quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Eleição antecipada e doze demissões


O presidente Edson Nogueira, Edinho, confirmou a antecipação das eleições corais para a segunda quinzena de setembro – antes, estavam marcadas para o dia 12 de dezembro. Até agora, oito nomes já foram especulados como possíveis candidatos ao posto de presidente executivo para o próximo biênio: Fernando Veloso, Romero Jatobá Filho, Fred Arruda, Alberto Lisboa, Felipe Rêgo Barros, o ex-jogador Ramón, Antônio Luiz Neto e Ricardo de Paula. Hoje, 11 jogadores serão dispensados – o técnico Ronaldo Bagé foi avisado da sua demissão na manhã de ontem. Já o goleiro Gledson trocou o clube pelo Náutico. Após o seu comunicado, Edinho utilizou uma rota alternativa para deixar o Arruda para evitar o protesto de cerca de 30 torcedores das organizadas.

Edinho desculpa-se e marca eleição para setembro

“A culpa é única e exclusivamente de Édson Domingues Nogueira porque o regime é presidencialista”. Assim o presidente executivo do Santa Cruz pediu desculpas à torcida tricolor na que pode ser sua última entrevista coletiva à frente do cargo máximo do clube. Ontem à tarde, o dirigente anunciou a antecipação das eleições para a segunda quinzena de setembro - estavam marcadas para o dia 12 de dezembro.

No primeiro momento, por conta do estatuto, Edinho pensou em marcar o pleito para 15 de outubro. Mas depois decidiu adiantar a data. Uma reunião extraordinária do Conselho Deliberativo ocorrerá na próxima quinta-feira com o intuito de decidir o dia correto. “Não teremos grandes problemas para marcar essa data antes, porque ninguém deve se opor à proposta”, declarou o diretor de futebol Jomar Rocha.

Edinho estava acompanhado na sala de imprensa por fiéis parceiros. Além do próprio Jomar Rocha, também estavam presentes os diretores Constantino Júnior e Rodolfo Aguiar, além do presidente do Conselho Deliberativo, Alexandre Ferrer. “É preciso que entendam. Não estou renunciando, estou apenas antecipando as eleições. Até porque renunciar é coisa para covarde”.

Pelo menos oito nomes já foram especulados como possíveis candidatos ao posto de presidente executivo para o próximo biênio: Fernando Veloso, Romero Jatobá Filho, Fred Arruda, Alberto Lisboa, Felipe Rêgo Barros, o ex-jogador Ramón, Antônio Luiz Neto e Ricardo de Paula. “Quem está pronto para assumir em outubro está pronto para assumir em setembro. Não há nada errado em adiantar o processo”, explicou Edinho.

O presidente tricolor também anunciou que colocará o presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF) como um dos mediadores das eleições. Nos próximos dias, Carlos Alberto Oliveira deve retornar da Europa, onde participou de evento organizado pelo governo britânico. “O presidente da Federação Pernambucana é o presidente de todos os clubes do Estado. Funcionarei como um facilitador”, disse Edinho.

JUSTIÇA

O vice-presidente jurídico tricolor, Eduardo Lopes, disse que o clube entrará com um pedido no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para tentar retirar seis pontos do Campinense-PB. De acordo com o dirigente, o clube paraibano estaria utilizando o atacante Marquinhos Marabá de forma irregular. O mesmo jogador foi alvo de denúncia pelo Potiguar-RN após o término da primeira fase. Mas o alvirrubro não levou o caso ao STJD. “Marquinhos Marabá ultrapassou o número de transferências interestaduais e estava atuando apoiado numa liminar da Justiça do Trabalho. Acontece que essa liminar caiu e ele seguiu jogando”, disse Lopes.

Presidente escoltado pela PM

A saída do presidente Édson Nogueira do clube não foi tranqüila. Após a coletiva concedida à imprensa, o dirigente passou pelo menos mais trinta minutos na sala de entrevistas. Cerca de 30 manifestantes, alguns trajando camisa de torcidas organizadas, aguardavam o dirigente aparecer na área de estacionamento para protestar.

Por precaução, além dos seguranças corriqueiros, também foi solicitada a presença da Polícia Militar de Pernambuco. Rapidamente, três viaturas chegaram ao clube. Os policiais pediram a retirada dos torcedores que trajavam camisa de uniformizadas e foram atendidos. Restaram sócios e conselheiros no setor.

Édson Nogueira utilizou uma rota alternativa para deixar o Arruda. Em vez de sair pelo salão que dá acesso à área de imprensa, deixou o local pela concentração. Acompanhado de um de seus filhos, entrou no carro e partiu pelo portão da Avenida Beira-Canal. Geralmente, a saída normal é pela Rua das Moças.

Não foi a primeira vez que a Polícia Militar foi solicitada para proteger o dirigente. O mesmo aconteceu no final de março, quando o Conselho Deliberativo se reuniu para aprovar as contas da atual administração, relativas ao exercício financeiro de 2007. Naquela oportunidade, os manifestantes nem entraram no clube.

Os policiais também precisaram agir com rigor após o empate por 1x1 diante do Campinense-PB, domingo passado, no Arruda, que decretou a eliminação do time da Série C do Campeonato Brasileiro. Um cordão de isolamento foi feito em frente ao caminho que dá acesso à sala de imprensa e vestiários. Anteriormente, vândalos promoveram quebra-quebra na sede.


Direção coral dispensa hoje 11 jogadores


Como resta apenas um jogo nesta temporada para o time profissional do Santa Cruz e não há mais chances de classificação à terceira fase da Série C do Campeonato Brasileiro, os dirigentes tricolores aproveitaram para iniciar o processo de enxugamento. Hoje, 11 jogadores serão dispensados do clube. O técnico Ronaldo Bagé já foi comunicado da sua demissão na manhã de ontem e partiu de volta para o Rio Grande do Sul.

Os corais devem ficar com o mínimo possível de atletas porque ainda precisam entrar em campo no dia 6 de setembro, para enfrentar o Salgueiro, no Estádio Cornélio de Barros, no Sertão pernambucano, pela última rodada do Grupo 19. Com raras exceções, ficarão apenas os jogadores oriundos das categorias de base do clube.

É provável que os nomes anunciados sejam: Wecquisley (zagueiro), Rafael Mineiro (lateral-direito), Marcos Vinícius (lateral-direito), Bruno (lateral-direito), Gedeil (cabeça-de-área), Vágner Rosa (cabeça-de-área), Juninho (meio-campista), Jefferson (meio-campista), Uésclei (meio-campista), Cléo (atacante) e Edmundo (atacante). Alguns não completaram sequer um mês trabalhando no Santa. O goleiro Glédson já negociou sua saída e acertou com o Náutico.

“Não adianta ficar mantendo os jogadores. Não temos como bancar. Nossas receitas estavam todas previstas para partidas futuras, como o arrecadado com os ingressos disponibilizados pelo Todos com a Nota. Vamos conversar com todos eles e chegar a um bom acordo para as duas partes. Também é importante deixar as portas abertas, porque outras pessoas vão assumir”, declarou o diretor de futebol Constantino Júnior.

De acordo com o próprio presidente executivo, Édson Nogueira, os corais não possuem recursos para bancar as passagens aéreas de volta desses atletas. “Não adianta ficar escondendo o que acontece. Também não podemos pagar o diesel para o gerador funcionar. Notícia mal dada vira sensacionalismo. Vamos ter de nos virar e encontrar uma saída para isso tudo”, declarou Edinho. Os salários no clube estão atrasados.
REAPRESENTAÇÃO

Quatro dias depois do empate que decretou a eliminação, os jogadores voltam a trabalhar hoje pela manhã. Mesmo que a chance seja remota, o Santa pode vencer o Salgueiro e torcer por uma combinação para permanecer na próxima edição da Terceirona. O preparador físico Charles Muniz será o técnico no último jogo.

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