terça-feira, 27 de maio de 2008

Mantida liminar de Capixaba

TRT analisou documentação entregue pelo clube coral, mas não viu motivos para reverter concessão de tutela antecipada

O Santa Cruz parece que não contará mesmo com o atacante Thiago Capixaba para a disputa da Série C do Campeonato Brasileiro. Ontem, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) manteve a liminar que concedeu, desde o último dia 8, liberdade ao jogador para negociar com outras equipes até o julgamento do caso. A primeira audiência está marcada para 11 de junho, 25 dias antes da estréia na Terceira Divisão. Até lá, o grupo coral deve estar fechado.

O departamento jurídico ainda não decidiu qual será a providência daqui para frente. O clube tem a possibilidade de recorrer a uma instância superior para tentar reverter os efeitos da liminar ou aguardar a primeira audiência. “Posso garantir que juntamos todos os documentos necessários. Sigo achando nossos argumentos fortes. Agora vamos conversar com o presidente Édson Nogueira e decidir o próximo passo”, adiantou o advogado Eduardo Lopes.

Capixaba chegou ao Arruda no início de março e se juntou ao elenco durante a disputa do hexagonal da morte da Série A1 do Campeonato Pernambucano. Acertou com a direção um salário no valor de R$ 10 mil e recebeu R$ 6 mil adiantados. Entrou de recesso no dia 23 de abril e não retornou na data combinada, dia 5 deste mês. Logo depois, acionou o TRT alegando irregularidades financeiras. “Temos todos os comprovantes de pagamento, inclusive de aluguel”, rebateu Lopes.

Em pouco mais de um mês, Thiago Capixaba havia se tornado ídolo da torcida tricolor. Das dez rodadas do hexagonal da morte, o jogador participou de seis. Mesmo assim, transformou-se no artilheiro do time na temporada, com oito gols marcados. Antes de vestir a camisa coral, defendeu a Queimadense-PB em dez partidas do Campeonato Paraibano desta temporada e contabilizou 11 gols. Mantém a média de 1,1 gol por confronto este ano.

PRIORIDADE

Depois de duas derrotas nas duas primeiras rodadas da Copa Pernambuco, sendo a segunda delas por WO, o Santa Cruz resolveu tratar a competição como prioridade. Já nesta quinta-feira, quando a equipe enfrenta o Catende, no Arruda, o técnico Fito Neves vai colocar em campo os integrantes do grupo principal. Ontem, houve coletivo com a presença dos novos contratados, como os zagueiros Stanley e Gonçalves, e dos remanescentes importantes do grupo do Estadual.

As conseqüências do WO do último sábado, aliás, continuam repercutindo no Arruda. O time perdeu para o Decisão, em Bonito, por ausência de médico na delegação. Por conta disso, saíram o gerente de futebol, Flávio Lira, e o médico Wilton Bezerra. Para completar, o preparador físico Clóvis Calado se desligou do clube. Assumiram os cargos Luís Cláudio, Pedro Sérgio e Jaílton Cintra, respectivamente.

Tricolor pode fechar com atacante Jardel

O presidente do Santa Cruz, Édson Nogueira, viaja hoje para tentar fechar algumas contratações. Um dos encontros marcados é com os representantes do veterano atacante Jardel. O jogador está com 34 anos e recentemente finalizou um processo para minimizar os efeitos da dependência das drogas, principalmente da cocaína.

Atualmente, Jardel está mantendo a forma física em uma academia de Fortaleza. Em 19 anos de carreira, passou por 15 clubes. Ultimamente, vinha atuando em centros desconhecidos. Entre janeiro do ano passado e janeiro deste ano, defendeu o Anorthosis Famagouste, do Chipre, e o Newcastle Jets, da Austrália.

De 1995 a 2003, viveu bons momentos. Conquistou a Taça Libertadores da América de 1995 pelo Grêmio e ganhou o prêmio de maior artilheiro da Europa nas temporadas 1998/99 e 2001/02. Ao todo, tem contabilizados 21 títulos como profissional. Em 1993, foi campeão mundial com a seleção brasileira sub-20.

Autonomia do futebol coral não sai do papel

A idéia de tornar o departamento de futebol autônomo foi extinta completamente ontem à tarde. O presidente coral, Édson Nogueira, não entrou em consenso com o presidente da Futebol Brasil Associados (FBA), José Neves Filho – idealizador do processo –, quanto ao formato da nova administração, tornando a mudança inviável.

De acordo com Edinho, o grupo não conseguiu a verba necessária. “Deveria haver autonomia administrativa e financeira. Não dá para eles gastarem e nós pagarmos”. O departamento seria composto por Constantino Júnior, Bruno Rodrigues, Gilmar Montenegro, Ezequiel Reis, Henrique Figueira, André Oliveira e Felipe Monteiro.

José Neves Filho, entretanto, dá outra versão. “Assim que cheguei ao encontro, a primeira frase dita por Edinho foi: ‘O problema do Santa Cruz não é de gestão, mas única e exclusivamente financeiro. Com dinheiro, eu resolvo tudo’. O grupo não tem a pretensão de apenas entregar o dinheiro para que ele (Édson Nogueira) gerencie.”

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