quarta-feira, 1 de outubro de 2008

FBC sente de perto o calor da torcida coral




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Um tom messiânico marcou a aclamação da chapa “Novo Santa Cruz”, eleita de forma simbólica, ontem, no Arruda, para formar o novo Conselho Deliberativo do clube no biênio 2009-2010. Nem tanto pela presença do presidente do órgão, o vice-presidente do TJPE, desembargador Bartolomeu Bueno, ou mesmo dos demais conselheiros. Mas sobretudo pela presença do futuro presidente executivo, Fernando Bezerra Coelho, que será oficialmente conduzido à presidência na primeira reunião, no próximo dia 7. Ninguém foi tão abordado – e de forma tão calorosa – quanto ele. Um simples gesto do senador Marco Maciel, benemérito mais ilustre do tricolor, foi suficiente para eleger os 250 conselheiros.

“Estou esperançoso porque temos uma torcida fiel. Tenho toda uma história aqui e continuarei ajudando no Conselho. O Santa é uma legenda e voltará a ser um dos maiores times do País”, disse Maciel.

Como toda a história tem dois lados, a saga coral não foge à regra. Se alguém sentiu na pele os efeitos da baixíssima popularidade com a torcida, foi o atual presidente, Edson Nogueira. Ao anunciar as autoridades presentes que compunham a mesa na solenidade, como faz todo bom mestre de cerimônia, ele teve de ouvir vaias, várias vezes. Não era para menos. Cerca de 500 pessoas lotaram o auditório do clube. E não eram só conselheiros. Simples torcedores, cheios de esperança em dias melhores para o outrora Terror do Nordeste. Ao passar a palavra, por exemplo, para o recém-eleito presidente do Conselho, Bartolomeu Bueno, o novo dirigente foi logo dizendo, em tom de bom humor: “Eu pensava que já estavam me vaiando antes de assumir”.

Porém, o que mais impressionou mesmo foi a forma como os torcedores tratavam e abordavam Fernando Bezerra Coelho. Uma infinidade deles implorava por um simples autógrafo do futuro presidente. Outros colhiam a assinatura em fotos antigas ou pediam para tirar novas, ao lado dele. Parecia o próprio Messias, capaz de redimir todos os pecados cometidos pelo clube coral, ou pelo menos os dos últimos 20 anos, erros esses que fizeram o Santa cair cinco vezes de divisão e acumular dívida de R$ 60 milhões, afora outros R$ 20 milhões sobre os quais não restou nenhuma documentação, segundo o relatório da auditoria instalada no Arruda.

“Se não for o meu maior desafio, é o mais apaixonante. Como homem público, fui prefeito três vezes. Aqui lidamos com paixão. Foi um dia especial, que ficará na memória”, disse FBC.

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