sexta-feira, 11 de abril de 2008

Preterido, Musse deixa Santa Cruz

Sem perspectivas de assumir titularidade durante disputa da Série C do Campeonato Brasileiro, ex-goleiro coral, titular em 18 partidas esta temporada, acerta distrato com direção

Encurralado no banco de reservas e sem qualquer perspectiva de voltar a ser titular na Série C do Campeonato Brasileiro, o goleiro Paulo Musse, um dos mais regulares da equipe no Pernambucano, pediu à diretoria do Santa Cruz para deixar o clube. A direção tricolor não fez objeções e acertou o distrato.

O mal-estar começou com a chegada de Jean. Mesmo fora de forma e com problemas no joelho direito, operado no ano passado, o goleiro foi forçado a antecipar o seu retorno aos gramados. A decisão foi tomada pelo técnico Fito Neves. Menos de dois jogos depois, ele foi retirado da equipe para aprimorar o condicionamento físico.

O próprio Jean argumentava na semana de estréia que esperava ter a possibilidade de apenas ser relacionado. Naquele momento, não se sentia pronto para ganhar a camisa 1. Mas jogou contra o Centro Limoeirense, dia 23 de março, no Estádio José Vareda, em Limoeiro, pela quarta rodada do hexagonal da morte da Série A1 do Estadual.

O Santa Cruz venceu a partida por 3x2. Na partida seguinte, no Arruda, levou mais dois gols no primeiro tempo. No intervalo, foi substituído pelo já insatisfeito Paulo Musse. Nos bastidores, até alguns integrantes do departamento médico discordavam da utilização de Jean naquele momento.

Paulo Musse havia conversado com a direção sobre a sua situação anteriormente. Ontem, porém, a posição foi definitiva. “Algumas coisas no clube estavam me deixando insatisfeito. Mas saio daqui com a amizade do presidente Édson Nogueira e as portas completamente abertas”, avaliou.

Foram 18 partidas como titular, entre Campeonato Pernambucano e Copa do Brasil. Na última delas, permaneceu em campo durante oito minutos. Sentiu a musculatura da coxa esquerda e foi substituído pelo jovem Jaílson, contratado ao 4 de Julho-PI. Em outro confronto, participou apenas do segundo tempo. Ao todo, tomou 25 gols.

Sem Paulo Musse no elenco e com Jean ainda aperfeiçoando o condicionamento, Jaílson continua como titular. “Não posso ficar trabalhando com quem já pediu para sair. Tenho que cuidar para segurar Jean e Jaílson, que continuam conosco. Desejei a Paulo Musse felicidades no seu próximo time”, ressaltou o técnico Fito Neves.

EXCURSÃO

Ontem, o presidente Édson Nogueira informou que o Santa Cruz tentará marcar excursões durante o intervalo entre o Campeonato Pernambucano e a Série C, cerca de dois meses e meio. “Seria bom marcarmos amistosos pelo Nordeste. A chegada do nosso novo ônibus pode viabilizar isso.”

Antes, porém, integrantes da comissão técnica e da diretoria viajam ao interior de São Paulo para tentar fechar com pelo menos mais seis reforços. Até o momento, foram anunciados o segundo volante Gedeil, do Ypiranga, e o meia Jorge Henrique, do Guaratinguetá-SP.

Atenções canalizadas para futebol tricolor

Na próxima terça-feira, o grupo que está estudando um novo projeto para viabilizar o Santa Cruz deve apresentar alternativas para o departamento de futebol do clube. “Precisamos voltar às nossas origens. Somos uma instituição prioritariamente ligada ao futebol. É o nosso maior objetivo e deve permanecer acima de qualquer outro interesse”, analisou José Nivaldo Júnior, um dos 12 integrantes.

O consenso em torno de um novo plano para a gestão do futebol coral foi estabelecido na última segunda-feira, quando integrantes da diretoria tricolor repassaram ao grupo de trabalho um raio-x do Santa. “Não adianta fazer as coisas no chute. Precisamos conhecer a realidade de perto. Vimos que o Santa Cruz é um clube inviável”, seguiu Nivaldo.

Uma outra perna do problema envolve o patrimônio tricolor. “Talvez jamais o nosso patrimônio tenha oferecido qualquer tipo de benefício ou lucro. Atualmente, pelo contrário, está se deteriorando e ainda onerando os cofres. O projeto da Arena Coral, que já está posto, é uma boa saída”, declarou o porta-voz.

Nivaldo fez questão de ressaltar ainda que o grupo não tem ligação política com a Administração Édson Nogueira. “O Santa Cruz precisa passar por mudanças estruturais drásticas. E isso não tem necessariamente ligação com a atual diretoria. Vai ser apresentado um plano para toda a comunidade tricolor: situação, oposição e torcida. Futuramente vamos abrir as discussões.”

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