segunda-feira, 30 de junho de 2008

Na Série C, rivais são os “menores” obstáculos

Na segunda das sete matérias de aquecimento para a Série C do Campeonato Brasileiro, o Jornal do Commercio mostra as dificuldades financeiras dos clubes para participar da competição. Viagens longas de ônibus, muitos estádios precários, total ausência de patrocinadores oficiais, além do desleixo da própria Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Às vésperas da competição, quatro times pediram substituição. Um deles foi o pernambucano Ypiranga, que cedeu ao Petrolina a vaga conquistada no Campeonato Pernambucano.

As dificuldades que cercam o caminho das equipes na Série C do Campeonato Brasileiro são muito maiores do que simplesmente enfrentar os adversários em campo. Em comparação com um clube tradicional como o Santa Cruz, a maioria dos times é desconhecida no cenário do futebol nacional, que só teve oportunidades em divisões superiores quando a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) inchou competições.

A participação de muitas equipes ficou comprometida após a própria entidade retirar o apoio financeiro que oferecia, em passagens e hospedagens, para alguns participantes, aqueles que mais se destacaram em seus respectivos Estaduais. O caso extremo foi o de Rondônia. Tinha direito a dois representantes, mas somente um entre os clubes locais garantiu condições de permanecer na disputa da competição.

Como não há a presença de patrocinadores oficiais, como ocorre com os primos ricos das séries A e B, os clubes precisam de total autonomia financeira para se manter. Ou seja, deve gerar recursos próprios via patrocinadores, parceiros, ações de marketing e outras estratégias. No caso do Santa, ele ainda conta com o convênio do programa governamental Todos com a Nota, que pode render até R$ 105 mil por jogo, via troca de notas fiscais por ingressos.

Mesmo assim, não há condições, pelo menos nas duas primeiras fases, de cumprir as distâncias para atuar na casa dos rivais de avião. No primeiro quadrangular, o Santa Cruz vai viajar de ônibus para Caruaru (134 km), para Campina Grande-PB (194 km) e para Mossoró-RN (540 km). As viagens para Paraíba e Rio Grande do Norte serão em veículos alugados, uma vez que o novo ônibus do clube chegará depois das três rodadas iniciais.

Se conquistar o acesso às próximas fases, entretanto, os corais precisarão desembolsar um pouco mais para pegar aviões. Já na segunda e terceira fases, há possibilidade de viagem para os estados do Ceará e da Bahia.

Para ter idéia das dificuldades, os tricolores estão fechando o elenco com a folha salarial mais barata do que durante a disputa do Campeonato Pernambucano, quando também havia a verba dos direitos de transmissão vendidos para a Rede Globo Nordeste. Os vencimentos somados passaram de pouco mais de R$ 250 mil para cerca de R$ 150 mil. Ainda há negociações em torno do televisionamento do time durante a Série C.

Time sonda meio-campistas

Na busca para qualificar as opções de meio-campistas do elenco que disputará a Série C do Campeonato Brasileiro, três nomes aparecem como possibilidades de contratação do Santa Cruz esta semana. Os corais estão mantendo contatos com Luís Fernando, ex-Juventude, Éder, ex-Sport, e Gláucio, que estava no futebol europeu. Por enquanto, os recursos financeiros permitem fechar com apenas um deles.

O diretor de futebol tricolor Constantino Júnior confirmou as negociações, mas também deixou no ar que o reforço pode não ser nenhum dos três. “Há outros nomes correndo por fora, em contato direto com o presidente. O certo mesmo é que precisamos qualificar o setor. O grande problema continua sendo dinheiro, todos eles só querem vir com dinheiro na mão. Estamos estudando.”

O Santa Cruz entra hoje na última semana de trabalho antes da estréia no Grupo 5 contra o Campinense-PB, próximo domingo, no Estádio Ernani Sátyro (Amigão), em Campina Grande. A partir de quinta-feira, os tricolores cumprem a última fase da preparação no Ninho do Gavião, centro de treinamento do Porto, em Caruaru, município do Agreste. De lá, seguem direto para a Paraíba.

COPA PERNAMBUCO

Os comandados de Fito Neves só não seguem antes para o interior do Estado porque ainda precisam jogar o segundo jogo da final da Copa Pernambuco. A partida contra o Atlético Pernambucano, clube recém-fundado e sediado na cidade de Carpina, está marcada para a tarde da próxima quarta-feira, no Estádio do Arruda.

Os corais levam a taça da competição organizada pela Federação Pernambucana de Futebol (FPF) com uma vitória por diferença mínima. Ontem à tarde, no Estádio Municipal de Carpina, as duas equipes não saíram do 0x0. Se o empate se repetir no Recife, independentemente do número de gols marcados, o campeão do torneio será conhecido por intermédio das cobranças de pênalti.

Com o time que vai iniciar o confronto diante do Campinense no próximo domingo, o Santa Cruz perdeu uma boa oportunidade de definir a final ontem mesmo. O Atlético Pernambucano atuou com um homem a menos desde os 43 minutos do primeiro tempo. Juninho fez falta no atacante Edmundo e recebeu o cartão vermelho. Mesmo assim, os corais não finalizaram com competência.

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