Santa Cruz presta queixa contra Campinense no STJD e tenta tirar rival da briga por vaga por índice técnico na Série C na temporada de 2009 José Gustavo // Diario
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Se dentro de campo apenas um milagre pode manter o Santa Cruz na Série C em 2009, a saída é apelar para o tapetão. E assim nasce uma luz no fim do poço coral. O argumento é de que o atacante Marquinhos Marabá, do Campinense-PB, teria atuado irregular diante do Tricolor, domingo passado, no Arruda. Assim, uma queixa foi prestada ontem, no final do expediente, ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no Rio de Janeiro.jose.gustavo@diariodepernambuco.com
Na documentação, os advogados corais anexaram cópia de todo o processo trabalhista movido pelo atleta. Se a queixa for acatada pelo STJD, o Campinense perde seis pontos. Diretamente, isso não traz benefício para Santa Cruz - os pontos da partida não iriam para o Tricolor. Por outro lado, tiraria um concorrente direto na briga por uma das quatro vagas de índice técnico para a Série C do próximo ano.
"É claro que nossas chances ainda são pequenas, pois vamos depender de uma série de combinações de resultados. Mas um dos concorrentes diretos já estaria fora", afirmou Eduardo Lopes, advogado coral.
Os maiores beneficiados seriam Salgueiro e Icasa. Os dois clube, hoje com oito pontos, já estariam, automaticamente, classificados para a terceira fase da competição nacional. A última rodada do grupo 19, no sábado (06/09) seria apenas para "cumprir tabela".
O Diario tentou contato com o presidente do Icasa, Zacarias Silva, mas ele não foi localizado. Porém, de acordo com a imprensa de Juazeiro do Norte, a informação de que o clube cearense também teria entrado com queixa no STJD foi confirmada.
O presidente do Salgueiro, José Guilherme, admitiu que não sabia da iniciativa do Santa Cruz. "Estou, inclusive, em Petrolina. Mas se for em frente vai ser bom para nós porque entraremos no jogo mais tranqüilos com a classificação assegurada", comentou o cartola da equipe que lidera o grupo 19.
Entenda o caso
Marcus Fabiani de Lima Silva, o Marquinhos Marabá, têm quatro transferências registradas na CBF na atual temporada. A entidade permite apenas três. Porém, o jogador conseguiu este feito através de liminar. Em abril, Marabá rescindiu o contrato com o Juventude-RS e se transferiu para o Campinense. Em maio, ele saiu para o América-RN e, em julho, retornou ao Campiennse. Para voltar a atuar no clube paraibano, o jogador entrou com um pedido de liminar na primeira instância da Justiça do Trabalho, que foi negado, mas o processo continuou. Um recurso na segunda instância foi acatado e a liminar concedida. O problema é que, em 12 de agosto passado, o mérito da primeira instância foi julgado improcedente. Assim, a liminar na segunda instância perdeu a validade. Um recurso ordinário ainda foi tentado pelos advogados do jogador, mas o mérito não foi jultado ainda.
Campinense ironiza
O diretor financeiro do Campinense, José Williams, ironizou o caso e a iniciativa do Santa. "Isso não existe. Estamos totalmente respaldados pela CBF, a partir do momento que o nome do jogador foi publicado no BID. O Santa Cruz não conseguiu a vaga na bola e quer melar a competição". O dirigente confirmou que o jogador vem atuando com uma liminar conquistada na Justiça do Trabalho. "O Potiguar tentou fazer o mesmo e se deu mal".
Pleito eleitoral
O presidente do Santa Cruz, Edson Nogueira, realiza hoje, às 16h, uma entrevista coletiva para confirmar a antecipação da eleição no clube tricolor. O pleito está marcado para o dia 12 de dezembro. Além disso, o presidente Edinho deve confirmar a demissão do técnico Ronaldo Bagé e também a dispensa de alguns atletas. Ontem, o vice-presidente licenciado, Fred Arruda, confirmou oficialmente sua candidatura à sucessão coral.
Um comentário:
A Folha de Pernambuco também falou dessa tentativa de virada de mesa, mas num ato infeliz chamou isso de "fio de esperança".
Fiquei chateado por tal jornal chamar uma atitude típica de mau perdedor de "fio de esperança". Tudo bem que o braisleiro não cultiva a Honra como japoneses e vikings faziam, mas também não vamos cultivar a auto-humilhação e a vitória sem merecimento, né? Não é questão de diferença cultural, mas de dignidade.
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