-liderança do Grupo 5

Marcelo Cavalcante

mcavalcante@jc.com.br

Mostrando um futebol pobre tecnicamente, o Santa Cruz, novamente, precisou do incentivo da sua apaixonada torcida para vencer na Série C do Campeonato Brasileiro. Dessa vez, foi o Potiguar de Mossoró que não suportou a pressão dos tricolores nas arquibancadas. A equipe coral, na base da vontade, venceu por 2x0 – gols da dupla Edmundo e Patrick – e está na segunda colocação do Grupo 5, com seis pontos.

A partida marcou a estréia do técnico Bagé, que, apesar do pouco tempo de trabalho, gostou da postura lutadora da equipe. Agora, o treinador inicia os trabalhos visando a partida contra o Central, na próxima quarta-feira, em Caruaru. Para o duelo, Bagé já sabe que não terá Leandro Biton, que vai cumprir suspensão pela expulsão na partida de ontem.

Logo início de partida foi possível notar que o Potiguar entrou em campo com o objetivo de não perder. O adversário fez muitas faltas e amarrou a partida fazendo cera. Por outro lado, o Santa Cruz se atrapalha nas próprias pernas para construir as jogadas.

Assim, a primeira grande chance de gol do Santa Cruz surgiu em bola cruzada na área. Leandro Biton cruzou, Edmundo ajeitou de cabeça para Patrick, livre na pequena área, chutar para fora. Mas não demorou muito para o time coral abrir o placar. Aos 14 minutos, foi a fez de Patrick retribuir a Edmundo, que não desperdiçou: invadiu a área e tocou na saída do goleiro Mondragon, abrindo o placar.

O gol poderia motivar o Santa Cruz a construir o resultado no primeiro tempo. Mas não foi isso o que aconteceu. A equipe coral recuou, dando espaços para o Potiguar crescer na partida. Tanto que aos 21 e 24 minutos, o goleiro Glédson fez duas grandes defesas em chutes do atacante Paulo Rangel e do meia Max.

Se o Santa Cruz queria com essa postura explorar os contra-ataques, a tática deu errado. A equipe mostrava-se confusa na saída de bola. Rafael Oliveira estava apagado, o que sobrecarregou Juninho. Por isso, os zagueiros tentavam a ligação direta ao ataque, facilitando a vida dos defensores do Potiguar. Para complicar mais ainda, os laterais não apareciam para o jogo. Mesmo assim, o Santa Cruz ainda teve uma boa chance com Ribinha (entrou no lugar de Rafael Oliveira, que saiu machucado), aos 45 minutos, que chutou fraco nas mãos de Mondragon.

No segundo tempo, o panorama pareceu o mesmo. Porém, o Santa teve uma chance, ou melhor, três chances consecutivas para ampliar o placar. Aos 13 minutos, após cobrança de escanteio da direita, Patrick subiu e cabeceou forte para boa defesa de Mondragon. No rebote, Gonçalves cabeceou, o goleiro espalmou novamente. O atacante tentou mais uma vez e Mondragon pegou.

Parecia que o segundo gol não iria sair. Mas eis que, aos 25 minutos, Juninho cobrou falta e Patrick desviou de cabeça. A bola tocou na trave e foi morrer nas redes. Com 2x0 no placar, o Santa teve mais tranqüilidade para jogar. E a situação ficou ainda mais fácil depois da expulsão do lateral-direito André Borges. Porém, Leandro Biton, em jogada semelhante, também recebeu cartão vermelho e equilibrou a situação. No final, o Potiguar acertou a trave de Glédson e, no rebote, o goleiro coral defendeu o chute de Ricardo Braz, garantindo o placar.

Tática de Bagé agrada aos jogadores

O técnico Bagé não teve muito tempo para preparar a equipe do Santa Cruz para duelo contra o Potiguar, que marcou a sua estréia no comando do time coral. Porém, nos vestiários do Arruda, após a vitória por 2x0 sobre o adversário de Mossoró, por 2x0, as declarações dos atletas revelaram uma mudança substancial no comportamento da equipe. O sistema de marcação colocado em prática foi fundamental para que o Santa Cruz saísse de campo com a vitória.

“Ele (o técnico Bagé) nos orientou a marcar mais o adversário a partir da saída de bola. Procuramos fazer da melhor maneira. Todos buscaram dar algo mais e lutamos até o fim. Portanto, a pegada e a atitude foram fundamentais para atingirmos o nosso objetivo”, disse o meia Juninho, destacando que Bagé faz a linha Luís Felipe Scolari, Felipão.

Quem acompanhou o pensamento do meia foi o atacante Patrick. Autor do segundo gol do Santa Cruz, ele revelou que tinha a função de segurar os avanços do lateral-esquerdo Bigu e, em seguida, passou a explorar as jogadas em cima do zagueiro Paulão, que já havia levado o cartão amarelo na tentativa forçar a expulsão do adversário. “O treinador orientou para que eu ficasse livre para jogar, enquanto Edmundo seria a referência na área. Estou feliz pelo gol e pelo fato de ter dado a bola para o gol de Edmundo”, afirmou Patrick.

O treinador coral acredita que o time do Santa Cruz não apresentou mudanças táticas. Mas admite que a determinação da equipe em buscar a vitória foi o algo mais que ele queria ver dentro de campo. “Os atletas estão de parabéns pelo empenho e determinação”, afirmou o treinador, sem esquecer de agradecer o apoio da torcida. “Os torcedores foram fundamentais na vitória. Eles nos incentivaram o tempo inteiro e nos fizeram lutar ainda mais”, disse.

Mesmo feliz pelo resultado, o técnico sabe que o Santa Cruz precisa evoluir se quiser vencer o Central, na próxima quarta-feira, em Caruaru. Bagé pretende assistir ao teipe da partida de ontem para mostrar aos atletas os erros apresentados pela equipe. “Precisamos ajustar os avanços dos laterais e o posicionamento da defesa nas bolas alçadas na área”, diz.

REFORÇO

A diretoria do Santa Cruz deve confirmar hoje a contratação do volante Marcos Mendes, que estava no Ceará. O jogador pode ser a novidade da equipe já na partida contra o Central, pois Leandro Biton cumpre suspensão, enquanto Alexandre ainda se recupera de uma contusão.

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