Conselho tenta dificultar destituição

Presidente do Deliberativo tricolor não aceita requerimento de um conselheiro, que comunica uma Assembléia Geral com o intuito de votar a cassação de Edinho, em maio

O presidente do Conselho Deliberativo, Alexandre Ferrer, não aceitou um requerimento do conselheiro Fernando Veloso em que comunica a realização de uma Assembléia Geral, no dia 12 de maio, com o intuito de cassar o presidente do executivo, Édson Nogueira. Veloso tentou entregar a documentação ontem à noite, na sede coral, durante reunião do órgão para a aprovação das contas da atual gestão referentes ao ano passado.

Ferrer informou a Veloso que fizesse a entrega na secretaria do executivo. “Dentro da democracia, vamos analisar qualquer documentação, sem problema nenhum”, declarou Edinho. “Estamos fazendo isso apenas como uma forma de comunicar a todos que estaremos realizando a Assembléia Geral. Não somos obrigados. Enganamos eles”, disparou Fernando Veloso.

O conselheiro acredita que não precisa da participação do Conselho para efetivar a cassação do presidente. O advogado do clube, Eduardo Lopes, entretanto, pensa que a Assembléia deve provocar o Deliberativo para que o processo tenha andamento. “Como sabem que não iriam conseguir na reunião de hoje (ontem), porque não há amparo jurídico, estão tentando fazê-lo por outros modos”, argumentou Lopes.

Veloso estava de posse, segundo ele, de assinaturas de 275 sócios em dia. De acordo com o estatuto, a assembléia tem de ser convocada por, no mínimo, um quinto dos associados em dia, com pelo menos um ano de adimplência e nascidos até 1990. “Edinho disse na Rede Globo que o Santa tem cerca de 1,5 mil sócios. Nós temos informações que são 1,2 mil. Ou seja, temos o excesso do excesso”, garantiu.

Ainda na reunião de ontem, Édson Nogueira discursou durante 15 minutos para defender sua gestão e se retirou do auditório para que os 54 conselheiros presentes pudessem votar. “Não vou preparar defesa quanto aos que me acusam porque minha vida, meu passado e minha dignidade falam por mim”, afirmou o presidente do executivo.

Poucos dos presentes no auditório votaram contra a aprovação das contas. Ao final, o mesmo grupo voltou a pedir a palavra. Mas o presidente do Conselho, Alexandre Ferrer, encerrou a reunião sem conceder mais a palavra.

Do lado de fora, cerca de 100 pessoas se reuniram para protestar com faixas, bandeiras, velas, boneco gigante, batuque, carro de som e muitos gritos. Quatro viaturas da Polícia Militar e dez seguranças particulares do clube acompanharam a movimentação.

Perto de ficar na elite do Estadual

Dentro de campo, o Santa Cruz pode consolidar a permanência na Série A1 do Campeonato Pernambucano da próxima temporada com três rodadas de antecedência. O adversário pela sétima rodada do hexagonal da morte, domingo que vem, será o Porto, no Estádio Antônio Inácio, em Caruaru.

Com 24 pontos contabilizados e na liderança do hexagonal, a matemática é simples. A equipe comandada pelo técnico Fito Neves precisa vencer o Porto e esperar que o Centro Limoeirense, primeiro da lista atual do rebaixamento com 15 pontos, não bata o Petrolina, no José Vareda, em Limoeiro.

Outra possibilidade seria o Santa empatar em Caruaru e haver uma derrota do Centro. Também seria necessário que o lanterna Sete de Setembro, com 13 pontos, não vencesse o Vera Cruz, no Carneirão, em Vitória de Santo Antão. Nas duas hipóteses, o Santa não poderia ser mais alcançado por Centro e Sete – os times da zona de queda – nas três rodadas restantes.

Mas os corais não têm como objetivo único livrar a equipe do rebaixamento. A meta é terminar o hexagonal da morte na primeira colocação para diminuir a decepção com a campanha frustrante. O Porto é o atual vice-líder, com 22.

Para o confronto do domingo, o lateral-direito William e o volante Leandro estão à disposição. Ambos cumpriram suspensão automática por três cartões amarelos. A preocupação é tentar recuperar o goleiro Paulo Musse, que deixou o último jogo com dores musculares.