sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Auditoria aponta caos financeiro

Ivve Rodrigues/Arquivo Folha



Santa Cruz está fora da Timemania e tem dívidas que somam quase R$ 60 milhões
Para o vice-presidente do clube, Sidnei Aires, Tricolor tem que pagar dívidas e não gerar mais débitos
Alexandre Barbosa

Como prometido, o Santa Cruz divulgou ontem o resultado da auditoria realizada nas contas do clube pela empresa ARC & Associados Auditores Independentes. E o que se viu foi a constatação do verdadeiro caos. Tanto que a companhia, nas suas considerações finais, alegou não ser capaz de emitir um parecer, devido à falta de documentação e registros. O Tricolor aproveitou para mostrar, também, o balanço referente ao mês de outubro, o primeiro da administração do presidente Fernando Bezerra Coelho. A auditoria diagnosticou problemas seríssimos, como a exclusão, desde agosto, do Santa Cruz da Timemania, loteria criada pelo Governo Federal para ajudar financeiramente os times e quitar dívidas federais, uma dívida de quase R$ 60 milhões (só as trabalhistas e as contábeis somam R$ 45 milhões), o adiantamento de praticamente todas as receitas publicitárias até 2010 e de transmissão até 2014, além da inexistência de controle patrimonial sobre os seus bens. “O que nos preocupa mais são as dívidas contábeis (impostos) e a rescisão do contrato com a Timemania, que nós estamos tentando renegociar com a Caixa”, afirmou o vice-presidente do clube, Sidnei Aires.

O parecer emitido pela auditoria foi do tipo “abstenção de opinião”, por conta da falta de documentação de registros. Nisso, a empresa destaca “a falta de consistência de informações referentes às gestões anteriores a 2006” e “a ausência de escrituração contábil relativa ao ano-calendário de 2006” (gestão de Romerito Jatobá). “Isso não foi nenhuma surpresa para nós, pois é uma situação histórica. Temos agora que administrar o passivo, pagar as dívidas e não gerar mais débitos”, explicou Aires, que vai seguir a recomendação da auditoria de realizar o levantamento completo sobre os ativos do clube. “Faltam registros sobre os ativos, por isso vamos ter que contratar uma empresa.”

Sobre o primeiro mês da era Fernando Bezerra Coelho, o balanço aponta um saldo positivo de R$ 7.976,49 (R$ 233.571,22 arrecadados e R$ 225.594,73 gastos). Chama atenção o valor indicado no item “doações Diretoria Executiva e do Conselho Empresarial”, que injetou no clube R$ 131.667,28. A maior despesa foi com a folha de pagamento, R$ 113.836,99. “Fechamos esse mês no azul. Nossa gestão tem que se basear nisso e vamos buscar mais recursos para que seja possível”, disse Aires.

ROSEMBRIK

A primeira semana de trabalhos com bola do Santa Cruz está chegando ao fim. Para Rosembrick, porém, ela nem começou. Na segunda-feira, o jogador alegou estar resolvendo problemas particulares para faltar. Na terça-feira, ele até foi ao Arruda, para se justificar com o técnico Márcio Bittencourt, mas também não treinou. Na quarta-feira, o Mago não marcou presença novamente. A explicação, agora, foi médica: um desarranjo intestinal. Ontem, mais uma vez, nada de Rose aparecer. A informação é que ele continua com o problema intestinal.

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