quarta-feira, 2 de abril de 2008

Destituição é fato inédito no tricolor

Em pouco mais de 94 anos de fundação do Santa Cruz, jamais um presidente sofreu processo de impeachment, cassação ou foi afastado. Entre as 43 pessoas que ocuparam o cargo ao longo da história, algumas com mais de uma passagem pela cadeira mais cobiçada das Repúblicas Independentes do Arruda, há apenas registros de renúncia. Ou seja, o que a corrente capitaneada pelo conselheiro colaborador Fernando Veloso tenta fazer com o atual presidente, Édson Nogueira, é inédito. Assim como foi inédita a eleição de Edinho, o primeiro opositor a vencer um pleito ao Executivo coral.

Um grupo de 275 sócios em dia há um ano ou mais e nascidos até 1990, respaldado pelo renovado estatuto coral, marcou a Assembléia Geral Extraordinária para o dia 12 do próximo mês, com o intuito de destituir Edinho. “Não há precedentes na história do Santa Cruz e espero que continue assim. Os problemas devem ser resolvidos entre os pares, internamente. Um afastamento de presidente suja o nome do clube”, disse João Caixero, presidente do Executivo em 1974.

Joca, como é mais conhecido, além de integrar a diretoria da Federação Pernambucana de Futebol (FPF) e da Comissão Patrimonial do Santa, dedicou-se nos últimos anos a pesquisar e escrever um livro sobre a história tricolor. A publicação ainda não saiu por falta de patrocínio. “Durante a pesquisa, constatei várias crises administrativas, que sempre foram ultrapassadas sem a abertura de um processo de afastamento do presidente”, informou.

Nas últimas eleições, em dezembro de 2006, Joca compôs a chapa contrária ao grupo de Édson Nogueira, encabeçada por Alberto Lisboa. Apesar de integrar um grupo político adversário, segue participando das ações da Comissão Patrimonial, presidida por João Braga. “Para entrar no clube, não precisa tirar o outro à força. As divergências de opinião são legítimas em qualquer democracia. Falo com a autoridade de quem disputou contra Edinho”, concluiu João Caixero.

De acordo com a legislação coral, a Assembléia Geral é o maior dos cinco poderes do clube, seguida por Conselho Deliberativo, Comissão Fiscal, Comissão Patrimonial e Executivo. Tem permissão para eleger e dar posse aos integrantes do Conselho Deliberativo, decidir sobre fusão ou dissolução do clube, alterar o estatuto e destituir o presidente ou o vice-presidente executivos. A última vez que se reuniu foi justamente nas eleições de dezembro.

O próximo passo do grupo que tenta a destituição de Édson Nogueira é a publicação de editais de convocação nos dias 13 e 23 deste mês, respectivamente com 30 e 20 dias para a realização da Assembléia Geral Extraordinária. O primeiro edital saiu em 29 de março. No dia 12 de maio, a reunião está marcada para iniciar às 16h, com dois terços dos sócios, ou às 18h, com qualquer número.

Punido, Rosembrik não pega o Porto


O técnico do Santa Cruz, Fito Neves, não contará com o meia Rosembrik por mais uma rodada. O jogador foi punido com dois jogos pelo Tribunal de Justiça Desportiva de Pernambuco (TJD-PE), segunda-feira, e está fora do confronto pela liderança do hexagonal da morte contra o Porto, domingo, no Estádio Antônio Inácio, na sétima rodada da fase. Ele já cumpriu um.

Uma curiosidade no julgamento chamou a atenção. Impossibilitado de defender Rosembrik, pois estava participando da reunião do Conselho Deliberativo, o advogado Eduardo Lopes pediu a outro profissional que fosse em seu lugar. Mas o substituto ficou preso no trânsito. Ou seja, o atleta não foi defendido.

É a segunda rodada consecutiva em que Rosembrik não participa. Domingo passado, quando o Santa Cruz venceu o Sete de Setembro, por 1x0, no Arruda, ele havia sido vetado pelo departamento médico, com dores musculares. A expulsão que motivou o julgamento de segunda ocorreu no jogo Santa 0x2 Porto, pela segunda rodada do hexagonal da morte.

Outros cinco jogadores estão entregues ao departamento médico. O goleiro Paulo Musse, o lateral-direito Rafael Mineiro e o esquerdo Chiquinho sofrem com a coxa esquerda. O zagueiro Rogério e o atacante Thiago cuidam da direita. O zagueiro Anderson, que sentia a coxa direita, foi liberado ontem.

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