terça-feira, 20 de maio de 2008

Santa Cruz: crise sem fim

Fonte: Blog Acerto de Contas

torcida
Final da Segundona, Santa xPortuguesa

O Santa Cruz virou um caso de comoção no Estado. Para aqueles que são tricolores, como eu, é um martírio sem fim. A torcida do Sport, principal rival do Santa Cruz, nem faz mais piadas, de tão diferente que é a situação entre os dois clubes.

No domingo passado, no Programa Lance Final, da Rede Globo, um debate sobre o clube mostrou que realmente a crise é permanente e não terá fim enquanto não acabar esta gestão desastrada, tendo à frente o atual presidente, Edson Nogueira.

Fernando Veloso, líder da oposição, e um vice-presidente jurídico, que nunca ouvi falar, se digladiavam em frente às câmeras, enquanto o ex-presidente Mirinda mostrava um pouco de serenidade.

A situação do clube é dramática, e merece profunda reflexão. Meu Pai, que sempre me acompanha nos jogos no Arruda, tem uma frase que pode resumir o que é o Santa Cruz:

- O clube começou a desabar no dia em que subiu para a Primeira Divisão.

Para quem não se lembra, com Givanildo à frente, o time subiu para a Primeira Divisão em um jogo histórico, no Arruda, para aproximadamente 65.000 pessoas (foto). A partir daquele dia, tudo começou a desabar.

O Santa fez uma campanha ridícula na Série A, logo no ano seguinte, desabou da Série B para a C.

O que está por trás de tudo isso?

O Santa não soube renovar seus quadros gerenciais. Em uma determinada época, o futebol era todo gerenciado por políticos, falastrões e todo tipo de dirigente amador, que funcionou enquanto não se profissionalizou.

Depois disso, o dinheiro começou a entrar nos clubes, e isso significou a falência para tantos outros. É o caso do Santa Cruz.

Neste ponto, concordo com Fernando Veloso. Não é possível continuar com Edinho à frente do clube. Um presidente que confessou ter tentado corromper um juiz, como se as coisas ainda funcionassem apenas dessa forma. Para quem acha que isso é mentira, basta ver aqui, no nosso post anterior, com a gravação da confissão.

Edinho representa o que de mais atrasado existe no futebol. Aliás, não apenas ele, mas o Santa Cruz inteiro. Romerito Jatobá, José Neves, João Caxeiro e tantos outros, são retratos do futebol que não pode mais existir. É preciso profissionalismo.

A campanha da Celpe para doação de dinheiro por parte dos torcedores é um caso concreto. Isso não funciona, as pessoas não vão ficar doando dinheiro sem nada em troca. O Santa é um clube de futebol, não uma instituição de caridade. Seu produto é o futebol, e ele deve ser vendido, como um produto profissional.

A verdade é que não dá para escrever um futuro com essa turma participando do clube. O Náutico esteve em situação semelhante, e foi preciso que Fred Oliveira renunciasse para que outros assumissem, e conseguissem salvar o clube.

O Santa não está precisando apenas de união, precisa de reengenharia.

Autor: Pierre Lucena - 20/05/08 às 13:17

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