quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Às escuras, Santa afunda em suas dívidas
Sem luz, clube só funciona pela manhã e já contabiliza mais de R$ 1,2 milhão só de débitos urgentes
Um clube sem receita e recheado de dívidas que precisam de solução emergencial. Esse é o Santa Cruz de hoje que convive com um gigantesco atraso nas folhas de pagamento dos funcionários do administrativo e do futebol e não tem sequer cerca de R$ 23 mil em caixa para bancar as passagens de volta dos atletas para seus respectivos Estados de origem. Por contenção de despesas, o clube só funciona em meio expediente – pela manhã.
“Os problemas precisam ser resolvidos de um jeito ou de outro. Se uma porta se fecha, temos que abrir outra. Não adianta desespero. Estamos aguardando a prestação de contas do Todos com a Nota para ver se sobra um troco”, disse o presidente Edson Nogueira, Edinho, que antes havia apelado à Federação Pernambucana de Futebol.
Segundo Edinho, o que mais lhe preocupa é o débito com o pessoal da casa. E não é para menos. Os 18 funcionários vinculados ao futebol estão há nove meses sem receber salários, uma dívida acumulada que gira em torno de R$ 370 mil. Já o atraso de seis meses dos 92 empregados do administrativo gera uma dívida de R$ 330 mil.
Como se não bastasse todo esse quadro, ainda aparecem problemas extras. Desde sábado, o gerador que fornece energia ao estádio está sem funcionar por causa de um defeito em uma peça. “A empresa responsável pela manutenção do gerador já se comprometeu a resolver o problema, mas temos pressa, porque a reunião do Conselho Deliberativo está marcada para quinta-feira (amanhã) à noite”, destacou o superintendente coral, Luís Cláudio. O Santa funciona à base de gerador desde o fim de 2005, na gestão de Romero Jatobá, Romerito. A dívida do tricolor com a Celpe, que vem de gestões passadas, gira em torno de R$ 560 mil. O débito com o Governo Federal vem sendo amortizado via Timemania.
ELEIÇÃO
No campo político, o grupo liderado pelo ex-presidente Romerito Jatobá deve decidir, hoje, a entrada na disputa presidencial. A chapa será costurada em um almoço com os também ex-mandatários corais, João Caixero e José Neves, que aguardam a presença de Antônio Luís Neto. Eles vão tentar convencer Ricardo de Paula a sair como candidato ao executivo.
Do outro lado, cresce a ala dos descontentes com a forma como foi anunciada a chapa encabeçada por Fernando Veloso (executivo), Osmundo Bezerra (vice) e Fred Arruda (Deliberativo). “Atropelaram o processo e deram um tiro no pé”, disse o psicólogo Sylvio Ferreira, que até sábado era aliado de Veloso. Antes, os movimentos Reconstrução, do advogado Felipe Rego Barros, e Nova Geração, do empresário Paulo Pereira, já demonstraram insatisfação. Por sua vez, o empresário Rui Monteiro deve anunciar sua candidatura até sexta.
Meta do dia é “secar” Caxias-RS
Depois de “resistir” à rodada do último domingo, quando poderia ter sido eliminado de vez da Série C do Campeonato Brasileiro em 2009, o Santa Cruz “seca” apenas um time hoje: o Caxias. Somente o grupo 24, que ficou defasado por causa da denúncia de manipulação de resultado entre Toledo-PR e Marcílio Dias-SC, ainda pela primeira fase, tem rodada hoje: Caxias (3º lugar, com 3 pontos) x Brasil-RS (2º, com 9) e Marcílio Dias-SC (líder, com 10) x Toledo-PR (lanterna, com um).
Se o time de Caxias do Sul vencer subirá para 6 pontos (com duas vitórias), e a chave será a quarta a ter três clubes com mais de seis pontos ou seis pontos e duas vitórias, o que mataria o tricolor. Caso ganhe do Salgueiro, sábado, no Cornélio de Barros, em Salgueiro, o Santa alcançará o seu sexto ponto, mas terá apenas uma vitória.
Os outros três grupos fora da mira coral são: o 18, que tem Paysandu (10 pontos), Águia-PA (9) e Sampaio Corrêa (7), o 20, que apresenta Confiança com (10), ASA (7) e Itabuna (7), além do 21, com Atlético-GO (12), Mixto (7) e Itumbiara (6).
Vale a pena destacar que se o Caxias não vencer o Brasil-RS hoje, o Santa respira até sábado, mas terá que bater o Carcará e torcer por uma nova combinação de resultados para poder ficar com a quarta melhor campanha entre os 16 times que não passarem à terceira fase. Caso contrário, o tricolor ficará fora do Nacional no próximo ano. Para disputar a recém-criada Série D, os corais terão que ficar à frente (ou pelo menos atrás de apenas um) de todos os demais concorrentes no Campeonato Pernambucano de 2009 – excetuando-se Sport e Náutico (ambos na Série A hoje) e Salgueiro – que deve ficar na Série C ou até subir para a B.
Pensando nesse fio de esperança, o treinador Charles Muniz comandou ontem pela manhã um coletivo no Arruda. Com apenas 25 atletas à disposição, a maioria prata da casa, o técnico começou a montar a base da equipe para o duelo contra o Carcará. O time titular formou com: Jaílson, George, Gonçalves, Stanley e Max, Leandro Biton, Gedeil, Vágner Rosa e Miller, Thomas Anderson e Rosembrik. No decorrer da movimentação, Charles substituiu Gedeil por Memo, Thomas Anderson por Gilberto e Rosembrik por Patrick. O volante Alexandre Oliveira foi poupado.
O Santa viaja para Salgueiro na sexta-feira à tarde.
A arbitragem para Salgueiro x Santa será local. Patrício Souza apita, com Jossemmar Diniz e Elan Vieira como assistentes.
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