segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Quase impossível


O empate com o Campinense, enterrou as chances do Santa Cruz disputar a Série B em 2009 José Gustavo e Marcel Tito // Diario
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Aos 44 minutos do segundo tempo, o lateral-esquerdo Fernandes, do Campinense, acabou de vez a esperança do Santa Cruz de retornar à Série B neste ano. O gol do empate da equipe paraibana fez os tricolores desabarem em campo e nas arquibancadas, incrédulos e frustrados. Decepção expressa na incerteza do futuro, que muitos já definiam como a Série D. O resultado de 1 x 1, ontem, no Arruda, nem mesmo permitiu os tricolores acreditarem no milagre de permanecer na Terceirona em 2009. Por incrível que pareça, matematicamente, ainda é possível.

O ofício publicado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que "distribui" as vagas da Série C do próximo ano determina que as 16 vagas restantes - quatro serão dos rebaixados da Segundona -, destina 12 para os clubes que vão disputar a terceira fase e não conseguirem o acesso no final. Restam quatro. É onde reside a brecha para o milagre.

Até o momento,11 equipes conseguiram ultrapassar os seis pontos, contagem máxima que o Santa Cruz pode atingir - alguns já estão classificados para a próxima fase. Outras duas equipes estão com exatamente seis pontos. Para permanecer na Série C em 2009, o Santa Cruz precisaria vencer o Salgueiro e torcer para ficar entre os 16 melhores classificados desta fase. Torcer contra quem está embaixo na classificação dos outros grupos e, quando eles se enfrentarem, torcer pelo empate.

O jogo - Foi o único vacilo da zaga coral. Depois de uma partida praticamente perfeita, a desatenção acabou sendo fatal. Logo eles que conseguiram parar os atacantes adversários e, também, desarmar os principais contra-ataques paraibanos criados em erros de passes dos homens do meio-campo tricolor. O Santa Cruz acabou pagando caro por vários pecados acumulados durante toda a temporada. Erros que culminaram com o empate de ontem e o fim do sonho de retornar à Série B. Pior, o pesadelo de disputar a Série D, que inicia-se em 2009, ainda atormenta. Senão conseguir segurar o índice técnico, o clube terá que buscar a vaga no Pernambucano do próximo ano.

Todo o empenho e todo o esforço da grande maioria dos jogadores em campo, durante todo o jogo, ruiu aos 45 minutos da etapa final. O gol de Gonçalves, no primeiro tempo, aos 11 minutos. Tudo foi reduzido a pó. As lembranças viam da péssima atuação do meia Juninho e do improvisado ala Jefferson. Das mudanças erradas do técnico Bagé. Das insistências da atual diretoria do clube em não ouvir os apelos do torcedores e se isolar em uma redoma.

Quando se perde é assim. Esse atual elenco e também diretoria do Santa Cruz vai ficar marcada pelo fracasso. Titular absoluto, capitão do time, torcedor do Santa, o volante Alexandre Oliveira era o símbolo da decepção. Aos prantos, como uma criança, o jogador chorou ao final da partida. "Eu vou ter uma dívida eterna com o Santa Cruz".

Outro dia de fúria

A revolta tricolor com o empate de ontem era esperada. Tanto que, após o gol do Campinense, o Batalhão de Choque começou se preparar para os conflitos no vestiário tricolor, como aconteceu após a derrota para o Icasa. A estratégia surtiu efeito e a tentativa de invadir a área onde fica o vestiário por parte de alguns torcedores foi abafada. Não o choro, a decepção e a raiva contra os "eleitos" responsáveis pela tragédia ocorrida com o Santa Cruz.

O principal alvo, como de costume, foi o presidente Édson Nogueira. A maioria dos xingamentos foram direcionados à ele. Houve quem pedisse para o "líder" coral "mostrar a cara". Ele não apareceu. Até então, o protesto era apenas verbal. As palavras, porém, inflamaram o espírito.

Alguns mais exaltados começaram a balançar as grades querendo invadir. Sempre protestando contra o presidente, pedindo a sua renúncia. "A diretoria / do meu santinha / só tem ladrão", cantavam - mesmo "cântico" entoado na época do rebaixamento à Série B em 2006. A polícia interveio de maneira preventiva e sufocou o movimento.

Pouco depois, os torcedores voltaram a se reunir em maior número. Novamente se exaltaram. Chegaram a jogar pedras e, de novo, quiseram invadir. Desta vez a PM, já com o reforço dos policiais que estavam dentro do estádio e da cavalaria, agiram com mais eficiência, retirando os torcedores das dependências do Arruda.

Ficha técnica

Santa Cruz 1

Glédson; Rafael Mineiro, Stanley e Gonçalves; Marcos Vinícius, Alexandre Oliveira, Vágner Rosa, Juninho (Uesclei) e Jefferson (Camilo); Rosembrick e Edmundo (Patrick). Técnico: Bagé.

Campinense 1

Pantera; Thiago B., Jádson (Henrique), Cícero e Fernandes; Charles, Marquinhos M. (Barata), Jean Alisson (Paulinho M.) e Washington; Marquinhos Marabá e Vanderley. Técnico: Freitas Nascimento.

Local: Arruda. Árbitro: André Luis M. Lopes (MG). Assistentes: Ubiratan B. Viana (RN) e Luiz Carlos C. Bezerra (RN). Gols: Gonçalves (SC); Fernandes (C). C. Amarelos: Rosembrick, Stanley, M. Vinícius e V. Rosa (SC); Cícero e Wanderley (C). C. Vermelho: Rafael Mineiro (SC). Público: 17.455. Renda: R$ 18.515,00.

Chupa sangue

Juninho cansou de irritar o torcedor do Santa durante o tempo que ficou em campo. O jogador foi a peça destoante da equipe coral, pois não produziu nada na partida.

Classificação

Santa Cruz 4º

Campinense 3º

Pontos

Santa Cruz 3

Campinense 6


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